Copa do Mundo - Qatar 2022

Jogador é condenado a pena de morte após ser acusado de traição no Irã; entenda

Jogador é condenado a pena de morte após ser acusado de traição no Irã; entenda
Divulgação/FIFPro

O jogador Amir Nasr-Azadani, de 26 anos, foi acusado de traição no Irã e condenado a pena de morte após se manifestar a favor das mulheres. A manifestação era em prol da morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que foi morta por não utilizar o véu na cabeça de forma correta. O evento terminou com confusão e três policiais mortos.

Após a manifestação, o jogador foi considerado um traidor de sua pátria e condenado a morte, com execução em praça pública. Ele está entre os nove acusados da morte dos oficiais, que ocorreu no dia 25 de novembro. O jogador foi detido dois dias depois do ocorrido. Além disso, ele é acusado de participar de um “grupo armado e organizado que tem como objetivo atacar a República Islâmica do Irã”, segundo ge.

Muitos outros atletas árabes se manifestaram pedindo a liberação de Azadani, incluindo Ali Karimi, ex-jogador do Bayern de Munique e da seleção iraniana. O FIFPro (Federação Internacional de Jogadores Profissionais), emitiu um comunicado sobre a situação e diz estar chocado com a sentença. A federação vem tentando viabilizar a suspensão da execução do jogador.

A FIFPRO está chocada e enojada com relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani pode ser executado no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e pela liberdade básica em seu país. Nos solidarizamos com Amir e pedimos a remoção imediata de sua punição – escreveu a Federação Internacional de Jogadores Profissionais em sua conta no Twitter.

O jogador Amir Nasr-Azadani fez sua carreira toda no Irã e atualmente defende as cores do Iranjavan FC, clube com o qual tem contrato até junho deste ano. Ele se profissionalizou em 2015 e já vestiu a camisa de outras três equipes locais.

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O CASO

O Irã passa por protestos no país desde 2009, com milhares de pessoas nas ruas lutando pelos direitos das mulheres iranianas, principalmente durante esta Copa do Mundo do Qatar. O começo foi com a prisão e morte de Mahsa Amini.

Ela foi detida na capital Teerã após violar regras iranianas em relação ao uso do hijab – véu que as mulheres do Irã usam sobre a cabeça. Segundo a polícia, Mahsa sofreu um infarto e acabou não resistindo, mas existem denúncias de que ela teria sido atingida propositalmente na cabeça por um cassetete. Algumas imagens da jovem de apenas 22 anos desfalecendo em uma unidade da polícia foram divulgadas e revoltaram toda a população. Ela ficou em coma, mas acabou não resistindo e faleceu.

Mulher faz protesto por Mahsa Amini, morta após violar regras do Irã | GIUSEPPE CACACE/AFP via Getty Images
Torcedores fazem protesto pela liberdade para as mulheres | FADEL SENNA/AFP via Getty Images

Um dos grandes protestos ocorreu após o funeral de Mahsa, em Saqqez, ao oeste do Irã. Lá, durante os protestos, muitas mulheres assumiram protagonismo e até não usam o hijab na cabeça.

Porém, antes o que era algo em relação à justiça para Mahsa, agora toma proporções enormes e é por mais liberdade. Existe até um grupo de pessoas que querem a deposição do estado do Irã. Recentemente, o governo do Irã autorizou pena de morte aos manifestantes. Até então, a primeira pessoa a receber a punição não teve seu nome divulgado, mas no último dia 14 de novembro, chegou a ser punida por “perturbar a ordem e a paz da comunidade e cometer um crime contra a segurança nacional” – as denúncias à respeito também se incluem como “ser inimigos de Deus” e “destruição nacional”.

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