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Lenda da NBA, Kareem Abdul-Jabbar se manifesta sobre os protestos nos EUA: “Vírus do racismo é mais letal do que a Covid-19”
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Lenda da NBA, Kareem Abdul-Jabbar comentou sobre a morte de George Floyd e os protestos contra violência policial nos Estados Unidos. Em um artigo publicado neste domingo (31), no jornal Los Angeles Times, o ex-jogador do Milwaukee Bucks e do Los Angeles Lakers falou que a revolta atual é resultado de anos de opressão.
No artigo, Kareem defendeu protestos pacíficos e disse que o racismo nos Estados Unidos é velado.
– Sim, os protestos costumam ser usados como desculpa para alguns aproveitarem. Não quero ver lojas saqueadas ou até prédios queimarem. Mas os afro-americanos vivem em um prédio em chamas há muitos anos, sufocando na fumaça enquanto as chamas ardem cada vez mais. O racismo na América é como poeira no ar. Parece invisível até o momento que você deixa o sol entrar e então o vê em toda parte. Contanto que continuemos jogando essa luz, temos a chance de limpá-la onde quer que ela caia. Mas temos que permanecer vigilantes, porque o racismo sempre está no ar.
O ex-jogador falou que o vírus do racismo é muito mais letal que a COVID-19 e que a discriminação institucional no país já perdura por décadas.
– Os manifestantes negros chegaram ao limite e não porque querem bares e salões de beleza abertos, mas porque querem viver, respirar. A principal preocupação da comunidade negra no momento não é se os manifestantes estão a um ou dois metros de distância ou se algumas almas desesperadas roubam algumas camisetas ou até ateiam fogo em uma delegacia, mas se seus filhos, maridos, irmãos e pais serão assassinados por policiais apenas por andar, correr ou dirigir. O vírus do racismo que infecta o país é mais mortal que o COVID -19.
No texto, Kareem também teceu críticas a Trump e aos recentes tweets do presidente sobre os manifestantes.
– Embora esse racismo institucional esteja sendo exposto, parece que a temporada de caça aos negros está aberta. Se ainda houver alguma dúvida, os recentes tweets do presidente Trump confirmam isso, ao chamar os protestantes de “bandidos” e “saqueadores”.
Durante a carreira, o ex-jogador, de 73 anos, construiu um extenso legado de ativismo social, que começou com a sua recusa de representar os EUA nas olímpiadas de 1968, na Cidade do México, como forma de protesto contra a discriminação e a segregação racial no país. Formado em História pela Universidade da California (UCLA), o ex-atleta costuma se posicionar sobre questões raciais e religiosas.
Kareem é o maior pontuador da história da NBA, com 38.387 pontos, e conquistou seis títulos, seis MVP e 19 seleções para o jogo das estrelas, durante passagens pelo Milwaukee Bucks e Los Angeles Lakers.