Em São Januário, o Vasco bateu o Athletico Paranaense por 2 a 1 e chegou à oitava posição na tabela do Campeonato Brasileiro. De virada, o Cruzmaltino venceu com gols de Emerson Rodríguez e Vegetti. A vitória foi celebrada pelo técnico Rafael Paiva, que destacou o resultado positivo conquistado no fim. Ao contrário de jogos recentes (contra Bragatino e Criciúma), dessa vez, o Cruzmaltino conseguiu segurar a vantagem.
— A gente tem conversado muito sobre esse assunto, porque, se pegar lá atrás, foram mais de dois jogos em que sofremos gol nos últimos quarenta minutos. Internamente, estamos tentando entender o porque de levar esses gols. Acho que passa pelo mérito do adversário, em alguns momentos passa por recuarmos demais naturalmente, mas isso a gente tem total clareza que está acontecendo e conversamos muito sobre. Hoje, deu para ver uma postura completamente diferente. A postura deles de tentar jogar, manter o resultado. A torcida também ajuda muito, empurrando e vibrando o tempo todo. O caminho é esse. Precisamos ter essa regularidade sempre. Nos próximos jogos precisamos mostrar isso para deixar de perder pontos importantes, que fazem a diferença lá na frente. Hoje estamos no G-8 e poderíamos estar mais próximos da zona de Libertadores, cada vez mais longe do Z-4. É essa evolução que estamos buscando. — afirmou o treinador.
Questionado sobre as mudanças no estilo de jogo, Paiva sublinhou o amadurecimento da equipe nas últimas partidas, sobretudo no setor de criação:
— Nós tentamos melhorar nosso estilo de jogo a cada partida. É importantíssimo para a gente estar onde queremos e termos ambição de coisas melhores. Se trouxermos o jogo contra o Criciúma, em que também fizemos três gols, tivemos um do David anulado por impedimento, que custou muito caro no final. Também houve uma polêmica e demorou mais do que a gente gostaria para definir o que aconteceu. O que fica é que estamos criando, estamos evoluindo na construção. Há alguns meses, a gente estava pedindo para o time ter a bola e não conseguíamos construir da forma que o Vasco sempre construiu. Hoje em dia conseguimos evoluir, construir mais. Temos sido um pouco mais consistentes na defesa, e ainda temos muito para melhorar, mas é preciso enaltecer o que os jogadores criaram. Conseguiram reagir e buscar a vitória em uma situação adversa.
O resultado passou pelos pés de dois jovens que entraram na segunda etapa: Rayan e Leandrinho. Ambos deram assistências para os gols de Emerson Rodríguez e Vegetti. Durante a coletiva, os atletas foram citados pelo treinador, que comemorou a participação importante dos jogadores da base vascaína na temporada.
— Rayan entrou bem de novo, e já tinha ido bem contra o Criciúma. Leandrinho deu assistência para o segundo gol. Nós temos que confiar nos atletas, jogar eles para cima. Jogar no Vasco não é fácil, há sempre uma pressão grande. Mas, eles têm qualidade. Se a balança inverter, e passarmos a apoiar mais, temos muito a evoluir coletivamente. Amanhã é começar a pensar as melhores estratégias para quinta-feira, porque vai ser mais um jogo dificílimo para nós. — completou o treinador.
Confira outros trechos da coletiva:
ATUAÇÃO DE EMERSON RODRÍGUEZ
— Também fica o fato do Emerson fazer um bom jogo. Tenho falado o tempo todo sobre potencializar mais os jogadores. Nossa torcida é muito exigente. Teve um jogo em que ele não entrou tão bem e aí você já começa a escutar alguma coisa (na arquibancada). Precisamos ter paciência. Nós temos um grupo bom, com bons jogadores, atletas que podem suprir a ausência dos titulares. Isso demonstra a força do nosso elenco.
VITÓRIA E CHEGADA AO G-8
— A vitória é importantíssima para entrar no G-8. Acho que ainda não tínhamos alcançado essa posição antes neste campeonato. É fundamental estar brigando por posições. O Vasco merece e tem qualidade para estar onde está hoje. Fica esse sentimento de que temos que brigar lá em cima, buscar as vitórias em casa sempre, procurar vencer fora de casa também, porque faz a diferença lá na frente. Estávamos totalmente focados no jogo de hoje. Não dava para dividir a atenção com a partida de quinta-feira. Temos que curtir um pouco a vitória e amanhã começar a pensar no próximo confronto.
POSSÍVEIS DESFALQUES PARA A COPA DO BRASIL
— A gente tem que ver. Até relacionamos ele (David) entre os 24 jogadores. Ele não amanheceu bem, então tivemos que cortá-lo. Coutinho está trabalhando, em transição, mas ainda não se sente 100%. Temos que ver esses próximos dois dias para entender o que vai acontecer.
SAÍDA DE ADSON
— Adson tem jogado num limiar de dor um pouco mais alto que o normal. Ele tem sentido um desconforto na canela. Tem jogos em que sente menos e fica mais em campo, consegue desenvolver bem. Na maioria das partidas recentes, ele ficou até o final. Hoje, sentiu um pouco mais e ele terminou o primeiro tempo mancando. Não quis correr o risco de esperar para ver o que iria acontecer, e, de novo, sabendo que temos qualidade para entrar, fica esse saldo positivo de ter mais jogadores que mudem o jogo. Rayan entrou muito bem hoje, por exemplo. O saldo foi positivo no final, mas acredito que Adson não preocupa para o próximo jogo.
SUBSTITUIÇÕES AJUDANDO A RESOLVER O JOGO
— Rayan e Leandrinho entraram muito bem. É sempre importante pontuar que são atletas com idade de sub-20. Rayan marcou contra o Criciúma. Nós temos cinco atletas abaixo dos vinte anos que fizeram gol neste ano pelo Vasco no Campeonato Brasileiro. Acho um dado muito importante. Se não me engano, o Palmeiras é a segunda equipe, que teve três atletas sub-20 anotando gols. Isso demonstra o quanto acreditamos na nossa base, no trabalho interno. Temos jogadores de muito talento. É importante porque cobramos muito, mas ainda são atletas muito jovens, com grande potencial. Temos que tratá-los muito bem. Hoje, deram uma resposta muito positiva.
ATUAÇÃO DE EMERSON RODRÍGUEZ E POSSÍVEL LESÃO
— Acho que com o Emerson foi mais um desgaste físico. Ele correu muito no jogo, transitou muito no gramado. Acredito que tenha sido só a circustância da partida e nada mais grave. É bom poder contar com o futebol dele em alto nível. Mostra que tem um potencial e qualifica ainda mais as nossas decisões de ver quem começa no time. Se não começar, é ótimo ter um jogador desse nível para entrar. Mostra que estamos no caminho certo e evoluindo a cada jogo.
BRIGA POR LIBERTADORES?
— A gente conversa internamente que essa tem que ser a nossa intenção. Entre nós, temos que buscar sempre o limite mais alto, porque é muito difícil estar no fim da competição na obrigação de ganhar jogos e torcer para o resultado do adversário. Então, estamos em um lugar em que temos um pouco mais de tranquilidade para construir algo melhor. Temos tempo para buscar coisas maiores e temos que lutar sempre por isso. Temos que ter ambição de ir atrás das vitórias. Nós temos equipe para isso e temos mostrado evolução. Sempre é uma competição que respeitamos, uma concorrência pesadíssima. Precisamos pontuar para, quando vier um momento de oscilação, nós termos uma gordura para queimar. Mas, entre nós, sempre vamos brigar para estarmos em uma posição melhor.