Futebol americano

Packers e Patriots ficam de fora dos playoffs da NFL e acendem alerta para a próxima temporada

Arte: ENM /Foto 1: Evan Siegle/Packers.com/site oficial Foto 2: David Silverman/Patriots.com/site oficial

O gosto amargo de ficar fora dos playoffs da NFL irá se fazer presente na boca dos torcedores do Green Bay Packers e do New England Patriots. Com campanhas exatamente iguais ao fim da temporada (8-9), os dois times foram forçados a saírem de férias mais cedo e justamente com derrotas na última semana de temporada regular para rivais de divisão. Mas o que mais preocupa seus fãs são exatamente o futuro. Com questões particulares a resolver, as duas equipes não têm garantias que o novo ano trará boas notícias para o futuro. Dúvidas que passam desde de dúvidas na posição de quarterback até questionamentos sobre o futuro de seus treinadores.

Packers: futuro de Rodgers é incerto

A derrota em casa para o Detroit Lions por 20 a 16, na semana 18, talvez possa ter sido o último jogo de Aaron Rodgers com a camisa do Green Bay Packers. Sim, você pode ter ouvido esta mesma especulação na temporada passada, quando diversos rumores circularam sobre seu futuro e no final lá estava o camisa 12 novamente liderando os Packs. Ele ficou, mas a versão da temporada 2022 de Rodgers passa longe de ser aquela que os torcedores gostariam. O veterano passou a ser apenas um quarterback ‘útil’, ao invés de excelente.

Seu coeficiente de acerto de passes (rating) na atual temporada foi de 91.1, o número mais baixo desde que se tornou o titular da posição em Green Bay, em 2008. O máximo de jardas de passe que ele conseguiu obter em um jogo foram 291, numa derrota para o mesmo Detroit Lions, na semana nove. Em 2021, por exemplo, foram duas partidas acima das 300 jardas de passe, 37 TDs de passe e só quatro interceptações (em 2022 foram 12) além do prêmio de MVP da NFL naquele ano, quando os Packers foram até os playoffs de divisão, vencendo 13 jogos naquela temporada. 

O declínio no futebol do astro de 39 anos é sem dúvida um dos motivos para a queda da equipe que ficou em terceiro lugar na NFC Norte e apenas uma das preocupações do torcedor ‘chessehead’. Baixo aproveitamento nas visitas a redzone adversária (11 de 22 chances aproveitadas, o pior aproveitamento da NFL nesta temporada) e a ausência do recebedor Davante Adams, que foi para o Las Vegas Raiders, também são apontados como motivos para o naufrágio dos Packers neste ano. Todavia, houveram também boas notícias. A ótima temporada dos novatos Quay Walker na defesa e de Christian Watson no ataque (sete touchdowns de recepção) traz alento para que o futuro não seja tão obscuro. Porém, caso o futuro seja mesmo sem a presença de Aaron Rodgers, as coisas em Green Bay não serão fáceis.

Quanto ao treinador, Matt LaFleur, este ainda segue prestigiado e diz não pretender fazer mudanças em seu staff técnico. “É minha intenção tentar trazer todos de volta. Acho que a continuidade é uma grande parte para o sucesso nesta liga.”, disse o técnico em entrevista coletiva ao final da partida contra Detroit. Entretanto, o mesmo não se garante ao elenco. Jogadores como os recebedores Alen Lazard e Randall Cobb, o tight end Robert Tonyan, o kicker Mason Crosby, o safety Adrian Amos, os linebackers Dean Lowry e Jarran Reed, dentre outros, serão “free agents” na próxima temporada e podem deixar o Lambeau Field.

Patriots: A busca pela regularidade

Com 37 vitórias em jogos de pós-temporada na história da NFL, não ver o New England Patriots entre os classificados sempre causará surpresa ao torcedor. Ainda mais desde quando Bill Bellichick se tornou treinador, em 2000. Foram impressionantes seis títulos de Super Bowl, nove títulos de conferência AFC e 18 aparições em playoffs. A derrota para o rival de divisão Buffalo Bills, na última semana da temporada 2022, encerrou as chances de classificação dos Patriots, deixando o time na terceira posição da AFC Leste com oito vitórias e nove jogos perdidos.

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A lesão no início da temporada do quarterback titular Mac Jones abriu espaço para uma polêmica sobre quem seria o titular da posição, pois o seu substituto, Bailey Zappe, levou o time a duas vitórias consecutivas. Porém, Zappe voltou a ser reserva após Jones se recuperar da lesão. As coisas pareciam caminhar bem na semana 10, com os Patriots com uma campanha de 6–4. Entretanto, os comandados de Bellichick perderam força na reta final e o time perdeu cinco dos sete jogos restantes, incluindo o último jogo da temporada para os Bills por 35-23.

Mac Jones ainda não é uma realidade em New England. A queda de rendimento em 2022 aumentou os questionamentos sobre o camisa 10, indagando se ele é a peça ideal para ser titular. Foram apenas 14 passes para touchdown (em 2021 foram 22) lançados. Além da lesão sofrida no início da temporada, Jones não se adaptou totalmente ao sistema do novo coordenador ofensivo, Matt Patricia, que veio em substituição a Josh McDaniels, que assumiu o cargo de técnico no Las Vegas Raiders. Patricia e Joe Judge trabalharam juntos na função mas não agradaram. E os Pats irão em busca de outro nome na função.

O objetivo é claro: tentar restaurar a regularidade de Matt Jones (ou de outro titular) e, por tabela, otimizar o desempenho do ataque dos Pats para 2023. Com US$ 48 milhões de espaço na folha salarial para gastar na próxima temporada, de acordo com a “Fox Sports”, as expectativas de evolução podem ser reais no elenco. Bellichick afirmou que não pretende se aposentar, garantindo a continuidade num sistema que rendeu tanto sucesso no passado. Mas os tempos eram diferentes e havia um certo Tom Brady liderando a equipe como QB. Agora o desafio é provar que Mac Jones pode ser o cara certo para liderar esta reconstrução numa das mais vitoriosas franquias da NFL.

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