O dia de domingo (18) para os torcedores do Monza será inesquecível, a equipe colorada derrotou a Juventus por 1×0 pela primeira vez na história. Além de vencer os poderosos bianconeri, a pequena equipe da província de Milão conseguiu deixar a lanterna do Italiano e afundou ainda mais a imponente Vecchia Signora.
A partida se desenhou como um poderoso obstáculo para uma Juventus sem criatividade, embora conseguisse articular boas jogadas pelo lado esquerdo com a presença constante de Kostic e Miretti que buscavam a profundidade e o ‘chuveirinho’ com Vlahovic.
O sérvio apareceu pouco na primeira etapa. A defesa do Monza conseguiu replicar uma linha defensiva com 5 peças e posteriormente uma linha com 4, deixando Dany Mota livre para as puxadas de contra-ataque, que acabaram por funcionar.
A Juventus não se encontrou na primeira etapa, sofreu com as subidas em velocidade do brasileiro Carlos Augusto, que conseguiu deixar De Sciglio sem qualquer poder de marcação. A Vecchia Signora parecia amortecida com os contra-ataques encaixados da equipe da casa.
Aos 30′, a Juve só havia conseguido duas finalizações ante 7 do Monza, que até o término da partida estava estacionado na lanterna do campeonato. Em determinado momento, a equipe colorada adiantou suas linhas provocando o isolamento de Vlahovic, e incomodando o meio-campo da Juve.
Aos 39′ o principal lance da primeira etapa, Di María, que vem colecionando péssimas exibições em seu começo de passagem pela Juventus, acertou uma cotovelada no peito do jogador do Monza e recebeu o cartão vermelho direto. Obrigando a equipe bianconeri a jogar o segundo tempo com um a menos.
A interrupção que Di María provocou no primeiro tempo foram de 4 minutos, entre as imagens colhidas na transmissão era possível ver um Massimiliano Allegri tenso no camarote, do qual precisou assistir a partida por suspensão, e um Bonucci desesperado no banco de reservas tentando reverter a saída do argentino.
Uma vitória para a posteridade
O Monza conseguiu sobressair as expectativas com as infiltrações de Pessina, e as boas movimentações do centro-avante da equipe colorada, Gytkjær, que viria a ser o nome da partida minutos depois.
A partida conseguiu se desenhar de maneira muito convincente com as linhas do Monza jogando próximas e acima do meio-campo. A Juve não se recompôs e isolou um Vlahovic cada vez mais sem efetividade no ataque bianconeri.
Historicamente, o Monza nunca havia conseguido vencer a Juventus. Até os 70′ de partida, a equipe colorada mantinha 60% da posse de bola e conseguia propor o jogo com enorme facilidade diante de duas linhas estraçalhadas da equipe bianconeri.
Aos 73′ Gytkjær apareceu em um lançamento feito da lateral e entre dois zagueiros e desviou a bola para o gol de Perin, que nada pode fazer. O placar aberto fez o estádio ir abaixo com as comemorações emocionantes e um elenco reunido para celebrar o histórico gol.
A Juve não conseguiu ressurgir após isso, mesmo com uma profusão de bolas alçadas no ataque em busca de Vlahovic, que esbarravam em uma péssima exibição do sérvio. Os comandados de Allegri não conseguiram colocar a cabeça no lugar, e explodiram no número de faltas. A partida terminou com 23 faltas da Juve ante 11 do Monza.
O contraste se estendeu até os extensos 5 minutos finais de acréscimos, o Monza se defendeu bem com o espanhol Pablo Marí, até então o melhor zagueiro da equipe italiana. Ao apito final, Bonucci liderou os jogadores do elenco até os torcedores da Juventus e ouviu os pedidos de demissão de Allegri ecoarem pelo Brianteo.
Allegri em xeque-mate
A Juventus vive sob a promessa de uma temporada diferente da que jogou em 2021-22, e isso é totalmente possível de observar nos primeiros jogos de 2022-23. A equipe está diferente, muito menos ofensiva e confusa, com um meio-campo limitado e enormes dificuldades na criação.
O jogo, necessariamente, passa pelos pés de Paredes e precisa ser concluído pelo sérvio Vlahovic. Mas o conjunto dos 6 jogadores que, em tese, deveriam compor o meio e o ataque é um cenário de pânico para a torcida bianconeri. Com um Dí Maria desconectado de seu bom futebol e um contestado McKennie.
Allegri não conseguiu dar uma forma de jogo a Juventus, e nas primeiras rodadas do Italiano é possível descartar que a equipe de Turim consiga disputar o título contra um poderoso Napoli, as surpreendentes Lazio e Udinese e um resiliente Milan.
As incertezas sobre o trabalho do treinador, que foram levantadas ainda na temporada passada, começam a ressurgir com mais força agora. Embora tenha um apoio incodicional dos Agnelli, o comandante já não agrada mais a arquibancada e com Zidane e Cannavaro livres no mercado, a pressão para cima do italiano aumentará nas próximas semanas. É possível salvar a temporada?
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