Enquanto o futebol brasileiro se torna um verdadeiro caldeirão de jogadores e treinadores estrangeiros, com 147 atletas atuando somente na Série A do Brasileirão e um crescimento de 45,5% em relação ao ano anterior, o jovem meia Giorgio Constantini, de apenas 18 anos, fez o caminho inverso. Nascido em Curitiba, ele optou por jogar no River Plate, time do coração de sua família.
O interessante é que realmente poucos brasileiros atuaram na Argentina ao longo da história. Entre os destaques estão nomes lendários como Domingos da Guia, que jogou pelo Boca Juniors em 1935/36, Heleno de Freitas no Boca Juniors em 1948, Silas no San Lorenzo entre 1994/97 e Iarley, que teve passagem marcante pelo Boca Juniors em 2003. A trajetória de Giorgio, portanto, se soma a uma lista bastante restrita de brasileiros que conquistaram espaço no futebol argentino.
Giorgio chegou ao River Plate em junho do ano passado e rapidamente começou a se destacar. Mesmo tendo idade de sub-18, já passou pelo sub-20 , desde junho integra o time B do clube e já foi chamado para alguns treinos na equipe principal de Marcelo Gallardo que retornou ao comando da equipe após um período no futebol árabe. Gallardo, com um currículo brilhante no River Plate, tendo conquistado duas Libertadores, um Campeonato Argentino, uma Copa Sul-Americana e três Recopas.
Antes de se mudar para a Argentina, Giorgio teve passagens pelas categorias de base do Coritiba e do Athletico Paranaense. Desapontado com a falta de perspectiva no futebol brasileiro decidiu largar tudo, fazer um teste no seu time do coração e conhecer a paixão do futebol argentino.
— Na Argentina, o jogo é mais passional, mais físico. Estou me adaptando bem ao estilo argentino, focando em aprimorar minha intensidade, defesa e finalizações — conta ele, que considera seu estilo de jogo semelhante ao argentino Enzo Fernández e ao brasileiro Bruno Guimarães.
A trajetória de Giorgio Constantini é uma história de paixão e determinação, destacando-se como um jovem promissor em um dos clubes mais icônicos do mundo. “É uma loucura, acho que qualquer torcedor do River sonha em representar essa camisa. É algo de outro mundo.”