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Renato Gaúcho responde críticas da torcida: ‘É bom escutar a palavra burro’

Renato Gaúcho durante o jogo com o Palmeiras ( FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA)

Treinador recebeu ofensas depois que tricolor permitiu o empate do Palmeiras.

FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

O frustrante empate do Grêmio contra o Palmeiras, no Estádio Centenário, nessa quinta-feira (4), culminou em apenas um ponto na tabela de classificação, o que tornou-se insuficiente para tirar o Tricolor Gaúcho do Z-4 do Brasileirão. E nem Renato Portaluppi, maior ídolo da história do clube azul, preto e branco, escapou das duras críticas feitas pela torcida gremista, que depois do término da partida o chamou de “burro” por inúmeras e intensas vezes.

Os xingamentos foram entoados principalmente pelos dois gols que levaram o alviverde a empatar o duelo. O que pesou ainda mais foi o fato de que a igualdade no placar foi alcançada logo em seguida à substituição tripla efetuada pelo treinador, aos 27 do segundo tempo. Ele colocou João Paulo Galvão, que substituiu Pavón, o estreante Rodrigo Caio entrou na vaga de Rodrigo Ely, além de outro zagueiro, Natã, que adentrou em campo no lugar de Cristaldo. 

Apesar da ação que irritou os torcedores presentes em Caxias do Sul, além dos dois gols marcados pelo Verdão em um momento em que o Grêmio estava encaminhando a vitória que lhe deixaria fora da zona de rebaixamento, Renato demonstrou estranheza com a atitude ocorrida em massa nas arquibancadas do Centenário. Na entrevista coletiva, aconteceu a contra-resposta. O técnico rebateu como era de se esperar: por meio de rispidez e ironia.

— Até estranhei a reação da nossa torcida, porque nunca tinha acontecido isso. Eu entendo pelo resultado, pela nossa situação, vencendo contra o Palmeiras e chega o empate. Mas isso não me preocupa, faz parte do futebol, porque eu sou bom pra caramba. Eu nunca tinha escutado isso (xingamentos de ‘burro’). Por um lado é bom escutar a palavra ‘burro’, para saber o que ela representa. Mas eu faria tudo de novo — Renato Gaúcho ao devolver às críticas à torcida tricolor.

Ao mesmo tempo que disparou contra o seu torcedor, o treinador afirmou que tem empatia pelos gremistas, pois reconheceu que o placar favorável a si deveria ter sido melhor administrado pelo Grêmio e que o empate não poderia ter sido cedido aos palmeirenses, sobretudo, da forma que ele foi ocasionado. Os gaúchos estavam triunfando por quase todo o jogo devido ao gol de Pavón feito a dois minutos de partida e tinham tudo para sacramentar a vitória após o gol anotado por Cristaldo. 

Mas, a noite que seria de glória na Serra Gaúcha, se tornou uma noite de decepção. No minuto posterior ao pênalti convertido pelo meio-campista, outro argentino balançou as redes, pois Flaco López descontou para o Palmeiras. O placar foi igualado através de um lindo chute de fora da área de Estevão, jovem promissor de 17 anos, vendido no final de junho ao Chelsea.

— Eu me coloco no lugar dele (torcedor). É porque nós estávamos vencendo a partida por 2 a 0 e nós tomamos o empate. É lógico que o torcedor vai ficar chateado. A torcida do Grêmio sempre esteve comigo e sempre vai estar comigo. Eles sabem do nosso trabalho. Hoje dou uma certa razão para ela. Porque estávamos ganhando e sofremos o empate. Futebol é assim, faz parte. Importante é o rendimento da minha equipe. Não enfrentamos qualquer equipe, enfrentamos uma das três melhores do país, que sempre ganha títulos. Torcedor tem que entender esse lado — ponderou.

No entanto, Renato, como lhe é característico, diminuiu as críticas. Além disso, continuou com o discurso que vem fazendo recentemente, que tem como objetivo estimular a confiança do elenco que, segundo assegurado pelo profissional, vai melhorar seu desempenho em breve e que isso vai levar o Grêmio de volta ao “seu devido lugar”.

— É muito fácil. Você ganha, todo mundo gosta. Daí, de repente, você faz uma substituição, que, muitas vezes, o torcedor nem sabe o porquê é feita, e o resultado não vem. É lógico que o torcedor se chateia. Mas eu estou bem tranquilo quanto a isso. Até estranhei a reação da nossa torcida, porque nunca tinha acontecido assim, mas eu entendo, pelo resultado, pela nossa situação, vencendo o jogo por 2 a 0, mas isso não me preocupa — avaliou.

Com a mesma convicção que afirmou possuir em seu plantel a ponto de garantir que os atletas gremistas farão o Imortal render muito mais durante o restante de 2024, o técnico elogiou o trabalho que vem sendo efetuado por ele mesmo até esta parte da temporada. Também comentou crer que a torcida que tanto lhe idolatra segue o apoiando.

— Faz parte do futebol (as críticas). Sabe por quê? Porque eu sou bom para caramba. Eu sou muito bom. E a torcida do Grêmio sempre esteve comigo e sempre vai estar comigo porque ela sabe do resultado do trabalho que a gente tem aqui dentro do clube. Hoje, eu até dou uma certa razão para ela (torcida). Eu poderia não ter colocado o (João Paulo) Galvão. Poderia ter colocado outro jogador e nós poderíamos ter perdido o jogo. Futebol é assim. Faz parte. O importante é o desempenho da minha equipe — complementou.

A delegação gremista retornou a Porto Alegre na noite de quinta-feira. Os comandados de Renato vão se reapresentar na tarde desta sexta-feira (5). O Grêmio volta a disputar um compromisso pelo Campeonato Brasileiro no domingo (7), enfrentando o Juventude, às 16h, no Alfredo Jaconi. O clássico gaúcho valerá pela 15ª rodada do Brasileirão. O empate sofrido diante dos paulistas deixou o Tricolor na 18ª colocação, com 11 pontos. O Papo está no 13° lugar da competição nacional, tendo somado 16 pontos até agora na tabela da Série A.

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