Ferido em ataque a ônibus, Danilo Fernandes cobra prisões
Em fevereiro de 2022, Danilo Fernandes foi ferido durante um ataque de torcedores ao ônibus do Bahia. Dois anos depois, o goleiro viu outro episódio semelhante acontecer, desta vez contra a delegação do Fortaleza. Neste intervalo de tempo, nenhum dos investigados do episódio que envolveu o jogador do Bahia foi preso.
“Dois anos depois do meu episódio, os jogadores do Fortaleza foram alvos de uma tentativa de homicídio, como foi comigo. Infelizmente não acontece nada com esses bandidos que se chamam de torcedores. Se qualquer um aqui fizer uma bomba e jogar no automóvel, vai ser preso. Com eles não acontece nada”, disse Danilo Fernandes no domingo (25), após o Bahia vencer a Juazeirense por 2 a 1 pelo Campeonato Baiano.
O jogador disse que se incomoda com o fato de que as pessoas que fizeram a emboscada e o feriram continuem a frequentar os jogos do Bahia.
“Todo jogo que eu vou esses bandidos vão estar na arquibancada. Você está a 20, 30 metros do cara que tentou te matar. No meu caso, se passaram dois anos e não aconteceu nada’, comentou o goleiro de 35 anos.
Danilo citou a presença de seus agressores no estádio, mas na prática ele esteve ainda mais perto de um deles. Janderson Santana Bispo recentemente participou de uma reunião entre membros da torcida organizada e lideranças do elenco do Bahia.
O intuito do encontro era cobrar os jogadores por melhores resultados e desempenhos na reta final da Série A de 2023. Durante a cobrança, que aconteceu nas dependências do clube, Janderson esteve na mesma sala que Danilo Fernandes, principal vítima do ataque ao ônibus.
Depois do jogo do Bahia, quem também comentou sobre a violência no futebol foi o treinador Rogério Ceni.
“O futebol está ficando tão complicado quanto o restante da sociedade. Vimos essa situação do Fortaleza lá em Recife. Se a gente não fizer nada, é questão de tempo para acontecer. Depois acontecer e se banalizar. Lamento tudo que a aconteceu essa semana” afirmou Rogério Ceni.
O ataque ao ônibus do Bahia completou dois anos no último sábado sem prisões e prazos para julgamentos dos denunciados.