Atlético-MG

Rafael Menin, dono da SAF do Atlético, intimida jornalista por críticas à gestão do clube

Arena MRV (Foto: Pedro Vilela/Getty Images)

Um dos proprietários do Galo, presidente da MRV enviou mensagem intimando Guilherme Frossard

(Foto: Pedro Vilela/Getty Images)

Rafael Menin, um dos proprietários da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético Mineiro, gerou polêmica ao enviar mensagens intimidatórias ao jornalista Guilherme Frossard, após este criticar a gestão do clube. A situação veio à tona quando Frossard divulgou uma captura de tela das mensagens, nas quais Menin fez cobranças sobre um artigo publicado no site O Tempo e, em seguida, bloqueou o contato com o profissional.

Nas mensagens, Menin acusou Frossard de ter caráter questionável, afirmando: “Rapaz, a vida vai te ensinar que o mau caráter nunca vence no longo prazo”. O jornalista respondeu que a crítica não envolvia questões de caráter, mas Menin insistiu: “Entenda como você quiser. Daqui alguns anos talvez você tenha uma melhor compreensão”. Após ser bloqueado, Frossard decidiu expor o episódio em uma live no Canal do Frossard, na qual explicou sua decisão.

Em sua transmissão, Frossard afirmou que nunca teria divulgado a conversa se tivesse a possibilidade de resolver o problema internamente. Ele destacou que suas críticas sempre foram à gestão do clube, não direcionadas à pessoa de Menin. “Não é a primeira vez que passo por isso. Eu sou jornalista e critico a gestão do clube, não é algo pessoal”, afirmou.

O jornalista também ressaltou que, como atleticano, seu desejo era celebrar títulos, mas que se visse sua liberdade de crítica sendo cerceada, a situação se tornaria insustentável. “Não sou editor de ninguém. Se os donos do Atlético querem fazer uma boa gestão, que façam. Mas, se eu não puder criticar, não sei como continuar”, disse, deixando claro seu compromisso com a profissão e com o clube.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a gestão do Atlético Mineiro e profissionais da imprensa. Em outubro, o jornalista Fred Melo Paiva, também atleticano, teve sua imagem apagada do Mural Alvinegro na Arena MRV. Paiva reagiu com ironia, fazendo uma crítica à atitude de forma sarcástica, comparando a remoção da imagem a uma manipulação histórica, como o “photoshop” utilizado por Stalin para apagar aliados das fotografias.

Esses episódios geram um debate sobre a relação entre a gestão de clubes e a liberdade de expressão da imprensa. Em um cenário onde os jornalistas exercem seu papel de fiscalizadores, é importante que críticas sejam aceitas com maturidade, sem ameaças ou tentativas de silenciamento. A transparência e o respeito às opiniões, mesmo divergentes, são fundamentais para o fortalecimento do futebol e da democracia.

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