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Desfalque do Corinthians na partida de ida da final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, Rodrigo Garro, diagnosticado com uma tendinopatia patelar desde o ano passado, deve ser novidade para o duelo decisivo diante do rival alviverde, na quinta-feira (27), na Neo Química Arena.
Desde a reapresentação do elenco, no dia 20, o argentino participou de todos os treinos, sem restrições, e o período sem jogos, por conta da Data FIFA, foi fundamental para a recuperação do atleta e para prevenir o agravamento da lesão.
Segundo Flávia Magalhães, médica do esporte com mais de 20 anos de carreira e passagens por clubes e confederações como Atlético-MG, América-MG, CBF e CONMEBOL, a lesão de tendinopatia patelar ocorre quando há uma sobrecarga no tendão do joelho.
“A tendinopatia patelar é quando o tendão patelar (que conecta a patela (rótula) à tíbia) sofre sobrecarga e inflamação. Quando o tendão patelar é constantemente sobrecarregado, ele pode perder sua elasticidade e força, levando à dor, inchaço e até mesmo ao risco de ruptura parcial ou total deste tendão”, afirma a médica.
Shalimá Chaves, fisioterapeuta esportiva associada à Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe), complementa sobre a manifestação dessa lesão no futebol: “Em jogadores de futebol a tendinopatia patelar pode reduzir o desempenho esportivo, pois compromete a capacidade de saltar, correr em alta velocidade e mudar a direção rapidamente, prejudicando a performance do atleta. Além disso, a dor persistente pode reduzir a participação em treinos e competições, levando a períodos prolongados de afastamento e, em alguns casos, até mesmo ao encerramento precoce da carreira esportiva”.
Garro, que sofre com a lesão desde abril de 2024, começou a tratar o problema ao final da temporada. Em razão disso, o jogador perdeu os oito primeiros jogos do Corinthians neste ano, todos pelo Campeonato Paulista. Além disso, o meio-campista ficou dois meses sem jogar, retornando somente contra o São Bernardo, no dia 9 de fevereiro, onde atuou por 35 minutos.
Nesta temporada, até o momento, o argentino disputou apenas nove partidas, somando 589 minutos em campo. Além disso, para estar presente nas decisões do estadual, o camisa 8 precisou de um procedimento que consiste em injetar medicamentos diretamente na articulação.
“Embora as infiltrações com corticosteroides sejam usadas para tratar tendinopatias, seu uso é controverso devido aos benefícios limitados e riscos associados. O alívio da dor é temporário e pode afetar a resposta de reparo tecidual, levando à progressão da lesão. Além disso, as infiltrações não demonstraram benefícios significativos e podem piorar a condição estrutural do tendão“, explica a fisioterapeuta.
A primeira Data FIFA do ano interrompeu uma maratona de partidas disputadas pela equipe de Ramón Díaz. Nesse período, o alvinegro atuou em 19 jogos no intervalo de dois meses, uma média de um confronto a cada três dias. Com a pausa, o elenco do clube do Parque São Jorge ficou oito dias sem entrar em campo e o meia argentino pôde aproveitar esse período para se recuperar visando a final contra o Palmeiras, cujo o empate já é suficiente para ser campeão, uma vez que a equipe alvinegra venceu o primeiro jogo por 1 a 0.
“A Data FIFA permite que os clubes tenham uma pausa em seus campeonatos, dado que é uma janela internacional. Essa pausa é uma excelente oportunidade para o clube focar na recuperação e reabilitação de jogadores lesionados. Durante esse período o clube pode realizar terapias de recuperação, fortalecimento e equilíbrio muscular e focar na redução da carga de treino visando a recuperação completa dos atletas. Além disso, é possível realizar tratamentos complementares e ajustes na equipe”, destaca Flávia Magalhães.
