Alexandre Mattos, demitido recentemente do Vasco, participou do programa “Boleiragem”, do SporTV, na noite da última segunda-feira (25). Essa foi a primeira entrevista do diretor após a saída do clube.
Segundo Mattos, sua chegada ao Vasco da Gama foi atropelada e não houve tempo para entender os processos internos da 777 Partners antes de iniciar o trabalho.
“O meu equívoco foi a má comunicação no pré-assinatura, foi muito atropelado, tudo muito rápido. Se esclarece antes, é aceitaria, é assim, não tem como. O que aconteceu é que eu tive que ter a compreensão já com o jogo rolando. E muita pressão, muita expectativa, muita pressão externa, o Ramón está lá e quer ganhar de imediato, e eu ali no meio. As coisas foram andando e gerando esse desgaste”, pontuou Mattos.
Ainda falando sobre o processo, o ex-diretor destacou o seu diagnóstico próprio e o trabalho em clubes nos últimos 20 anos.
“Eu tenho um diagnóstico próprio, tenho 20 anos trabalhando em clubes, retrospecto de profissionalismo, sempre durando muito em cada clube, com conquistas e legados. O que tem de diferente? A comunicação da minha chegada. A comunicação foi falha. Qual que era a expectativa em relação a mim, como seria o dia a dia, para quem eu me reportaria, quem realmente era a pessoa responsável pela pasta do futebol? Foi confuso.”
“Eu me coloco como maior responsável por esse equívoco. Isso foi gerando uma série de desgastes, sempre tinha uma dúvida. Que geraram uma quebra de confiança na percepção deles, e aí a gente partiu para o desligamento. Que eu respeito, faz parte do futebol, sem mágoas. O Vasco SAF tem um ano e meio e o Vasco mudou muito. O Vasco é outro, tem tudo para dar certo, só tem que entender que as coisas vão acontecer de médio a longo prazo. Esse alinhamento de expectativa também gerou uma frustração rápida.”
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Ainda durante o programa, Mattos foi questionado sobre como eram conduzidos os processos internos e até onde ele tinha autonomia à frente do futebol do Vasco.
“Depende do assunto….. Cada hora que se tem um assunto diferente é um entendimento diferente dessa autonomia. Às vezes eu precisava resolver uma coisa com um atleta, eu precisava entender: uma renovação, penalidade, um “bicho”, eu demorei a entender. O que não tem problema nenhum. Às vezes o próximo não vai sentir isso.”
Após sua demissão, rumores apontavam para um desentendimento entre o diretor e Gary Medel, capitão do clube. Mattos fez questão de elogiar a liderança do chileno e destacar que “foi um embate de coisas do dia a dia”.
Por outro lado, Mattos falou sobre a relação com a comissão técnica formada por Ramón e Emiliano Díaz, com quem Mattos também teria tido desentendimentos.
“Impressionante a capacidade que eles têm de treinamento, vestiário e entendimento do jogo. Eles se completam. Ramón e Emiliano, pai e filho. Eles são grandes, grandes mesmo. De verdade. Por isso até conseguiram fazer com que o Vasco saísse daquela situação ano passado. Fáceis de acesso, o Ramón é uma pessoa extremamente simpática. Eles construíram um Vasco ao redor deles, e eu sou o cara que chega depois e que diz sim ou não”, finalizou o diretor.
Em sua passagem pelo Vasco, Mattos contratou nove jogadores. São eles: Keiller, Jõao Victor, Rojas, Victor Luis, Sforza, Galdames e os atacantes Adson, David e Clayton Silva.
O Vasco não tem pressa para contratar o substituto de Alexandre Mattos. No momento, uma comissão composta por Lúcio Barbosa, CEO do clube, e setores de scout do Vasco e da 777 Football Group comando a pasta.