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Philippe Coutinho se declara ao Vasco na primeira coletiva: ‘Clube que me formou para o mundo’

Philippe Coutinho com a família na apresentação ao Vasco

Philippe Coutinho concedeu a primeira entrevista coletiva no retorno ao Vasco. Na sede náutica do clube, o jogador respondeu às perguntas da imprensa e se mostrou ansioso para estrear pelo Cruzmaltino.

Foto: Reprodução/Vasco TV

A coletiva foi iniciada pelo presidente, que reiterou a importância da contratação e agradeceu ao jogador pela colaboração nas negociações. Concluiu ainda com um chamado aos torcedores para comparecerem à apresentação do camisa 11.

— É um momento histórico para nós. Quero agradecer muito ao Coutinho e à família dele, porque houve um grande um esforço para isso acontecer. Me sinto honrado de trazer um ídolo, dentro e fora de campo. Um cara íntegro, que representa a essência do Vasco. Sabemos o impacto técnico que ele tem em um grupo, dentro e fora de campo. O sonho do torcedor está sendo realizado. Pela pessoa que ele é e pelo que ele entrega. Convoco a torcida, sábado, às 11h, para a apresentação oficial do Coutinho em São Januário. Bem-vindo craque, ídolo! — reforçou o comandante vascaíno.

— A questão de abrir mão de muita coisa é verdade, mas posso te dizer que não é só do Philippe. O Vasco e o presidente fizeram de tudo para que eu esteja aqui hoje. São muitas questões, o amor ao clube é o principal. É um clube que eu amo, que me formou para o mundo, não só na parte desportiva. É essa relação que temos que pesou na volta. — afirmou o craque.

A última vez que Coutinho esteve em campo foi em 18 de maio, pelo Al-Duhail, do Catar, onde também chegou por empréstimo. No clube árabe, disputou 23 jogos, com oito gols e três assistências. Perguntado sobre a forma física e ritmo de jogo para fazer sua estreia pelo Cruzmaltino, ele ressaltou a vontade de estar disponível o quanto antes.

— A minha vontade era estar em campo já ontem (risos). Mas, claro, eu estava no período de férias. Sempre treino, me dedico. Mas, obviamente é diferente de estar com o grupo e jogando. Se depender da minha vontade, vou entrar o quanto antes. Imagino que durante a semana isso vai ser conversado, discutido com todo o staff. — declarou Coutinho.

Perguntado sobre quando tomou a decisão de voltar para a equipe que o revelou, o jogador disse ter conversado com a família pela primeira vez há cinco ou seis meses. Desde então, manifestou a vontade à diretoria cruzmaltina e as negociações foram iniciadas.

— Sempre me imaginei jogando no Vasco. Na rede social, inúmeras vezes eu mandava vídeos para minha esposa da torcida vascaína. Dizia que era uma linda torcida e que queria estar lá jogando. Há uns cinco ou seis meses, nós conversamos como família e eu coloquei esse desejo de voltar ao clube. A partir de então, começamos a falar com o presidente. — disse ele.

Veja outros trechos da coletiva:

Relação com a torcida

— Eu tenho uma relação de carinho, respeito. É uma torcida muito apaixonada, completamente diferente de todos os lugares que eu passei. Vemos isso em todos os jogos lotados, sempre apoiando. Estar de volta é muito bacana por saber que vou estar ali jogando com o estádio cheio. Representa muito para mim a torcida do Vasco.

Formação no Gigante da Colina

— O Vasco é um clube diferente, que se preocupa com a formação de atletas e pessoas. Eu pude crescer dentro do clube, estudei aqui, na escola que está lá até hoje. Gostaria de visitar, inclusive. Foi fundamental para o meu crescimento. Com certeza me inspirou. O Instituto Philippe Coutinho em breve vai ser inaugurado. Acredito na integração através do esporte, da cultura, e quero construir isso junto da minha família. Devolver a sociedade um pouco do que o futebol me proporcionou.

Sentimento de estar de volta

— Eu vivi toda a minha infância e adolescência aqui no Vasco. Sempre deixei clara toda a gratidão que tenho por esse clube. Tive um período curto no profissional e agora volto, aos 32 anos, ainda jovem. Espero participar de muitas coisas boas que acredito que vão acontecer com o clube.

Competitividade do futebol brasileiro

— O nível do futebol brasileiro é alto, de muita competitividade. Você vê a intensidade, a quantidade de times e jogos que tem. Por isso, sempre pensei em voltar e disputar o Campeonato Brasileiro também. De longe, sempre que podia eu estava acompanhando o Vasco e torcendo. Às vezes a diferença de horário dificultava, mas sempre acompanhava.

