Após boa sequência com a camisa tricolor, Muriel foi o escalado pela comunicação do Fluminense para conceder entrevista para a imprensa, nesta quarta-feira (11), via videoconferência, no CT Carlos Castilho. Na coletiva, o goleiro comentou sobre a retomada de confiança diante das falhas cometidas no meio da temporada e destacou os jogos em que o Fluminense não levou gols nesta boa sequência de jogos.
– Nós temos que tomar o mínimo e gols possíveis. É um dos pontos fortes do nosso time. Mesmo dos últimos oito jogos, não sofremos gols em três. Na minha opinião, foi um número de gols baixo. Muito por conta da boa série invicta e do desempenho do time. Nós goleiros e zagueiros trabalhamos muito para não sofrer gols. Todos os jogadores vêm trabalhando muito para isso acontecer, até mesmo só jogadores do ataque. Estamos nos doando muito.
Além disso, Muriel destacou a importância dos três pontos nos próximos jogos do tricolor. Ponderou a sequência difícil, seguida de Palmeiras e Internacional, ambas fora de casa, e projetou os confrontos.
– Sabemos dessa dificuldade. São adversários muito qualificados, tanto que no primeiro turno apresentamos dificuldades para enfrenta-los. Mas no Campeonato Brasileiro não podemos escolher adversários, é muito parelho. Vemos times da parte de cima da tabela perdendo pontos para os que estão embaixo. Acredito que no segundo turno ficará ainda mais acirrado, com os objetivos traçados de cada equipe. E o nosso objetivo tem que o mesmo que estamos tendo desde o início do campeonato: focar em cada jogo como uma decisão.
MAIS TRECHOS DA COLETIVA
Falhas e confiança
Só tenho a agradecer o carinho de todo o grupo. O Odair, a diretoria e os torcedores. Desde de que cheguei aqui fui muito bem recebido. Sabemos que, como jogadores, vamos passar por muitos momentos difíceis. Vamos dar ao máximo para acertar enquanto estivermos em campo, mas as vezes as coisas não vão ocorrer como a gente quer. Mas eu já tenho experiência o suficiente para saber que isso pode acontecer e deixar para trás aquilo que já passou, seja positivamente ou negativamente. Tenho que estar focado naquilo que vem pela frente.
Correção do jogo anterior
Estamos cientes que não fizemos um bom jogo. Fizemos uma belíssima sequência, mesmo enfrentando adversários diretos, como em alguns dos últimos jogos. Vamos ter uma conversa com o Odair para consertarmos algumas coisas. Mas, o que posso analisar é que não conseguimos manter o controle do jogo, justamente o que estávamos conseguindo nos últimos jogos. Odair nos alentou bem que o Grêmio tinha um contra-ataque forte e não conseguimos neutralizar isso. Jogamos contra outras equipes que tinham características parecidas e nós havíamos conseguidos controlar bem isso. Temos lutado muito, nos dedicado muito e estamos atentos a todos os detalhes para sairmos vencedores. Vamos pegar esse jogo como aprendizado e trabalhar em cima disso.
Confiança dos zagueiros
Sem dúvidas estão em um excelente momento, fazendo grandes jogos. Não apenas o Nino e o Luccas, mas o queria falar do Matheus, Digão, Igor, Danilo, todos aqueles que vem entrando e jogando, vem correspondido. Estamos passando por algumas dificuldades esse ano, principalmente alguns que estão pegando Covid. E todos que entraram, corresponderam muito bem, e nossos zagueiros tem mostrado isso. Tenho conversado muito com eles, e acredito que a cada jogo eles tem passado mais segurança. Os dois tem uma excelente bola parada e vem nos ajudando, e facilitando o trabalho de quem está ao redor.
Vantagem pelos desfalques do Palmeiras
Creio que a vantagem não passa por isso. Todos os times estão passando por momentos difíceis e acabam passando por dificuldades. O Palmeiras tem um excelente plantel e assim como aconteceu com a gente, tivemos alguns desfalques importantes, e mesmo assim conseguimos manter o alto nível e vencer jogos importantes. Então temos que estar atentos em cada detalhe. Eles estão passando por uma mudança de técnico, uma mudança de jogo, então temos que estar atentos o tempo inteiro para não sermos surpreendidos.
Importância para o Odair
Eu já conhecia o Odair e o próprio Maurício Dulac. Estamos fazendo uma ótima temporada, justamente pelo ótimo trabalho que o Odair tem feito. Desde o início ele veio firme com a proposta de jogos dele, valorizando todo o grupo. É um treinador diferenciado e eu coloco ele entre os tops do Brasil. Sabe lidar com dificuldades, com os momentos, sabendo conduzir muito bem o grupo. Desejo que ele possa permanecer no Fluminense e ter grandes conquistas por aqui.
Ausência do preparador de goleiro
Temos não só o André, mas o Josmir, que já trabalhou conosco no profissional e muitas vezes nos auxilia. Foi um momento complicado, quando eu estava voltando de lesão, de três jogos sem jogar, mas são coisas que acontecem. Estava fazendo um bom trabalho no dia a dia. Então, infelizmente, foi um momento em que as coisas não aconteceram muito bem. Fico feliz que as coisas tinham retomado. É importante nos mentalizarmos que o diferencial não vai ser a dificuldade em nós vivemos, e sim como reagimos. E nós como grupo reagimos muito bem.
Superstição da camisa rosa
Não tenho superstição. Acredito que seja fruto do nosso trabalho e de toda nossa dedicação. Seja qual for a camisa que eu esteja usando, se tiver o escudo do Fluminense vou honrar sempre para sairmos com a vitória.
Pressão do G-4
Temos que ter muita frieza. O momento em que estamos no campeonato, duas vitórias nos deixam em cima na tabela, duas nos deixam abaixo. Acho que isso é independente da posição do campeonato. Temos que manter o foco no jogo a jogo e esquecer aquilo que já passou. Mesmo começando o turno com jogos difíceis, sempre evoluímos nas rodadas seguintes. O campeonato só acaba em fevereiro, e temos que estar na parte de cima da tabela. Temos que pensar no presente, em cada jogo, para que possamos olhar na tabela lá frente e ficar satisfeitos com nosso trabalho.
Trabalho feito na Europa se refletindo no Brasil
Trabalhei com dois técnicos no Belenenses. Dois grandes técnicos. Na última temporada, que foi com o Silas, fizemos uma grande campanha. Ele gostava muito de ficar com a bola, e o goleiro participava muito disso. Na Europa só jogávamos no final de semana, então tínhamos bastante tempo para trabalhar e colocar a ideologia que queríamos em campo. Só fomos ter essa semana livre depois que fomos eliminados dos outros campeonatos. Então no Campeonato Brasileiro as vezes fica mais difícil para termos essa sequência.
