POR JÉSSICA MAYARA E LAÍS POLITI
Considerado um dos maiores palcos do futebol mundial, o Mineirão completou, neste sábado, 55 anos de história. O estádio Governador Magalhães Pinto, também conhecido popularmente como “Gigante da Pampulha”, foi inaugurado no dia 5 de setembro de 1965 e recebeu em sua abertura o amistoso da Seleção Mineira contra o River Plate. Com gol de Buglê, na época jogador do Atlético-MG, o primeiro da história do Mineirão, a partida terminou em 1 a 0.
Assim começou a memorável trajetória do Gigante como palco para diversos momentos marcantes. Entre eles, a Copa do Mundo de 2014, a primeira a ser disputada no estádio – já reformado em função da própria competição mundial. Ao todo, foram seis partidas disputadas no estádio mineiro, protagonizadas por seleções como Alemanha, Argélia, Argentina, Bélgica, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Inglaterra, Irã e Grécia.
Entre fase de grupos e finais do torneio, o inesquecível 7 a 1 entre Brasil e Alemanha, que foi a equipe campeã daquele ano, aconteceu no estádio. Com craques em campo, como Manuel Neuer, Philipp Lahm, Thomas Müller e Miroslav Klose, a seleção alemã goleou a brasileira, sendo a maior derrota da história da Seleção Canarinho em Copas do Mundo.
Dois anos depois, em 2016, foi um dos estádios que recebeu jogos da primeira Olimpíadas sediada no país, com partidas da modalidade de futebol feminino. No dia 12 de agosto, o público mineiro teve a chance de ver jogadoras como Marta e Formiga em ação pela Seleção Brasileira. O jogo se tornou marcante também pelo grande número de torcedores brasileiros nas arquibancadas, com 52.660 pessoas presentes. Foi o maior público registrado no Gigante naquele ano.
No entanto, entre tantas disputas internacionais, o primeiro caneco, em uma competição continental oficial, foi levantado por um time mineiro, o Cruzeiro, na Supercopa de 1991. O adversário era o River Plate, da Argentina, e o placar final da conquista celeste terminou em 3 a 0 para a Raposa.
O gramado do Gigante da Pampulha, foi, ainda, palco para que grandes jogadores do futebol mundial colocassem em prática aquilo que mais sabem fazer: jogar bola com maestria. Messi, Pelé, Ronaldinho Gaúcho, Tostão, Dirceu Lopes, Neymar, Reinaldo e Ronaldo Fenômeno foram alguns dos nomes que passaram por lá.
Além do futebol, recebeu inúmeros astros da música ao longo de sua existência. Entre shows e festivais, as presenças da banda de rock Kiss, em 1983, e do artista britânico Elton John e do ex-Beatle Paul Mc Cartney, em 2013, foram algumas das atrações mais memoráveis do estádio.
PALCO PRINCIPAL DOS CLUBES MINEIROS
Cruzeiro e Atlético já viveram momentos inesquecíveis no estádio. A equipe celeste teve o Mineirão como palco de três de suas maiores conquistas da história e foi o primeiro time a levar o título de campeão da Libertadores da América no estádio, em 1997. Já em 2003, ano em que o time azul e branco conquistou a tríplice coroa, a Raposa levantou a taça da Copa do Brasil, vencendo o Flamengo, no Mineirão, por 3 a 1 na decisão. Outro momento de destaque celeste no Gigante da Pampulha foi a conquista, de forma antecipada, do Campeonato Brasileiro, em 2014. Na ocasião, o Cruzeiro derrotou o Goiás, por 2 a 1, em jogo válido pela 36ª rodada, duas antes do fim da competição.
O Atlético também comemorou grandes triunfos no estádio. A equipe alvinegra conquistou os títulos mais importantes nos gramados do Gigante. Foi lá que o Galo adquiriu sua primeira taça de campeão da Libertadores, em 2013, sendo o segundo clube a ganhar o título no estádio. Além desse momento histórico, em 2014, levantou mais dois canecos inéditos: o de campeão da Recopa Sul-Americana e da Copa do Brasil. A final da Copa do Brasil daquele ano ficou marcada por ser a primeira vez que Cruzeiro e Atlético se enfrentavam na decisão do torneio. A equipe alvinegra foi campeã em cima do principal rival, por 1 a 0 na partida de volta, que aconteceu no Mineirão.
RECORDE DE PÚBLICO
O maior recorde de público da história do estádio foi na final do Campeonato Mineiro de 1997, no duelo entre Cruzeiro e Villa Nova, com 132.834 pessoas presentes. O público pagante foi de 74.857 pessoas. O Cruzeiro levou a melhor e conquistou o título Mineiro em cima do Villa Nova por 1 a 0.
A segunda partida com o maior público foi em um clássico mineiro entre Cruzeiro e Atlético, também pela competição estadual, em 1969. Na época, os clubes faziam parte da lista de melhores times do Brasil e isso aumentou ainda mais a rivalidade entre as equipes no dia do confronto. Ao todo, foram 123.351 torcedores presentes no Gigante da Pampulha.
CURIOSIDADES
Poucas pessoas sabem, mas o terreno onde está construído o estádio mineiro é pertencente a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que cedeu o local para a construção do estádio em 1960. Outro fato curioso é que, a princípio, o Mineirão recebeu o nome de Estádio Minas Gerais, o que mudou em 1966, com a Lei 4.072. A partir de então, o estádio passou a ser nomeado como é conhecido atualmente: Estádio Governador Magalhães Pinto.
Outros dois pontos marcantes, e curiosos, na linha do tempo de existência do Gigante são duas vitórias históricas, uma para cada “lado” da lagoa. Em 1966, já com a recém-nomenclatura, o Mineirão foi palco para a goleada, por 6 a 2, do Cruzeiro sobre o Santos, de Pelé, o Rei do futebol. Três anos depois, em 1969, foi a vez do Atlético, vestindo a camisa da Federação Mineira de Futebol (FMF), deixar a sua marca histórica no estádio, ao vencer a Seleção Brasileira, futura tricampeã mundial, por 2 a 1.
