Comprado em 2022 junto ao Corinthians, Lucas Piton entrou em campo no último Domingo, contra o Bangu, pela quarta rodada do Campeonato Carioca, e atingiu a importante marca de 50 jogos com a camisa do Vasco. Com isso, o clube se vê obrigado a pagar mais R$ 5,3 milhões pela compra do lateral-esquerdo.
O acordo firmado com o time paulista previa uma cláusula de bonificação por metas atingidas. Para a chegada de Piton, o cruzmaltino acertou a compra de 60% dos direitos do jogador por 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões na época). Além disso, existia a regra de comprar mais 20% dos direitos econômicos de Lucas por 1 milhão de euros (R$ 5,3 milhões), quando ele disputasse 50 partidas “como titular ou atuando ao menos por 45 minutos”.
Em grande fase pelo Vasco, Piton encerrou 2023 com 49 partidas disputadas: 37 pelo Brasileirão, 2 pela Copa do Brasil e 10 pelo Campeonato Carioca. Disputando amistosos no Uruguai na nova temporada, o jogador precisava de mais um jogo oficial disputado. Depois de enfrentar o Bangu, partida que terminou em um empate por 2×2 com Piton dando uma assistência, o Vasco agora terá 30 dias para depositar a quantia prevista. Passará então a contar com 80% dos direitos econômicos do lateral. Os outros 20% continuarão com o time formador, o Corinthians.
Mesmo com a chegada da SAF, o Vasco ainda encontra dificuldades para cumprir as datas estabelecidas nos acordos com outros times. No caso de Piton, os 3 milhões de euros deveriam ser pagos em seis parcelas de 500 mil euros com vencimentos em fevereiro, abril e maio de 2023; e janeiro, abril e maio de 2024. Entretanto, até Dezembro de 2023, a 777 Partners havia quitado apenas uma parcela.
Por conta do atraso, o Corinthians antecipou o vencimento das parcelas restantes e cobrou do Vasco na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) o pagamento do valor integral da dívida, com multa de 10% e juros de 1% ao mês. Esta manobra está prevista no contrato, em uma situação de inadimplência.
A disputa contratual não interessa somente aos dois clubes. A Elenko Sports, empresa de agenciamento de atletas que é credora do Corinthians, fez um acordo e receberá o resto do dinheiro a ser pago pelo Vasco. Ou seja, o time de Itaquera não deve ficar com mais nenhuma porcentagem do que os cariocas pagarem.
A SAF americana que comanda o Vasco tem conhecimento da situação, e o clube comunicou, em Dezembro, que “a gestão reitera o compromisso na renegociação de dívidas históricas e recentes do Vasco com planejamento e previsibilidade, como vem sendo feito.”
