Após ter ficado na frente do placar com de Lima, o Fluminense sofreu a virada no Couto Pereira e saiu em desvantagem para o jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores contra o Grêmio, na próxima semana no Maracanã.
O Tricolor das Laranjeiras fazia uma boa partida, inclusive ia vencendo por 1 a 0 no Couto Pereira. Entretanto, após erros individuais, sofreu dois gols ‘bobos’ em um período de 5 minutos, ambos marcados pelo lateral Reinaldo, um de pênalti e o outro com uma cobrança de falta direta.
O Fluminense já havia sofrido uma virada na Copa do Brasil há duas semanas, quando abriu o placar contra o Juventude no Alfredo Jaconi, mas acabou perdendo de virada por 3 a 2, tornando o dever de casa muito difícil no Maracanã.
O cenário, dessa vez em outra competição, é o mesmo. O Fluminense terá que reverter uma diferença de um gol caso queira avançar para as quartas de final e lutar para o bicampeonato da Libertadores.
Apesar das falhas individuais, a partida que o Fluminense ia fazendo até sofrer os gols era até que muito, com altos e baixos, mas competindo e incomodando o Grêmio. Sobre isso, o técnico Mano Menezes comentou a derrota amarga, mas com otimismo.
“Foi um bom jogo, disputado, intenso, como geral é a Libertadores. Até em clubes brasileiros baixa um espírito de Libertadores. Começamos bem, com Martinelli atuando por dentro ao lado do André, e Alexsander por fora para ajudar o Esquerdinha (lateral-esquerdo de 18 anos), por ele ser jovem e o Grêmio jogar bastante pelo lado. Entendemos que era necessário no início e, ao mesmo tempo, tivemos saída para o ataque. Tivemos diversas vezes saídas para o ataque em situações de quatro contra três, que deveríamos ter aproveitado, como já fizemos outras vezes.”
Mano não deixou de comentar as substituições ‘forçadas’ que teve que realizar, visto que sofreu com alguns jogadores pedindo para sair devido à lesões.
“Com a saída de Martinelli por lesão, trouxemos o Alexsander para dentro (ao lado do André) e colocamos o Keno, para ter velocidade pelo lado esquerdo. Demoramos um pouco para entrar no jogo e o Grêmio teve seu melhor momento. As duas equipes voltaram bem do segundo tempo e perdemos o Keno logo no início da segunda etapa, foi difícil pra gente. Se tivéssemos tirado o Keno no intervalo, seria melhor, pois teríamos duas substituições restantes. Ficamos com uma só e isso me obrigou a fazer logo duas alterações, senão ficaria difícil mais pra frente. Saímos na frente com uma jogada bem trabalhada, definição boa do Lima.”
O técnico do Fluminense também expôs os erros que levaram a equipe a sofreu essa virada amarga na partida, deixando claro a frustração pelo resultado.
“Ao sermos pressionados, saímos do jogo, não ficamos com a bola lá na frente, não tivemos uma saída de bola lúcida, o que é necessário, senão o adversário te amassa. Pecamos nesse aspecto como equipe, não encontra as saídas para essas horas que vão acontecer. Levamos o jogo para lá, acho que o confronto está aberto. Não era o resultado que a gente queria, mas vamos trabalhar para fazermos um jogo no nível que fizemos aqui.”
Outros trechos da coletiva de Mano:
Sobre a equipe sofrer muitas virada desde a sua chegada
Sempre é muito fácil pro treinador dizer que é psicológico, essas coisas. Acredito muito em trabalho, parte tática e organização da equipe. O adversário também tem suas armas e trabalha para usá-las, o futebol é aproveitamento. Fizemos uma jogada linda no primeiro tempo, entramos cara a cara, a bola bate embaixo do goleiro, quase entra, mas não entra. Já a deles, foi uma cobrança que não bateu em ninguém. É muito raro essa bola entrar direto, mas entrou. As duas foram feitas, a nossa, talvez até com mais qualidade para ser gol. Mas o futebol é assim. Acho que a equipe tem que ter personalidade e ambição para saber jogar com o placar favorável para gente, mas também saber suportar a pressão do adversário. Temos que saber suportar isso bem, sem perder a capacidade de jogar. Quando um time deixa de jogar, pega a bola e entrega pro adversário como fizemos hoje, está chamando o adversário para cima de você, porque ele vem. Começa a se sentir mais confortável para arriscar como o Grêmio arriscou.
Os pontos fracos do Grêmio que podem ser explorados no jogo de volta
Nenhuma (fragilidade). Eu vi um Grêmio muito bem, muito forte. Foi um jogo bem jogado pelas duas equipes, assim como vai ser semana que vem lá no Rio de Janeiro (no Maracanã).
Sobre as tomadas de decisão, muita das vezes, precipitadas no ataque
O futebol é muito tomada de decisão. A gente estabelece os caminhos a as questões táticas de jogo, mas o jogo vai ser decidido com os jogadores, com suas escolhas e com suas definições. O que eu penso, é que quando as coisas começam a funcionar bem, a equipe fica mais confiante para definir melhor e é isso que temos que ter nessas horas.
Sobre as falhas do jovem lateral-esquerdo Esquerdinha, de apenas 18 anos
O jogo de futebol é assim. Iniciou firme, bem, trabalhamos muito para que ele tivesse essa atuação com a firmeza que teve. Estava marcando um jogador muito experiente, agudo, de Seleção Argentina com o Pavón. Mas um pênalti mexe com todo mundo, com ele também, provavelmente. Perdeu um pouco da tranquilidade no posicionamento, já entrou de qualquer jeito na bola e não dá. O jogador que ele estava enfrentando no segundo tempo (o Soteldo), não pode entrar de qualquer jeito para tomar a bola, porque você não consegue. Nessa hora, os outros mais experientes tem um papel importante em orientá-lo, reposicionar e acalmar. Pode ter acontecido com ele, mas certamente vai estar no próximo jogo mais bem preparado ainda.
A atuação da arbitragem na partida
Queria aproveitar para elogiar a arbitragem da partida. Achei o jogo muito criterioso, arbitrado, ao menos que tenha escapado algum lance da gente. Muito bom termos o jogo jogado, decidido dentro de campo como foi o de hoje. Dei os parabéns ao Dario Herrera (árbitro do jogo), já que não é por causa da derrota que devemos deixar de elogiar. Foi um jogo muito completo em muitos aspectos.
Sobre a sequência ruim do Fluminense após ter vivido boa fase no Brasileirão
Temos que saber interpretar as coisas. O futebol brasileiro é um futebol de semanas boas e semanas ruins. Há muita oscilação, se você tem uma sequência ruim, perde jogadores importantes e eles fazem falta, mesmo com bons reservas. Mas tem que ter calma, mesmo com sequência de vitórias. Elas foram construídas em cima de pequenos detalhes, assim como as derrotas estão acontecendo em cima de pequenos detalhes, ora favoráveis, ora contra. Acho que a equipe está se comportando bem, melhorando o ataque ao espaço, como foi o gol.