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Gigante! Título da Libertadores do Vasco completa 25 anos neste sábado

Foto: O Globo

No ano do centenário, equipe comandada por Antônio Lopes conquistou título inédito; relembre ídolos do ano e a campanha!

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Vasco, a tua glória é tua história. Frase reverberada todos os dias por milhões de torcedores fanáticos. Como se não bastasse o clube ter se transformado em gigante ainda no início do século passado em sua luta contra o racismo no futebol, a sua história ainda seria repleta de conquistas e momentos memoráveis. E no ano do centenário do Gigante da Colina, uma das maiores equipes nos 125 anos do clube fariam história.

Sim, o Vasco já tinha conquistado a América. Em 1948, o Gigante da Colina venceu o Campeonato Sul-Americano de Clubes, o primeiro torneio da América do Sul com objetivo de definir o melhor time do continente. No entanto, surgiu a Copa Libertadores em 1960, criada para com a mesma finalidade do seu antecessor e para definir um adversário aos campeões europeus na Copa Intercontinental. Era um título que faltava na galeria de tantas glórias no Cruzmaltino. E ele veio justamente no ano do centenário, há 25 anos atrás. Hora de relembrar!

Os pilares de um time imortal

O Vasco montou um esquadrão no fim dos anos 1990 e início do século XXI. Desde o time que foi campeão brasileiro no ano anterior à conquista, em 1997, até o que voltou a conquistar o título nacional em 2000, os ídolos de 1998 estão marcados na história pela imensa conquista da América.

O técnico era Antônio Lopes, um verdadeiro símbolo dessa época dourada do Vasco. Ele já tinha conquistado o Brasileirão pelo clube em 1997 e, no ano seguinte, veio por mais, alçando a glória eterna. Além de ser multivencedor – campeão brasileiro pelo Corinthians e da Copa do Brasil pelo Internacional -, ele era conhecido por seu estilo disciplinador. Antônio deu trabalho para a dupla Leandro Donizete e Luizão no início, cobrando que os dois voltassem para marcar sem a bola, como conta Donizete:

— Tive dificuldades com o Lopes no início. Ele me cobrava muito para voltar e marcar. Os primeiros jogos na Libertadores foram ruins. Dei uma entrevista, ele ficou chateado e decidiu que não me queria mais. O pessoal segurou. Enfrentamos o Grêmio em São Januário, fiz um dos gols, arrebentei naquele jogo e no final deu tudo certo.

Donizete e Luizão, por sinal, são uma dupla histórica dessa equipe. Eles foram responsáveis por 70% dos gols marcados pelo Vasco na competição – 12 de 17. Eles chegaram justamente em 1998: após a campanha do tri brasileiro em 1997, Edmundo foi para a Fiorentina e Evair, para a Portuguesa. A diretoria buscou Luizão e Donizete foi convocado pelo dirigente Eurico Miranda, que foi até a casa dele convence-lo.

— Eu acho que nosso estilo de jogo, meu e do Donizete, para Libertadores, casou muito bem. A maneira de jogar, marcar saída de bola, bater no zagueiro, tudo. Isso foi algo que ajudou bastante. Essa dupla combinou, junto com nossos companheiros, tivemos um bom entendimento e conseguimos ajudar o Vasco a conquistar este título tão importante. — disse Luizão.

Além de um ataque forte, uma defesa sólida também é imprescindível para um time campeão. E o Vasco de 1998 também contava com uma: Mauro Galvão e Odvan. O primeiro, por sinal, se tornou símbolo por sua liderança como capitão. A experiência e a juventude misturados em uma das maiores escalações da história do Vasco.

E, para completar, a genialidade do meio-campo, que contava com jogadores como Felipe, Pedrinho e o ídolo imortal Juninho Pernambucano, que ficou marcado na história para sempre por seu gol contra o River Plate nas semifinais. Gol que é relembrado e entoado até hoje pela apaixonada torcida vascaína:

Vou torcer para o Vasco ser campeão, São Januário meu caldeirão. Vasco, tua glória é tua história, é relembrar o expresso da vitória. Contra o River Plate, sensacional (gol de quem?), gol do Juninho, monumental

Para além dos destaques, os ídolos da campanha de 1998 serão para sempre lembrados. Na final contra o Barcelona-EQU: Carlos Germano, Vágner, Odvan, Mauro Galvão, Luisinho; Felipe, Nasa (Vítor), Juninho Pernambucano (Válber), Pedrinho (Alex); Luizão, Leandro Donizete.

A campanha histórica

A campanha do Vasco na Libertadores 1998 é uma das maiores da história da competição. Isso porque o Cruzmaltino enfrentou apenas grandes equipes e com retrospectos recentes gigantescos.

Na fase de grupos, o Vasco começou perdendo os dois primeiros jogos para o Grêmio e o Chivas Guadalajara. No entanto, o Cruzmaltino engatou duas vitórias e dois empates nos quatro jogos restantes para avançar de fase. O time comandado por Antônio Lopes ficou na segunda posição, com oito pontos, atrás do Grêmio, que fez 12.

No mata mata, o caminho do Vasco foi ainda mais difícil, com times que haviam vencido a Libertadores em anos anteriores. Nas oitavas, duelo contra o Cruzeiro, campeão da América no ano anterior (1997). Após vitória por 2 a 1 no Rio de Janeiro, o empate em 0 a 0 na volta garantiu a vaga.

Nas quartas de final, o adversário era o Grêmio, que tinha vencido a Libertadores em 1996. Nos jogos pela fase de grupos, foram uma vitória para o Tricolor por 1 a 0 e uma para o Cruzmaltino por 3 a 0. Já no mata mata, as partidas foram mais acirradas: os cariocas seguraram o empate no Sul em 1 a 1 e venceram no Rio por 1 a 0.

A próxima fase guarda o momento histórico. O adversário foi o River Plate, campeão da Libertadores em 1995. Donizete marcou o gol da vitória no jogo de ida. Na volta, em um Monumental de Nuñez pulsando, os argentinos saem na frente aos 25 minutos com gol de Sorín. No entanto, aos 35 minutos do segundo tempo, Juninho Pernambucano marca seu nome na história vascaína e cobra a falta derradeira para botar o Cruzmaltino na final.

Os duelos decisivos foram contra o Barcelona-EQU. O jogo de ida foi na Colina Histórica, que estava abarrotada: cerca de 35 mil pessoas viram o Vasco sair na frente no duelo com vitória por 2 a 0 – gols marcados por Donizete e Luizão.

No segundo jogo, assistindo de casa na televisão, o torcedor vascaíno já sabia que podia comemorar o título após Luizão abrir o placar aos 24 minutos. De Avila empatou para o Barcelona-EQU 10 minutos depois, mas a festa continuou com gol de Donizete aos 45 da primeira etapa. Com o fim do jogo, o Vasco sagrou-se campeão da América.

Vasco, a tua glória é tua história!

Mesmo que o momento não seja bom, o torcedor do Vasco para sempre poderá olhar para a Cruz de Malta e relembrar das centenas de ídolos, títulos e momentos marcantes da equipe. E destes, o esquadrão de 1998 segue na história do clube. Há 25 anos, hoje e para sempre.

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