Grêmio e Internacional estão unidos contra a Medida Provisória 984/2020, que alterou direitos de transmissão no futebol brasileiro. A dupla Gre-Nal entende que Jair Bolsonaro, presidente da República, deveria ter debatido com os clubes antes de assinar o texto. Sendo assim, acredita que teve um interesse específico.
Em entrevista na “Rádio Guaíba”, Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio, mostrou seu descontentamento com a MP: “Da maneira que foi encaminhada, me parece que a demanda atendeu a interesse específico. É um ato muito pequeno e de enorme problema, enorme consequência. Consequência que pode ser boa ou ruim. O cerne de tudo está a forma como foi encaminhado: completamente sem debate prévio. É de imaturidade política, que… Bom, nem vou adjetivar. Mas nos joga no centro de um problema que é discussão da Globo com o governo federal. É tudo que não precisávamos agora. O que vai acontecer, no mérito, não posso dizer. Mas a forma como isso tudo foi encaminhado, de maneira solitária por um clube, sem a mínima preocupação de debate”.
O mandatário gremista revelou conversa com Marcelo Medeiros, presidente do Internacional, demonstrando que os dois clubes pensam da mesma forma: “Tem clubes que acham boa a medida. Alguns se manifestaram publicamente achando interessante a MP. Como não discutimos nada, estamos divididos mais uma vez. E nos dividiram para atender uma situação especifica, vamos combinar que é bem especifica”.
Romildo ainda rebateu a declaração que Jair Bolsonaro fez em seu Twitter sobre estar democratizando o futebol brasileiro na questão de dar autonomia aos clubes mandantes para negociar os direitos de transmissão das partidas.
“Se fosse democratizar, ouviria a todos. Os clubes deveriam se posicionar para não serem engolidos por um debate que não provocaram. Estamos com 70% dos contratos de TV suspensos e não sabemos o que vem pela frente. A que serve essa MP? O que está por trás disso? Tenho muitas preocupações e temos que reagir. Reagir devolvendo a MP ao governo e abrindo debate. Temos mais três anos e meio de contrato pela frente. Então, de repente se acha um bom termo negocial para todos. Mas em meio à crise se gera esse problema. Não entro no mérito, mas no âmbito político”, completou Bolzan.