O sonho de ser jogador de futebol passa pela cabeça de muita gente. Ao longo da história, no Brasil e no mundo, os pensamentos vão além, mas poucos são os que conseguem realizar. O atacante João Victor está no seleto grupo dos que colocam em prática o que imaginou desde cedo. Nascido na cidade de Lagoa da Canoa, no Agreste de Alagoas, ser jogador de futebol profissional não foi fácil.
Em férias no Rio de Janeiro, jogou por um mês nas categorias de base do Flamengo, mas não havia alojamento para o Sub-13 na época. Com isso, voltou a Alagoas e quatro anos depois retornou ao Rio de Janeiro. Desta vez, aprovado e com os primeiros passos dados no Tigres do Brasil. O alagoano teve chance de jogar no exterior, mas a burocracia impediu naquele momento. Ainda assim, atuou no Serrano-RJ e assinou o primeiro contrato profissional no Sinop.
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A partir de 2021, a ainda breve carreira ganhou capítulos especiais. João Victor teve a chance de jogar perto de casa, no ASA. O período foi tão produtivo que o contrato foi estendido até 2023, mas veio a oportunidade de atuar no futebol internacional. Desta vez, nenhum empecilho. Contratado pelo Delvina KF, da Albânia, na metade da temporada internacional, o atacante marcou quatro gols, deu três assistências e participou de 14 partidas.
Em entrevista ao Esporte News Mundo, o atleta falou sobre os percalços para se firmar no futebol profissional e a importância de jogar na Europa para seu futuro. Com os pés no chão, confia no próprio desempenho e na competência de quem cuida de sua carreira para manter o sucesso e representar a cidade de Lagoa da Canoa no Velho Continente.
Esporte News Mundo – O que considera como importante para não ter desistido em meio aos empecilhos quando você era mais novo?
João Victor – Entrei em vários becos estreitos durante minha carreira até aqui. Mas o que mais me motivou foi minha esperança e a fé em Deus. Parecia que eu sabia que algo de bom estava por vir e, sem dúvida alguma, ainda virá muito mais.
ENM – O que realmente chamou tua atenção para jogar na Albânia?
JV – Plano de carreira. A gente sabe que o futebol europeu está em uma prateleira acima. Para o projeto de carreira e a pretensão de conseguir uma vida financeira melhor. Estamos nesse processo de ir em busca de melhores oportunidades e foi a oportunidade perfeita.
ENM – Para alguém nascido no Nordeste, como é a adaptação na Albânia? Lidar com clima, idioma e culinária, por exemplo. Quais as características mais fortes do futebol no país?
JV – Bom, confesso que tudo foi um desafio para mim. O clima até facilitou um pouco para a adaptação. É um país com o clima de verão parecido com o Brasil. Mas a culinária, até os últimos dias, foi meu pior adversário. Para mim, foi necessário preparar uma alimentação o mais parecido possível com o paladar brasileiro. Sobre o futebol, a característica que destaco é a força. São vários jogadores altos e fortes, principalmente na parte defensiva.
ENM – A chegada de Sylvinho como técnico da Albânia te motiva a, quem sabe, poder disputar uma partida pela seleção?
JV – Confesso que não pensei nisso, mas estou trabalhando para chegar em nível de seleção. A estrada é longa e incerta, mas, caso chegue, não me vejo representando outro país a não ser o Brasil.
ENM – Quais são os pontos que você acredita que pode evoluir e que o Delvina é importante neste quesito?
JV – Tenho certeza de que nunca estamos prontos. Sempre teremos que melhorar em todos os aspectos. Procuro sempre evoluir com meu profissionalismo durante esse processo. O Delvina foi um clube bom para a minha carreira. Agradeço a todos que fazem e fizeram parte da temporada, mas já estou decidido que não irei renovar para a próxima temporada.
ENM – Qual teu grande sonho e como se vê a médio prazo no futebol?
JV – Estou levando como sempre levei minha vida. Um passo de cada vez, procuro só fazer meu trabalho e deixar que o meu desempenho e os meus empresários me guiarem neste quesito.
