Uma investigação solicitada pela AIBA (Associação Internacional de Boxe) concluiu que várias lutas das Olimpíadas Rio 2016 e Londres 2012 tiveram manipulações. Conduzida por Richard McLaren, a pesquisa aponta que tanto árbitros quanto juízes estariam envolvidos em alterações nos eventos. De acordo com o GE.com, não há um número exato de lutas modificadas, mas 11 confrontos são dados como certos. Ao todo, o documento possui 149 páginas e envolve até um ex-dirigente da associação.
— Essa estrutura informal permitia cumplicidade e anuência dos árbitros e juízes, que eram designados para garantir resultados previamente acordados em combates específicos — disse Richard.
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De acordo o professor, o esquema funciona com funcionários da AIBA convencendo árbitros e juízes para consumar a manipulação de determinados resultados. Aqueles que aceitassem participar da manipulação era convocados para participarem de lutas específicas de acordo com o planejamento. Com isso, horas antes dos eventos em questão os profissionais eram comunicados sobre quem deveria vencer os combates selecionados.
Um dos casos referenciados por Richard McLaren é de uma propina no valor de 250 mil dólares (R$ 1,3 milhão) em uma luta que deveria ter como vencedor um lutador da Mongólia contra um francês. O então presidente da AIBA, C.K. Wu, também foi citado devido a um caso que aconteceu em Londres 2012. Na ocasião, o mandatário tinha pedido para que lutadores da Turquia conseguissem a vaga para a competição devido ao auxílio do país na realização do pré-olímpico. Na mesma situação, o cartola teria solicitado para que lutadores do Azerbaijão também não conquistassem nenhuma medalha de ouro na edição.
Todo esse turbilhão envolvendo a AIBA deixa em risco a continuação do boxe na programa olímpico. Os recentes casos de corrupção, tráfico de heroína envolvendo ex-dirigentes, e outras situações em campeonatos menores causaram problemas na relação com o COI. Desde 2017, a associação sofre com casos que resultaram em renúncias de cartolas, expulsão de árbitros e até a retirada de poder da entidade na organização do boxe nos Jogos Olímpicos de Tóquio.