Mais uma vez o UFC pode ver lutadores se envolverem com polêmicas fora do octógono. Desta vez, uma controvérsiaque envolve até mesmo o Departamento de Estado dos Estados Unidos, conforme apontou o jornal ‘The New York Times’,
Segundo a publicação, o órgão ligado ao governo americano estaria ‘ciente’ de que lutadores da organização tem mantido relações com o governo da Chechênia, que é alvo de diversas sanções por parte dos EUA por violações de direitos humanos e seu envolvimento ao lado da Rússia (de onde é região autônoma) na guerra contra a Ucrânia.
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A principal ligação citada em tal investigação é a presença de lutadores contratados do Ultimate ao lado de Ramzan Kadyrov, ditador checheno que tem usado o MMA para promover sua região, com uma academia própria (Akhmat MMA) onde vários contratados da organização costumam treinar.
Kadyrov é alvo de diversas acusações de violação de direitos humanos, especialmente em relação à comunidade LGBTQIA+. Estas acusações variam desde sequestro de pessoas ligadas à comunidade a tortura e assassinatos de gays na região, o que levaram os EUA em 2017 a promulgar sanções contra o líder checheno.
Novas sanções contra o ditador e seus familiares e empresas foram anunciadas pelos americanos em setembro passado. Desta vez, a punição se deu por conta do apoio à Rússia no conflito desta com a Ucrânia, sendo um dos aliados mais próximos do presidente russo Vladimir Putin, chegando a enviar soldados para se juntar ao aliado no confronto contra as forças ucranianas.
Apesar de não haver qualquer ligação direta entre o UFC e Kadyrov, o líder político frequentou eventos da organização no passado e é bastante próximo de lutadores oriundos da região do Cáucaso. O ex-campeão peso-leve do Ultimate, Khabib Nurmagomedov, foi bem próximo do ditador no passado, tendo aparecido ao lado dele em várias ocasiões. Outro lutador que fez várias aparições públicas e que tem também uma relação com o checheno é Khamzat Chimaev.
Mas as relações do líder da Chechênia não se resumem apenas a lutadores locais. O jornalista Karim Zidan postou fotos de uma visita de outros três lutadores, Kamaru Usman, Henry Cejudo e Justin Gaethje, a uma escola militar local. Ali, os três contratados do Ultimate apareceram praticando com armas e lança-mísseis e também teriam comparecido a uma festa de aniversário de um dos filhos de Kadyrov.
Segundo uma fonte do Departamento de Estado dos EUA ao site MMAJunkie, os três lutadores acabaram não acatando um pedido do governo americano para vetar viagens de cidadãos do país para a Rússia por conta da guerra contra a Ucrânia. Apesar de não afirmar se o trio teria violado de fato as sanções impostas contra o checheno, o fato da ida para a região já implicaria possíveis riscos de sofrerem sanções e restrições impostas pelos russos a americanos.
