Nas vésperas do clássico, polícia apreende explosivos nas sedes de organizadas de Cruzeiro e Atlético-MG

Cruzeiro
Foto: MPMG/Divulgação

Nesta sexta-feira (10), a Polícia Militar de Minas Gerais liderou uma operação de busca e apreensão nas sedes das torcidas organizadas de Cruzeiro e Atlético-MG, e nas casas de líderes da Máfia Azul e Galoucura. Ao todo, 27 mandados foram cumpridos – 20 deles em residências dos presidentes e sete nas sedes. Explosivos e bastões de madeira e ferro, que supostamente seriam utilizados em possíveis combates entre as torcidas, foram apreendidos.

Materiais das torcidas adversárias, que eram exibidos como troféus, também foram recolhidos pelos policiais. Apesar de ninguém ter sido preso, dois Termos Circunstanciados de Ocorrência foram assinados. Mais de 100 militares do Batalhão de Choque da Polícia Militar participaram das buscas, que contaram com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e oficiais de Justiça.

A operação busca, também, evitar qualquer tipo de confusão que poderia ocorrer no duelo entre Cruzeiro e Atlético da próxima segunda (13), válido pelo Campeonato Mineiro, às 20h, na Arena Independência. Em coletiva de imprensa, a promotora de Justiça e coordenadora do GAECO, Paula Ayres Lima, explicou que a ação é apenas uma parte de uma investigação em andamento.

– A operação busca angariar provas para um procedimento de investigação instaurado pelo Ministério Público que tem indícios de uma organização criminosa que pratica rixa, incitação ao crime e porte de arma de fogo. A ideia é angariar elementos para provar esses ilícitos. Tem um caráter preventivo. Temos o clássico segunda-feira à noite. Vimos um movimento de certo tumulto, planejamento, de um confronto armado na próxima segunda.

INVESTIGAÇÃO!

Os mandatos de busca e apreensão foi um movimento contra a iminente violência entre torcedores na capital. Conforme o promotor de Justiça Marcos Paulo Souza Miranda, em coletiva, as torcidas organizadas marcavam encontros pela internet e desafiavam uns aos outros com fotos armados. A investigação segue, assim como pontuou Paula Lima. Os materiais apreendidos serão enviados para análise.

– Essas apurações vão objetivar identificar os autores que estão fazendo apologia ao crime, disparo de arma de fogo, incitação. Nas redes sociais identificamos imagens sendo mostradas para grupos adversários. Tudo indicava um aparente desafio entre essas duas organizadas. A partir do momento que fazemos a extração do material será impossível identificar os integrantes. Sabemos que existe grupos de enfrentamento entre eles. Existe um desafio, uma cultura, de agredir os integrantes e subtrair bens como bandeiras e camisetas. Tudo isso vai ser possível com uma análise do conteúdo –, explica Marcos Miranda.

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