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Mário garante Diniz focado no Fluminense e nega conflito de interesse: ‘Não vai atrapalhar’

Foto: Divulgação/Fluminense

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, concedeu entrevista coletiva para explicar sobre Fernando Diniz comandar a Seleção Brasileira

Foto: Divulgação/Fluminense

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira para explicar sobre Fernando Diniz assumir o cargo de técnico da Seleção Brasileira de forma interina. O treinador irá conciliar o cargo no clube e na CBF.

Conflito de interesse?

– Não vejo conflito, da mesma maneira que nosso preparador físico Marcos Seixas seja convocado, como foi para a seleção e Olimpíada. No Fluminense temos convocados de maneira costumar o Marcos Seixas, preparador físico, o Walter Veloso, massagista, o Gabriel Oliveira, analista de desempenho na Copa do Mundo, Igor Cotrim, preparador físico, Gabriel Viana… A comissão técnica toda do Fluminense não está indo para a Seleção. E esse indo é para auxiliar, mas não necessariamente estar fisicamente. Nos períodos que ele estiver dirigindo a Seleção, um dos auxiliares, o Eduardo Barros, iria treinar o Fluminense – garantiu.

Dedicação

– A outra opção era perder 100%, e isso mexeria com o o nosso planejamento. Isso não vai nos atrapalhar. O Fluminense conquistou coisas nos últimos quatro anos porque temos equilíbrios nas decisões. Pensamos em tudo. Era um norte não perder o treinador no meio da temporada. A manutenção do trabalho, do estafe, do treinador, e uma construção que mantivesse o treinador aqui era muito importante para nós.

– Ele vai dedicar 100% do tempo dele ao Fluminense. Vocês atuam em outras funções, e não sempre estão desfocados do que estão fazendo. Obviamente que o Fernando é um treinador que mora sozinho no Rio de Janeiro, num hotel, por vezes acaba o treino e ele diz que precisa ir pro hotel assistir jogos.

Período sem Diniz

– É um profissional que se dedica 18 horas ao trabalho, seis ele dorme e duas ele fala com a família pelo telefone. Ele tem mulher e quatro filhos. Como aconteceu no sábado, ele ficou lá de sábado pra domingo, depois ficou com a família. Ficou muito claro que o Fernando não vai ter tempo para excursionar pela Europa pra ver jogadores pra convocar. Essa convocação será feita da maneira que ele pode atender o Fluminense: à distância.

Possibilidade de Seleção Olímpica

– Ednaldo fez uma proposta para que o Fernando Diniz integrasse a comissão técnica do Carlo Ancelotti. Também foi discutido a possibilidade de comandar a seleção olímpica. O Diniz disse que não. Que não poderia assumir essa responsabilidade por conta do Fluminense.

Compensação financeira

– O Fluminense recebe uma compensação financeira pela negociação. Obviamente, vamos ter o nosso treinador atendendo a seleção brasileira. A CBF entendeu que isso seria algo justo. Obviamente, dentro da filosofia de não querer perder o nosso treinador, aceitamos esse projeto.

FOTO: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
FOTO: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC

– A compensação financeira que o Fluminense vai receber é a mesma que seria paga pela CBF em caso de rescisão. Não vou falar valor. Mas é o mesmo da rescisão

Diniz já tinha avisado….

– Desde o início, o Fernando [Diniz] afirmou que se o convite da CBF viesse no início de uma temporada, em janeiro, ele tenderia a aceitar. Se viesse no meio da temporada, ele não largaria. Quando chegou, ele pediu que fizéssemos um desenho que o Fluminense não fosse prejudicado.

Seleção

– Não gostaria de falar da minha opinião sobre os desígnios da Seleção, porque assim como o Fluminense, a Seleção também passa por um período de renovação. Estamos há muito tempo sem conquistar uma Copa do Mundo e precisamos entender que o presidente Ednaldo está construindo da melhor maneira possível. Eu o conheço há pouco tempo. Com todas as pessoas do futebol ele é muito correto, elegante e com ótimas intenções com o futebol brasileiro. Me parece muito preocupado com várias questões do futebol, não só do campo. Meus diretores do clube também são tricolores e sempre digo que as pessoas vão olhar para o resultado.

Instabilidade

– Zero preocupação com relação a isso. Não temos nenhuma instabilidade interna e nunca tivemos. Nesse período que estamos aqui, nunca tivemos. Temos um grupo espetacular, unido, e se no vestiário o pau não quebrar de vez em quando é até ruim. O que as pessoas querem é encontrar justificativas para resultado sem encontrar todo o contexto. Ano passado aconteceu a mesma coisa. Estamos dentro, tomando as porradas, e sempre olhamos as porradas que tomamos. As pessoas querem encontrar motivos.

Vai afetar ao Fluminense

– Nossa decisão foi em função de manter o nosso treinador. A ideia é que ele siga com o Fluminense como prioridade e na data Fifa treinar a Seleção. Temos certeza que não vai afetar o trabalho aqui.

Recepção da torcida

– A recepção da torcida, eu espero que seja a mesma de quando ele retornou ao clube em 2022. Que ela continue acreditando que ele pode fazer nossos olhos brilharem e jogar um grande futebol. Eu fui muito criticado por muitos pares meus por trazer o Diniz de volta em ano de eleição. Eu não trouxe o Diniz por medo de perder a eleição. Trouxe pelas minhas convicções. Poderia trazer um nome consagrado do futebol brasileiro para me proteger.

