Dia 09 de fevereiro de 1983, estádio do Canindé. O que seria apenas mais um jogo do Campeonato Brasileiro, entre Corinthians e Tiradentes, do Piauí, acabou ficando marcado na história como a maior goleada da história da competição.
A equipe alvinegra, que meses depois faturaria o bicampeonato paulista, contava com nomes de peso como Biro-Biro, Sócrates, Wladimir e Zenon e entrou em campo como franca favorita, porém, não se esperava tamanha superioridade. Pelo lado piauiense, o Tiradentes disputava sua quinta edição do torneio nacional após ter sido promovido da Série B no ano anterior.
O jogo
A partida começou, ironicamente, favorecendo o lado do time de Teresina. Sabará, de pênalti, abriu o placar aos 18 minutos da primeira etapa. No entanto, o Timão não demorou a reagir. Seis minutos depois, Sócrates, também da marca da cal, igualou o placar. A partir de então, só o Corinthians jogou.
Ao final do primeiro tempo, o placar de madeira do Canindé já marcava 5 a 1 para o Alvinegro paulista, com mais dois gols de Sócrates, um de Biro-Biro e outro de Paulo Egídio. Na volta do intervalo, pouco mudou na dinâmica do jogo e o Timão continuou em cima, pressionando o Tigre da PM.
E o que já era goleada, virou um jogo marcado na história. No segundo tempo, Paulo Egídio e Sócrates novamente, Ataliba, Vidotti e Wladimir fecharam o placar e encerraram a noite balançando dez vezes as redes do goleiro Neto. Destaque para o lateral esquerdo corinthiano, que deixou sua marca em um gol memorável de bicicleta.
“Mais um”
Uma curiosidade interessante sobre essa partida foi a reação da torcida alvinegra à goleada aplicada pelo Timão sobre o time de Teresina. Em 1983, a gigante maioria dos estádios ainda não eram equipados com placares digitais, muito menos grandes telões como é usual nas arenas que permeiam o futebol brasileiro hoje. E no Canindé não era diferente.
O placar de madeira precisava ser manuseado por um funcionário do local, que a cada gol trocava o marcador de tentos. Após o décimo gol, a torcida corinthiana, percebendo que ambas as placas com o número “1” estavam sendo utilizadas e que mais um gol forçaria a colocação de uma terceira placa – provavelmente inexistente – no placar, começou a entoar o cântico “mais um” para empurrar seus jogadores a vazar a defesa do Tirandentes mais uma vez.
No entanto, apesar do desejo da torcida corinthiana, o Tigre da PM se segurou e a partida acabou terminando em 10 a 1, favorecendo o Alvinegro paulista e sendo o suficiente para estabelecer, até 2021, o recorde de maior goleada da história do Campeonato Brasileiro.
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