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Paulo Ricardo elogia organização do futebol finlandês e comenta efeito CR7 na Arábia Saudita

Paulo Ricardo, zagueiro brasileiro do Al Hazem
Divulgação/Al Hazem

O zagueiro Paulo Ricardo está em seus primeiros meses no futebol da Arábia Saudita. O jogador revelado pelo Santos e com passagens por Fluminense, Goiás e Figueirense no futebol brasileiro foi contratado pelo Al Hazem, da segunda divisão do país, no começo deste ano de 2023. Além da experiência nos clubes brasileiros, o defensor de 28 anos acumula passagens pelo Sion, da Suíça, e pelo KuPS, da Finlândia, onde esteve nos últimos dois anos.

Em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, Paulo Ricardo exaltou a organização do futebol finlandês e como os resultados de tal trabalho começam a aparecer no cenário europeu, como a boa campanha da seleção em sua primeira Eurocopa, disputada em 2021. Também falou sobre a participação do KuPS na Uefa Europa Conference League nas duas últimas temporadas.

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O zagueiro que nunca foi expulso em sua carreira também como explicou o quanto a visibilidade do esporte foi ampliada em solo saudita com a chegada de Cristiano Ronaldo ao Al-Nassr. Campeão paulista pelo Peixe em 2015 e 2016, o objetivo do brasileiro no Al Hazem é recolocar a equipe na elite do país para, dentre tantas coisas, ter a oportunidade de jogar contra CR7 na próxima temporada. No momento, a equipe ocupa a terceira posição, com 55 pontos, quatro atrás do líder Al-Ahli Saudi.

Esporte News Mundo – Você começou no Santos e conquistou dois títulos do Paulistão, teve a experiência na Suíça e voltou ao futebol brasileiro. O quanto voltar ao Brasil após sua primeira experiência internacional serviu para o amadurecimento pessoal e profissional na sequência da carreira?

Paulo Ricardo – Entendo que minha volta ao Brasil naquele momento era muito importante para entender o que eu poderia querer no meu futuro como atleta. E teve uma grande parcela no meu amadurecimento dentro e fora do futebol. O aprendizado, em todos os sentidos, é que eu mais tento trazer comigo sempre, isso me faz evoluir a cada dia, independentemente do lugar que eu esteja.

ENM – Quando você percebeu que estava no momento adequado ao futebol internacional?

Quando apareceu a oportunidade de voltar à Europa, eu sabia que podia ser um recomeço justamente pelo amadurecimento que eu estava tendo. Então eu não tive dúvidas. Tive a felicidade de encontrar um clube muito organizado e com uma excelente comissão técnica, isso me ajudou muito.

ENM – Qual a diferença no futebol praticado na Suíça e na Finlândia?

A meu ver, o futebol da Finlândia era um pouco mais tático e está em uma constante crescente. Muitos países europeus vão buscar jogadores lá. Na Suíça, eu via como mais agudo, mais forte fisicamente. Consegui aprender muito nos dois países.

ENM – Muitos no Brasil têm a avaliação errada de que, quando um jogador atua em um país que não está na vitrine do futebol europeu, é um talento desperdiçado. Como foi lidar com essa situação em sua ida ao Sion e depois ao KuPS?

Talvez exista essa situação somente até o momento em que você chega em algum desses países. A Suíça disputa a Copa do Mundo constantemente e a Finlândia fez uma boa campanha na Eurocopa, confirmando o quanto eles estão crescendo no futebol. Para mim foi tranquilo, entendi que cada país tem seu tipo de mercado e que existem bons jogadores em todos os lugares.

ENM – Como foi a adaptação ao futebol da Finlândia (idioma, clima)? O que mais te chamou a atenção durante seu período no KuPS?

Essa adaptação na Finlândia foi realmente bem mais rápida. Como disse antes, o fato do amadurecimento, ter passado por algumas experiências, isso me preparou muito bem nesse novo desafio. A maioria das pessoas falam inglês, tem uma educação que impressiona, essa não foi uma barreira. E essa educação se reflete na organização do clube também. Agora, o frio e o tempo muito escuro no inverno não é tão fácil de ter uma rápida adaptação, é realmente muito diferente e intenso.

ENM – Como foi a experiência de disputar a Uefa Europa Conference League pelo KuPS?

Poder jogar qualquer tipo de competição europeia é uma grande honra. A Uefa Europa Conference League dá a oportunidade para muito mais equipes de países que não estavam acostumados com esse tipo de competição. É uma grande vitrine, jogam grandes equipes. Poder ver e jogar contra times com estilos de futebol diferente é o que mais me chamou atenção.

ENM – Você chegou neste ano ao Al Hazem e novamente está em um país com uma cultura completamente diferente de onde você esteve. O que tem chamado tua atenção nessa primeira experiência no futebol asiático?

Realmente a cultura é bem diferente de tudo o que eu já vivi, mas sempre procuro respeitar e me adaptar o mais rápido possível. O que eu achei muito interessante é a grande quantidade de brasileiros que jogam por aqui e alguns já estão há muito tempo.

Paulo Ricardo, zagueiro brasileiro do Al Hazem
Divulgação/Al Hazem

ENM – A sua chegada no Al Hazem coincidiu com o bom momento da equipe, em ascensão e na cola dos líderes em busca do acesso. Como manter a tranquilidade e a confiança para não apenas conseguir a vaga na primeira divisão, mas conquistar o título também?

Eu procuro sempre pensar jogo a jogo, passo a passo. Assim conseguimos focar com mais facilidade no que está mais próximo. A parte de cima da tabela está muito equilibrada com ótimas equipes, todo jogo é difícil. Por isso, acho que dando um passo de cada vez é o melhor caminho para o acesso e ser campeão.

ENM – O quão adaptado você já se vê no futebol saudita? A chegada de Cristiano Ronaldo ao Al-Nassr trouxe quanta visibilidade ao esporte praticado no país?

Eu me sinto muito bem, adaptado ao futebol daqui e, ainda assim, sempre aprendendo muitas coisas novas. A chegada de Cristiano Ronaldo muda tudo. O futebol aqui já era uma paixão. Com a vinda dele, tudo em volta evolui, a vitrine aumenta, todos querem entender mais como é o futebol no país. Vai abrir portas para muitos outros grandes nomes e começarão a olhar a qualidade dos jogadores que já estão aqui. É bom para todos.

ENM – Quais são suas expectativas na sequência da carreira? Você se vê na Arábia Saudita por muito tempo?

É difícil dizer agora. Estamos na reta final do campeonato, concentrados nisso, então primeiro eu quero conquistar os objetivos. Mas sempre farei o que for melhor para mim e para a minha família, é sempre uma decisão que envolve mais pessoas. É um excelente lugar em vários aspectos e, se eu continuar aqui, vou tentar aproveitar ao máximo junto com minha família.

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