A World Surf League é uma instituição vergonhosa que, etapa após etapa, acumula vexames de arbitragem e prejudica atletas que se dedicam durante toda a temporada, passando por situações ridículas dentro d’água. Dessa vez, na etapa de Bells Beach, o maior surfista da geração, Gabriel Medina, foi assaltado na bateria 7 do round de 32 diante do americano Cole Houshmand, que foi claramente favorecido pelo quinteto de juízes mal intencionados que escolheram dar a classificação ao estreante do tour.
+ Morgan Cibilic foi destaque do dia 27
Pela segunda vez consecutiva, Medina foi prejudicado em uma disputa contra um atleta dos Estados Unidos, país sede da WSL. Em Portugal, Griffin Collapinto avançou sobre Gabriel em uma polêmica bateria que claramente foi subjugada nas ações do brasileiro.
Na Austrália, depois de dois dias sem competição, o mar apresentou ondas com qualidade muito baixa, mas nem isso impediu o tricampeão mundial de fazer uma boa apresentação. No entanto, como é comum atualmente em baterias de Medina, os juízes fizeram péssimos julgamentos e impediram o melhor surfista da disputa de avançar para as oitavas.
Ao sair da água, o atleta questionou o resultado.
– Uma onda desse tamanho! Não vou nem falar nada! – Disse.
O roubo foi tão grande que Gabriel foi obrigado a quebrar o protocolo e aparecer diante das câmeras para cobrar uma explicação sobre qual seria o motivo para que a arbitragem estivesse tomando essas decisões.
– Isso é engraçado, foi o pior julgamento que eu já vi, é ruim para o esporte…é algo que temos que falar sobre, a gente finge que não está acontecendo mas está…..isso é triste! – Comentou.
A indignação de Medina é pertinente. Surfando contra Houshmand, e pelo visto contra os juízes da WSL também, o brasileiro liderou durante quase toda a disputa, mas tomou a virada em uma onda que não merecia nem uma nota 6. A marola estava tão fraca que, mesmo com a prioridade, Gabriel deixou uma onda passar e abriu oportunidade para Cole tentar a sorte. Com essa realidade em mãos, o americano recebeu de presente um inacreditável 7.47, a melhor nota da bateria. Antes disso, em uma onda de um lindo aéreo surfado pelo paulista, a nota 6.30 não serviu nem para entrar no somatório.
Talvez esteja na hora dos surfistas brasileiros, homens e mulheres, se juntarem como time em um esporte individual e tomarem a decisão conjunta de se afastarem do tour até que a situação seja resolvida. E resolver a questão não significa entregar de bandeja vitórias e títulos ao país, mas sim que haja um julgamento coeso e coerente para que todos os atletas possam disputar competições justas. Hoje em dia, isso está completamente fora da realidade da WSL.
Não à toa, as redes sociais apelidaram a liga de “World Shame League”, por causa das constantes polêmicas que atrapalham a imagem do surfe em geral. A etapa de Bells já está gerando revolta do público desde o seu princípio, quando Ethan Ewing levou a melhor sobre o compatriota George Pittar. O resultado causou tanto estranhamento que até o próprio vencedor ficou se questionando se tinha realmente avançado de fase.
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Para aumentar ainda mais a dúvida sobre as notas divulgadas, os juízes da WSL não têm seus rostos ou nomes apresentados aos fãs, muito menos uma explicação de como é formado o quórum de arbitragem da liga. Em resumo, a federação internacional necessita urgentemente prestar esclarecimentos sobre o rumo que o surfe profissional está tomando e o que fazem para garantir justiça em etapas da principal competição de surfe do mundo.