O Fluminense terá que traçar apenas um norte a partir deste momento na temporada. Em fevereiro de 2020, o Tricolor apostava e imaginava que poderia chegar longe na Copa Sul-Americana, mas acabou sendo eliminado pelo Unión La Calera, do Chile, logo na primeira fase. A partir daí, o foco ficou na Copa do Brasil, porém o sonho de alcançar a Libertadores e faturar uma grana extra ficou no meio do caminho na noite da última quinta-feira, quando o time carioca perdeu para o Atlético-GO por 3 a 1, no Estádio Olímpico, pela quarta fase da competição nacional. Por incrível que pareça, a equipe de Odair Hellmann cometeu os mesmos erros em ambas partidas.
POUCA CRIATIVIDADE
As eliminações foram decorrentes de uma série de fatores, como a falta de peças importantes dentro do elenco, a pouca efetividade da equipe nos jogos de volta e algumas escolhas do técnico Odair Hellmann. Contra o La Calera, o Fluminense teve maior posse de bola, porém pouco criou assim como o duelo contra o Atlético-GO. Os jogadores não conseguiam inspiração para mudar o panorama do jogo tanto na primeira e segunda etapa.
SUBSTITUIÇÕES NÃO SURTIRAM EFEITO
A primeira mudança de Odair contra o Atlético-GO foi sacar Michel Araújo para entrada de Felippe Cardoso. O centroavante pouco entra e não deu mobilidade à equipe. Em seguida, Ganso entrou no lugar de Luiz Henrique, que enfrentou dificuldades ao ficar o primeiro tempo como centroavante. O camisa 10 bem que tentou, porém os atacantes estavam pouco inspirados. Aos 28 minutos, em desespero tentando criar algo, Odair colocar Yago Felipe e Fernando Pacheco. Os dois também pouco apareceram em campo. A melhor chance do Fluminense foi acontecer aos 40 minutos em chute cruzado de Nenê.
Lá no Chile, onde o Fluminense foi eliminado, Odair colocou Ganso e Michel Araújo. O camisa 10 e o uruguaio eram as melhores alternativas no banco de reservas ao lado de Miguel. Mas a opção pelas saídas de Marcos Paulo e Caio Paulista, mesmo que não estivessem em noite das melhores, foi equivocada.
AUSÊNCIAS…
Nas duas partidas, o Fluminense teve desfalques de jogadores, o que pode ter feito a diferença em campo. Diante do Atlético-GO, a ausência de Evanilson, que foi negociado ao Porto, de Portugal, faz com que Odair teste peças novas no setor ofensivo. Nenê como falso 9 e Luiz Henrique já foram testados, porém o desempenho não é o mesmo. O ídolo Fred não atravessa bom momento desde o retorno às Laranjeiras, mas poderia ter decidido algo com sua experiência. Felippe Cardoso já mostrou que é dá posição, mas pouco faz e pode ganhar oportunidade. Com isso, o Flu já mapeia o mercado e está perto de fechar com Lucca, ex-Corinthians.
Além no ataque, os zagueiros Frazan e Digão se recuperam das lesões. No meio de campo, o volante Yuri enfrenta pubalgia, uma das lesões que demora para se recuperar.
Em Calera, o time carioca contou com as ausências de seus três potenciais atacantes titulares: Marcos Paulo, Evanilson e Caio Paulista, todos com lesões musculares. Este último também desfalcado contra o time rubro-negro. Além deles, Ganso fazia “uma pré-temporada mais alongada” com o objetivo de reequilibrar a musculatura. O Flu, no entanto, não conseguiu preparar o camisa 10, peça importante em 2019, a tempo do jogo de ida.
PRESSÃO EM ODAIR HELLMANN
Odair Hellmann e a atuação ruim do time nas duas partidas acabaram custando ao Fluminense uma queda precoce em uma competição vista como prioridade para 2020. Na Copa do Brasil, o clube deixou de ganhar R$ 50 milhões e na Sul-Americana uma perda de até R$ 27 milhões.
E o treinador precisará reerguer os ânimos de seus jogadores, para responder já na próxima partida, contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro. Para recuperar a confiança de boa parte dos torcedores e voltar a ter tranquilidade para fazer seu trabalho.