No último domingo (9), o Fortaleza se consagrou como tricampeão da Copa do Nordeste. O time saiu na frente no primeiro jogo da final contra o CRB, garantindo dois gols de vantagem, mas sofreu o revés no jogo de volta e ficou no empate por 2 a 2 no agregado. O título foi definido nos pênaltis e o Laion garantiu a taça.
A trajetória do Fortaleza até o tri da competição foi marcada por momentos de instabilidade, problemas extracampo e superação. A equipe comandada por Juan Pablo Vojvoda encarou dificuldades até o último minuto, mas levou o prêmio que consagra a narrativa dos últimos meses do Laion.
ATENTADO
Antes de conquistar o tricampeonato, o Fortaleza enfrentou problemas na fase de grupos. Enquanto buscava a parte de cima da tabela do Grupo B, após a partida diante do Sport, que terminou empatada por 1 a 1, no dia 22 de fevereiro, na saída da Arena Pernambuco, a equipe sofreu um atentado. O ônibus que levava a delegação tricolor foi atingido por bombas, pedras e rojões lançados por torcedores do time pernambucano.
Na ocasião, os estilhaços de vidro das janelas do ônibus atingiram os jogadores. João Ricardo, Escobar, Lucas Sasha, Dudu, Titi e Brítez ficaram com ferimentos e, por conta da gravidade, os atletas foram afastados da equipe para se recuperarem. Além dos atingidos, Thiago Galhardo, hoje no Goiás, também pediu afastamento, pois apresentava crises de pânico e buscou acompanhamento para cuidar de sua saúde mental.
INSTABILIDADE
Além das baixas temporárias no elenco, que obrigaram a reinvenção de Vojvoda para escalar o time de acordo com as necessidades de cada competição, o Fortaleza precisou lidar com a agenda apertada, principalmente, após alguns jogos serem adiados. Diante do cenário delicado, a classificação para o mata-mata da Copa do Nordeste correu risco de não acontecer, pois, desde o atentado sofrido em fevereiro, o Fortaleza acumulou duas derrotas e dois empates, chegando na última rodada da fase de grupos precisando vencer.
Bastava conquistar os três últimos pontos para conseguir a classificação. Em caso de empate ou derrota, o Laion precisava torcer contra os adversários da tabela. Seguindo a sequência negativa, no dia 27 de março, o Fortaleza perdeu para o Maranhão por 3 a 2 e correu o risco de ser eliminado precocemente. O time avançou para a fase eliminatória graças à combinação de resultados das outras partidas que não tiraram o Leão da segunda colocação do Grupo B, com oito pontos, e garantiram a vaga sofrida ao mata-mata.
Nas quartas de final, o Fortaleza passou tranquilamente pelo Altos-PI, goleando a equipe por 5 a 0 e avançou às semifinais pela sexta vez consecutiva. O desafio seguinte marcou o reencontro entre Fortaleza e Sport, na Arena Pernambuco, após o ataque. Dentro de campo, o Leão do Pici deu a resposta que seu torcedor precisava e mostrou que superou a confiança na competição, ao golear o Leão da Ilha por 4 a 1 e chegar à final da Copa do Nordeste.
TRICAMPEONATO
A decisão da finalíssima foi dividida em dois jogos. A primeira partida aconteceu na Arena Castelão, na última quarta-feira (5), quando o Fortaleza conquistou a vantagem no placar, com gols de Moisés e Lucero, distanciando o CRB do sonho do título inédito. O jogo de volta rolou no estádio Rei Pelé, no domingo (9), e bastava o empate para o Fortaleza levar a taça. Entretanto, uma sequência de erros do sistema defensivo, que não conseguiu manter a marcação e falhou sob pressão do Galo, resultaram nos dois gols do CRB, que empatou no placar agregado. O título foi decidido nas cobranças alternadas.
+ Confira das notas das atuações do Fortaleza na final da Lampions
Diante da recente eliminação pela Copa do Brasil e o vice do Cearense, que aconteceram em disputas de pênaltis, o receio do torcedor tricolor era ver seu time batendo na trave novamente e deixando o título escapar. Ao contrário do retrospecto, o Fortaleza converteu todas as batidas, permitindo que o grito de “tricampeão”, entalado na garganta, ecoasse pelo estádio Rei Pelé.
Com o título, o Fortaleza chega ao terceiro da Copa do Nordeste nos últimos seis anos, sendo dois conquistados na “Era Vojvoda” e torna o Ceará o segundo estado a ganhar mais vezes a Lampions, com seis taças – três do Fortaleza (2019, 2022 e 2024) e três do Ceará (2015, 2020 e 2023). O primeiro do ranking é a Bahia, que soma oito triunfos – quatro do Bahia (2001, 2002, 2017 e 2021) e quatro do Vitória (1997, 1999, 2003 e 2010).