A Orthopride, rede de franquias da área de ortodontia, rompeu seu contrato de patrocínio com o Santos. O vínculo, que seria válido até fevereiro de 2021, foi encerrado por conta da contratação do atacante Robinho pelo Peixe.
De acordo com a empresa, em entrevista ao ge, a decisão pelo rompimento do contrato foi “em respeito às mulheres”. Isso porque Robinho foi condenado em primeira instância por crime de violência sexual na Itália. O atleta alega inocência, e recorre na Justiça do país europeu.
“Nós temos enorme respeito pela história do Santos. Mas neste momento decidimos pelo rompimento do contrato de patrocínio. Nosso público é majoritariamente feminino e, em respeito às mulheres que consomem nossos produtos, tivemos que tomar essa decisão. Queremos deixar claro que não fomos informados previamente sobre a contratação de Robinho, fomos pegos de surpresa pela imprensa no fim de semana”, disse Richard Adam, diretor de operações da Orthopride, ao ge.
Resposta do Peixe
Após o rompimento do contrato com a Orthopride, o Santos divulgou uma nota oficial sobre o assunto. De acordo com o Peixe, o clube não irá virar as costas para o atleta enquanto não houver uma decisão definitiva.
Além disso, o Santos ainda citou suas campanhas de combate a problemas sociais, e ainda citou a “era dos cancelamentos” para comentar o assunto. Confira a nota do Santos:
“O Santos FC, em seus 108 anos de história, sempre se caracterizou por ser uma instituição inclusiva e socialmente responsável. Referência no combate ao racismo, contra qualquer tipo de violência, especialmente contra a mulher, referência no investimento no futebol feminino e engajamento em diversas causas. Estes são pilares e valores que formam a identidade do Clube brasileiro mais conhecido no Mundo e motivo de raro orgulho por todas as suas contribuições para o desporto nacional. A agremiação também reconhecida pela excelência na formação de atletas, relação próxima e respeitosa por todos aqueles que em campo ajudaram a construir nossa história.
Com relação ao processo do atleta Robson de Souza, o Clube não pode entrar no mérito da acusação, pois o processo corre em segredo de Justiça na Itália e sobretudo o Santos FC orgulha-se de, em sua história, sempre respeitar as garantias fundamentais do ser humano, dentre as quais, a presunção da inocência e o respeito ao devido processo legal.
Ressalta-se ainda que não há condenação definitiva e o atleta responde em liberdade e não será o Santos FC que lhe dará uma sentença antecipada, prejulgando e o impedindo de exercer sua profissão.
Como Clube formador, onde o atleta viveu seus melhores momentos, em que teve diversas conquistas, não seria a nossa coletividade a lhe dar as costas e decretar juízo final de valor em um processo com recursos em andamento.
Não há mudança no posicionamento do Clube em relação ao combate à violência contra a mulher ou outras campanhas que sempre participou neste sentido. São valores irrenunciáveis e que fazem parte da história do legado Alvinegro.
Infelizmente vivemos na era dos cancelamentos, da cultura dos tribunais da internet e dos julgamentos tão precipitados quanto definitivos, porém há a certeza que o torcedor do Santos FC entenderá que compete exclusivamente a Justiça realizar o julgamento.”
O caso
Em 2017, Robinho foi condenado a nove anos de prisão na Itália por crime de violência sexual. De acordo com o processo, o caso teria ocorrido em janeiro de 2013, em uma boate em Milão, onde o atleta e outros cinco homens teriam estuprado uma mulher de origem albanesa. Robinho nega envolvimento no caso, e já recorreu na segunda instância. Caso não consiga reverter a condenação, ele ainda terá poderá recorrer na terceira e última instância.
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