Automobilismo
Lella Lombardi e Maria Teresa De Filippis: as pioneiras mulheres na Fórmula 1
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Com mais de 70 anos de história, a F1 ainda é uma categoria dominada por homens. Ao todo, registra-se apenas cinco mulheres na Fórmula 1, inscritas para um Grande Prêmio. Nem todas participaram efetivamente da corrida. Coube a duas italianas abrirem o caminho: Maria Teresa De Filippis e Lella Lombardi.
Nascida em Nápoles, De Filippis disputou três corridas em suas duas temporadas na categoria, pilotando pela Maserati e pela Behra-Porsche, entre os anos de 1958 e 1959.
Em entrevista ao jornal Público, de Portugal, De Filipis recordou o Grande Prêmio da França em 1958. Em função de dificuldades com a língua e de um problema de audição, a italiana contou, por intermédio de Théo, seu marido, que foi proibida pelo diretor da prova de disputar a corrida:
— O diretor, Toto Roche, recusou a participação dela, por ser mulher. Toto Roche foi à entrevista coletiva, mostrou uma grande fotografia da Maria Teresa e disse: ‘Uma jovem tão bonita como esta não deve usar nenhum capacete a não ser o secador do cabeleireiro’ – relatou.
A curta carreira da primeira mulher na Fórmula 1 terminou no ano seguinte, após muito amigos morrerem praticando o esporte. “Ela parou porque, em 1959, o Jean Behra morreu em Avus [Alemanha] num carro em que a Maria Teresa devia correr. Depois disso, deixou as corridas e dedicou-se à família”, contou Theo.
MEIO PONTO PARA A HISTÓRIA
Maria Grazia Lombardi, a Lella, teve uma carreira de sucesso no automobilismo, antes e depois da F1. “Venci muito na Itália – seis vezes campeã do torneio feminino. Então, quando a March me chamou para fazer um teste com eles, perguntei a mim mesma: por que não?”, contou em entrevista à revista People.
Com 12 provas disputadas, Lella tem o maior feito de sua carreira ligado a uma tragédia. O GP da Espanha de 1975, disputado em Montjuïc, é conhecido como Domingo Sombrio. Sem nenhuma condição de segurança, terminou após 29 voltas, depois de um grande acidente com Rolf Stommelen. O piloto decolou, acertou a arquibancada e matou cinco espectadores.
Dos 25 carros que largaram, apenas oito terminaram a prova. Lella foi a sexta colocada e conquistou meio ponto. Até hoje, a única pontuação feminina na F1.
PASSADO E FUTURO
Em uma época que era necessário classificar o carro para a corrida (como acontece nas 500 milhas de Indianápolis), Divina Galica, Desirè Wilson e Giovanna Amati foram outras três mulheres que tentaram a sorte na F1, mas bateram na trave.
Já nos anos 2000 e 2010, a presença de mulheres na Fórmula 1 foi maior, mas nos bastidores. Sarah Fisher (McLaren), Katherine Lagge (Minardi), María de Villota (Marussia), Susie Wolff (Williams), Simona De Silvestro e Tatiana Calderón (Sauber) participaram do desenvolvimento de carros, realizando testes em túneis de vento e em pista. Claire Williams foi a única mulher diretora de equipe, ficando no cargo até setembro de 2020.
Atualmente, duas mulheres participam de academias de jovens das equipes: Jamie Chadwick, na Williams, e Maya Weug, na Ferrari.
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