Automobilismo
Red Bull rescinde contrato com piloto da F2 após comentários racistas em live
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Nesta terça-feira (21), a Red Bull anunciou nas suas redes sociais a rescisão do contrato com o piloto Juri Vips por causa de comentários racistas e homofóbicos feitos pelo estoniano em live na Twitch. A escuderia austríaca comunicou que iniciou uma investigação para descobrir mais sobre o ocorrido.
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Vips estava participando de uma live de outro parceiro de Red Bull, Liam Lawson, que estava transmitindo um jogo. Em um certo momento da transmissão o estoniano usou o termo “nigga”, palavra ofensiva para se referir aos negros. Mais tarde na mesma live Vips sai de um quarto e chega perto de Lawson, que naquele momento estava usando um boné rosa, o neozelandês joga o chapéu para o estoniano, que diz que “rosa é uma cor gay”, devolvendo a peça para Lawson.
“A Red Bull suspendeu o piloto júnior Jüri Vips de todas os compromissos do time com efeito imediato após investigação completa sobre o incidente”, publicou a equipe em nota oficial. “Como organização, condenamos comentários abusivos de todos os tipos e temos política de tolerância-zero para linguagem e comportamento racista dentro de nossa organização.”
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Nesta temporada da Fórmula 2, Vips está na sétima posição com 51 pontos. O estoniano soma três pódios até o momento. A sua equipe, Hitech, ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
Juri Vips era considerado uma, e se não, a maior joia da base de pilotos da Red Bull. O jovem estoniano de 21 anos começou sua carreira no kart onde teve um ótimo desempenho, foi campeão da F4 alemã em 2017 e, em 2018, foi anunciado pela escuderia austríaca para a academia de desenvolvimento.
Na academia o piloto teve rápido sucesso. Vips fez uma ótima temporada na F3 Europeia, em 2018, e terminou em quarto na média Motopark. Em 2019, ele conquistou o mesmo quarto lugar na F3, com a Hitech, que também não é uma das melhores equipes.
Em 2020 havia expectativa de alguns insiders da Fórmula 1 que o Vips pularia a F2 e iria para a categoria principal do automobilismo, na AlphaTauri. Helmut Marko e a Red Bull mandaram o estoniano para o Japão, na Super Formula, mesmo caminho traçado, por exemplo, por Pierre Gasly. Porém a pandemia de Covid-19 destruiu todo o plano.
Vips simplesmente não correu por causa das restrições de entrada no Japão, quase ficou parado no ano e só completou grid na Dams, na reta final da temporada 2020. Não tinha como subir para a F1 após ficar sem correr, praticamente. Por causa disso Yuki Tsunoda ganhou a vaga na AlphaTauri em 2021, como parceiro de Pierre Gasly.
Em 2021, como principal piloto da Hitech na F2, o estoniano fez uma boa temporada, porém terminou marcado por uma série de incidentes, como abandonos forçados por quebras, safety-car em horas erradas e outros problemas. O sexto lugar no final, não refletia a performance real do piloto naquela temporada.
Só que 2022 já vinha sendo muito difícil como um todo. Ainda que tenha feito testes na pré-temporada da F1 e assumindo a vaga de piloto reserva e de testes da Red Bull e da AlphaTauri, Vips caiu de rendimento na F2 e abandonou provas que pareciam vitórias certas, mais uma vez. Só que dessa vez por erros próprios e não problemas com o carro. A grande aposta da Red Bull acabou ficando ultrapassada.