Pronunciamento de Mário Bittencourt

“Na semana passada, logo após a classificação contra o Sporting Cristal, recebi uma mensagem do presidente Ednaldo, da CBF, me parabenizando e, em seguida, dizendo que precisava ter um encontro comigo para falar sobre outro assunto. Eu tinha viagem marcada por questões profissionais e também envolvendo o Fluminense. Eu tinha ido a São Paulo para reunião da LFF, eu já tinha viagem programada para lá por questões profissionais.

Disse ao presidente que poderíamos fazer uma conferência de vídeo, que foi quando ele me perguntou sobre liberar o Fernando para a CBF. Gostaria de destacar a honradez do presidente da CBF e ele sempre foi muito solícito. Ele foi muito ético porque sequer procurou o treinador e os empresários, foi direto no Fluminense. Considerei que foi uma atitude muito correta. Após isso conversamos por um longo tempo. Disse que a minha posição era a mesma que em outras entrevistas. Naquele momento eu dizia que se fosse o desejo do Fernando e pagassem a multa, o Fluminense não teria o que fazer.

O Fluminense não quer encerrar o trabalho e deixei isso muito claro. Disse ao presidente que não quero perder o treinador e que o clube precisava ser ressarcido. Ele falou que não tinha intenção de interromper o trabalho de nenhum clube porque achava que isso poderia gerar algum tipo de prejuízo. Ele disse que a CBF já se acertou com o Ancellotti, mas queria contar com o Fernando por ser um nome de muito consenso. Eu disse a ele que não tinha como dar a resposta na própria quarta-feira.

O trabalho que temos hoje, até o mês de julho, é um trabalho que o Fluminense foi bicampeão Carioca, ganhando de um rival com maior poder financeiro. Estamos no G-6 do Brasileirão e esse ano acreditamos que vamos brigar pelo título. Tenho certeza absoluta que a CBF poderia chegar e tirar o treinador sem nem falar com o Fluminense. O presidente da CBF teve atitude ética de falar com o clube antes e coloca de maneira que não fosse atrapalhar o clube.

Foi assim que a gente construiu e não quero perder o treinador. A outra opção era perder 100% e não quero isso. O que eu posso garantir é que isso não vai nos atrapalhar. Era um norte para nós não perder o treinador no meio da temporada, pois acreditamos no trabalho. E temos dificuldades financeiras ainda, continuamos com diferença abissal de receita, faturamento, uma folha que deve ser a 10ª do futebol brasileiro. Então a manutenção era importante para nós.

Tenho certeza que se esse tema estivesse sendo discutido após a final do Carioca ou após o 5 a 1, não iam discutir se estaria dividindo a atenção. Acho que o último treinador que ficou em clube e Seleção, o Brasil ganhou a Copa América e o Corinthians foi campeão brasileiro. Tudo isso a gente pensou, em não prejudicar o Fluminense em momento nenhum.

Não houve nenhum contato anterior há um mês ou antes disso. Eu fiz uma chamada de vídeo com Angioni, Fred e Diniz. Imediatamente o Fernando disse que não havia possibilidade sobre responder no mesmo dia ou até o fim da semana. Eles falaram que não poderia ser algo para prejudicar o Fluminense. Eu voltei ao presidente Ednaldo, que queria resolver isso até sexta-feira, e disse a ele que não teria como dar nenhuma resposta negativa ou positiva. Primeiro tinha o jogo no Morumbi e tinha que avaliar se o Fluminense sairia prejudicado.

Ele falou que o prazo era curto, mas como o Fernando era o único nome em mente, eles esperariam até essa semana que estamos. Fizemos várias reuniões internas, conectado com o desejo do Fernando em atender a Seleção. É um desejo dele ou de qualquer treinador em ser indicado ou convocado, como ele falou. Entendemos que é muito mais uma convocação do que uma entrega. O contrato é de um ano, porque o período é de um ano, mas a rotina dele segue igual aqui. Ele só fará uma convocação no fim de agosto e se apresenta à Seleção na data Fifa.

O Fernando pediu para estar com o presidente Ednaldo. Na segunda-feira à noite fomos à CBF e conversamos com o presidente e foram colocadas condições para ele estar à frente dos dois projetos. O presidente disse para que o Fluminense construísse um desenho e se montasse para não ser prejudicado nesse momento. Na própria noite de segunda e o dia de ontem, esse desenho que mantém o Fluminense como prioridade no dia a dia do Fernando e atende a Seleção nas datas Fifa.

Em gestão, o que fizemos ontem e hoje, se chama gerenciamento do dia a dia. Há 60 dias as pessoas falavam para renovar com o Fernando para não perdê-lo para a Seleção de forma alguma. Não é um anseio de coração em não perder o técnico, mas porque acreditamos no trabalho que está sendo feito. A gente montou um elenco e manteve os jogadores que combinam com nosso treinador. Acreditamos nele quando muita gente não acreditava. A gente acredita nesse trabalho de continuidade. Nos quatro anos que estou aqui, é a maior pontuação que estamos nesta rodada. Preciso olhar o todo com frieza”

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