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Opinião: Henrique sai do Vasco, ‘cai para cima’ e mostra que empenho e dedicação ainda são valores no futebol

Foto: Rafael Ribeiro|Vasco

Com a rescisão contratual publicada no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, na tarde da última quarta-feira, Henrique está oficialmente fora do Vasco. São Januário era sua segunda casa desde 2005, quando começou a sua trajetória no Cruz-Maltino com apenas 11 anos. O lateral-esquerdo usou as redes sociais para deixar uma mensagem de despedida para o clube que o revelou.

Foram 16 anos de absoluto respeito com a Cruz de Malta. Desde que subiu para os profissionais em 2013, Henrique jamais foi unanimidade e teve poucos momentos de felicidade. Esteve presente em três rebaixamentos (2013, 2015 e 2020) e conquistou apenas dois títulos estaduais (2015 e 2016). Poderia ter conquistado o terceiro, mas perdeu o pênalti decisivo em 2018 que deu o Carioca ao Botafogo.

A torcida vascaína sempre pegou no pé de Henrique, até mesmo quando ele não protagonizava um lance capital. Sempre foi o “escolhido” e talvez por nunca ter reclamado, se justificado ou se revoltado com a situação, acabou sendo sempre tratado como o errado da história.

A personalidade (ou a falta dela) tranquila pode ser a responsável pelo silêncio. Porém a explicação esteja no amor pelo Vasco, que falava mais alto nos momentos de fúria e injustiça, já que uma declaração mais forte, seja contra a torcida ou um de seus companheiros, poderia aumentar a crise, palavra que acompanha o Cruz-Maltino constantemente desde que Henrique subiu para os profissionais.

Seus números de fato são modestos. Foram 192 partidas, 11 assistências e apenas um gol e por ser único, é fácil de lembrar. Aconteceu contra o Goiás, no ano passado, em Goiânia, pela 3ª fase da Copa do Brasil. Henrique tentou um cruzamento, a bola desviou e entrou. Gol sofrido, chorado, como foi a sua trajetória.

Entratanto a trajetória também é marcada por profissionalismo, caráter, empenho e dedicação, valores importantes que se mantiveram desde o seu início e serviu para despertar a atenção de um antigo companheiro, hoje diretor de futebol do Lyon, da França.

Juninho Pernambucano estava no elenco quando Henrique foi promovido para os profissionais e agora o está contratando para defender um dos clubes mais importantes da França. É o famoso “cair para cima”, situação comum para quem trabalha sério e honestamente.

Com um clima mais favorável e sem a rejeição da torcida, Henrique pode evoluir como jogador e quem sabe surpreender positivamente em solo francês. Terá paz para um recomeço, salários em dia e uma camisa sem peso emocional. Terá apenas a preocupação de jogar futebol e nada mais.

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