Elenco vascaíno

— É um elenco com jogadores experientes e jovens subindo da base que tem respondido à altura, jogando bem e ajudando o time a conseguir os pontos. Vemos isso nos últimos jogos. O principal é ter esse equilíbrio. Espero chegar para somar, com mais experiência. Estou aberto a ajudar os jovens na formação deles e no que for preciso.

Seleção Brasileira

— Seleção sempre é um sonho. Tive a felicidade de vestir a camisa da Seleção Brasileira, ser campeão, disputar uma Copa do Mundo. Mas, no momento, o meu objetivo principal é ajudar o Vasco, entregar o máximo junto com os outros companheiros para conseguirmos os resultados.

Negociações com o Vasco

— O presidente fez todo o esforço para que eu pudesse estar aqui hoje. Já o agradeci e agradeço hoje de novo. Estou feliz de estar aqui e ajudar a reconstruir o clube. Quero participar desse processo. Teve ansiedade desde o primeiro momento. Todo dia ligava para os meus irmãos e perguntava como estava a negociação. Não estava tão envolvido nisso, porque foco mais em jogar. Mas sempre perguntava para saber da situação. Sempre me visualizava, lá atrás, vestindo essa camisa de novo.

Relação com os jovens jogadores do elenco

— Espero poder ajudá-los, se eles quiserem a minha ajuda, da maneira que for, como eles precisarem. Porque eu fui muito ajudado, passei por grandes clubes onde sempre tive uma referência, com jogadores experientes. às vezes era só uma conversa que me deixava mais tranquilo, mais calmo.

Momento do anúncio

— Foi um momento bastante emocionante. Eu estava na correria de exames médicos, saindo de um lugar para o outro. Falei no telefone com a minha esposa, com os meus irmãos. O vídeo (do anúncio) que o Vasco fez foi covardia. Me deixou emocionado e fico muito feliz de estar aqui de novo.

Conversas com Souza e Alex Teixeira

— Sempre tivemos essa vontade de voltar. Fomos criados aqui, temos um amor pelo clube. Queríamos voltar e, se possível, juntos. É um momento importante, está acontecendo isso então estamos todos ansiosos para jogarmos juntos e fazer de tudo para ajudar o Vasco.

Onde o Vasco pode chegar?

Pedrinho, sobre a suposta de exigência de Coutinho por Souza e Alex Teixeira

— Ele nunca fez exigência. Foi um pedido, uma sugestão. Houve uma avaliação técnica, da estrutura, de todo o esforço que o Coutinho fez para vir para o Vasco. A indicação valia a pena porque nós precisávamos de um homem de meio de campo. O Souza sempre foi apaixonado pelo Vasco, além de entregar muito tecnicamente. O Alex também, muito capacitado e veio de uma passagem anterior em que o contexto não favoreceu. Acho que ele merece uma oportunidade de retornar a São Januário. Na questão financeira, as negociações não iriam lesar o clube de forma alguma. O contexto favoreceu e então olhamos com carinho para a indicação.

Amadurecimento e carreira desde que saiu do Vasco até o retorno

— Obviamente amadureci muito. Vivi coisas boas e não tão boas, que fizeram com que eu evoluísse. Lembro que me formei aqui, nessa sala. Uma das minhas formaturas na escola foi aqui (na Sede Náutica da Lagoa). Essa representatividade que existe para as crianças é muito bacana para mim. Eu tive um período curto no Vasco, meus títulos foram fora do país. Mas, em todos os lugares que eu passei, carreguei a bandeira do Vasco com muito respeito e amor. Sempre somos espelho para as crianças, então espero fazer as coisas certo para servir de exemplo.

Música para o retorno do craque, “A Barreira vai virar baile”

— Já ouvi muito essa música em casa, meus filhos não param de tocar. Estou ansioso para reencontrar a torcida no estádio, jogando. Mas, sempre que encontro um vascaíno na rua há um carinho, uma troca.

Relação com treinador e elenco

— Ainda não conversamos. Durante a semana vou começar a treinar com o time, ter o contato com o treinador e com o elenco. Já joguei na posição de meia-esquerda, centralizado. Acho que varia com a ideia que o técnico que tem. Isso é o mais importante. Após essa conversa, com certeza vou estar a vontade para jogar onde ele decidir. Mas, o mais importante é querer ajudar o clube, independente da posição.

Futuro no Vasco pós-empréstimo?

— Vamos passo a passo. Eu quero jogar o quanto antes com a camisa do Vasco, mas temos que pensar jogo a jogo. Vamos ver o que vai acontecer. Mas é assim que eu penso: tenho esse ano para dar o máximo e retornar todo o carinho aos torcedores dentro de campo.

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