Neste último sábado (29), Luis Suárez e o vice de futebol do Grêmio, Antonio Brum concederam uma coletiva no CT Luiz de Carvalho, um dia depois do anúncio do novo contrato do uruguaio. Na conversa com a imprensa, o camisa 9 do tricolor gaúcho confirmou que deixará o time no final do ano e falou sobre seu sentimento com o clube.
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Depois de ser fortemente assediado pelo Inter Miami, Grêmio e Suárez chegaram a um acordo que finalizaria com a novela da saída do uruguaio e manteria ele no tricolor gaúcho até o final do ano. A saída foi uma remodelação do contrato do camisa 9, que agora se encerra no final de 2023 e não mais em 2024.
Na coletiva, Suárez disse que a decisão de antecipar sua passagem pelo Grêmio foi tomada em conjunto com o clube e motivada por sua condição física. O uruguaio sofre com dores crônicas no joelho direto há algum tempo e cogitou parar de jogar por um tempo para se tratar em Barcelona, na Espanha.
– Me sentia com força física para poder ficar por dois anos, foi o que pedi ao clube. Mas tenho que ser sincero comigo mesmo, com meu corpo, e com o clube. No próximo ano não vou poder render ao Grêmio o que esperam de mim, pela carga e intensidade que tem o futebol brasileiro. Terá muitas viagens se o clube jogar a Libertadores, que é o objetivo do clube. E por isso é uma decisão que se conversou com o clube. O clube entendeu e agradeço por isso – disse Suárez.
– Como o Suárez bem disse, a antecipação do vínculo até o final do ano mantém o projeto do Grêmio que era de um ano. O jogador não se sente apto a atuar em uma intensidade desse tamanho, o que adiante mantê-lo aqui? Nesse momento eles nos deixar seria muito ruim. A gente trata a permanência do Suárez como um reforço. Se ele saísse agora para tratar, não teria como repor o quarto artilheiro do mundo. A não ser que o Grêmio fosse no Manchester City tentar o Haaland, o Lewandowski talvez. Os dois lados cederam e acho que fica bom para todo mundo – completou Brum.
O uruguaio também explicou que não cogitou se aposentar imediatamente, como chegou a ser noticiado, mas sim parar por algum tempo para se recuperar das dores. Questionado sobre o interesse do Inter Miami em sua contratação, ele confirmou que o Grêmio foi procurado e que decidiu não liberá-lo, mas disse em que em nenhum momento conversou com a equipe da MLS. Com o assunto superado, afirmou que vai se esforçar para jogar “todas as partidas possíveis” para atingir os objetivos do Grêmio na temporada.
– O objetivo, e o desejo que tenho, com disse a meus companheiros outro dia, sonho que meus filhos e minha mulher me vejam levantando a Copa do Brasil. Tivemos um mau resultado (contra o Flamengo), mas estou convencido que vamos tentar fazer o melhor para reverter. E depois, o Campeonato Brasileiro é muito longo. É difícil? Sim, é difícil. A liga espanhola também era difícil para o Atlético de Madri e a ganhei. É ter ambição, acreditar nas possibilidades que tem a equipe com a ajuda da torcida e a gente demonstrando dentro de campo – declarou Suárez.
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Confira mais trechos da entrevista:
- Aposentadoria
“O tema veio pelo desgaste que tenho no joelho, é uma lesão crônica que todo mundo sabe, não escondo de ninguém, ao contrário, o clube sabia antes de eu chegar. O futebol brasileiro tem um ritmo muito alto, a intensidade. Eu conversei com eles (Grêmio), e me ofereceram parar um mês, um mês e meio. Eu não posso parar um mês. Se me comprometo, me comprometo a jogar e treinar. Se não, sinto que estou mentindo ao clube. Tive 15 dias sem jogar e me fez muito bem. A dor vai diminuindo. Não sei se vou seguir (jogando)… Sei que baixar a intensidade é certo”.
- Demora para se pronunciar
“Não é que demorei. Não posso sair todos os dias a desmentir uma informação. Falem, esse é o trabalho (da imprensa), buscar, informar. Às vezes estão certos, às vezes não. O assunto (que era discutido) era parar por um tempo e não me aposentar. Por isso, naquele momento, me incomodou. Aqui estou, dando a cara sem nenhum problema. Os torcedores têm que entender que era uma situação difícil, se eu digo uma coisa, o clube (diz outra). Teríamos que estar juntos e até que se solucionasse não iríamos falar. E assim foi. Como disse o treinador, com final feliz, e temos que agradecer essa parte”.
- Projeção para o restante da temporada
“Eu me comprometi com o clube de jogar o máximo de partidas que posso. É minha forma de agradecer o clube pelo esforço que fez para me trazer, para que os torcedores sigam desfrutando. Às vezes me dói um pouco, mas podemos aguentar essa dor. O esforço para jogar futebol, jogar aqui com o Grêmio, com a torcida, desfrutar dessa parte, desfrutar do futebol brasileiro, vale a pena”.
- Clima com companheiros
“O problema no joelho não vai mudar. Vai seguir sendo o mesmo. Vou seguir fazendo o esforço que venho fazendo desde o princípio de maio, que comecei com muito mais dor. Por querer jogar futebol, por que tenho filhos que vão crescendo e gostam de me ver em campo, que gostam quando o Grêmio ganha, isso como pai é o melhor que pode ter. O treinador sempre me apoiou a todo momento, eu converso muito com ele. Ele jogou, ele sabe como é o vestiário, sabe o que represento para os companheiros, e os companheiros me respeitaram a todo momento. Em nenhum momento vieram me perguntar sobre a situação, respeitaram isso. E um dia antes da partida (contra o Flamengo), falei com eles para dizer que temos que esquecer de tudo e pensar no melhor para o clube. Pedi desculpas se em algum momento sentiram uma sensação estranha minha. Me aplaudiram todos, sem nenhum problema”.
- Interesse do Inter Miami
“Pelo que entendi, se comunicaram com o clube. E o Grêmio respondeu que tinha contrato e que neste momento não tinha nenhuma possibilidade. Comigo, em nenhum momento conversaram”.
- Desgaste com Renato e a direção
“É normal isso no futebol. O treinador está no foco porque é ele que vem para cá sempre, tem que dar a cara. Que me julguem pelas minhas coisas dentro de campo, pelo esforço que faço com a idade que tenho, quase 37 anos, com um joelho muito mal. Que valorizem esse sacrifício em cada partida, em cada jogada, e vamos ficar todos contentes”.
- Está feliz no Grêmio?
“Tem que ver os jogos, os treinamentos, para ver se estou feliz. Tem algumas partidas que estou triste, mas pela situação da partida, mas não por vestir a camiseta do Grêmio. É o contrário. Foi tão longa a novela que muitas coisas disseram que são verdade e outras que são mentira. Eu dou risada”.
- Seleção uruguaia
“Creio que se eu manter o nível, a experiência e hierarquia já tenho para jogar na seleção, mas se eu mantenho o nível e demonstro ao treinador que posso jogar, por que não? Mas aí já é decisão do novo treinador que chegou e toma a decisão de convocar os jogadores”
- Melhor momento no Grêmio
“O melhor momento, para deixar todos os torcedores contentes, foi o gol contra o Inter. Foi o melhor momento que vivi aqui desde que estou no Grêmio” finalizou Suárez.