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TJD-PR realiza julgamento da briga entre jogadores de Athletico e Coritiba; confira as punições

Jogadores foram punidos na briga do clássico Athletiba - (Foto: João Heim)
Foto: João Heim

Nesta quarta-feira (1), aconteceu o julgamento da briga do Athletiba no TJD-PR, onde os atletas de Athletico e Coritiba prestaram seus depoimentos e depois tiveram suas punições anunciadas. O julgamento começou por volta das 18h e durou cerca de 8h. Vale destacar que todos os envolvidos ainda podem recorrer da decisão.

Pelo lado do Athletico: Thiago Heleno foi punido com quatro jogos, Pedro Henrique também foi punido com quatro partidas, Christian recebeu quatro jogos de punição, Pedrinho foi punido com seis partidas e Terans recebeu dois jogos de punição. O Athletico foi punido com multa de R$ 2 mil em razão dos arremessos de copos no gramado e no restante das denúncias foi absolvido.

Pelo lado do Coritiba: Marcio recebeu apenas uma advertência, Victor Luis foi absolvido, Fabrício Daniel foi punido por seis jogos e Alef Manga recebeu cinco jogos de punição. O treinador Antônio Oliveira foi absolvido. O Coxa também foi absolvido das denúncias. O árbitro da partida, José Mendonca da Silva Jr também foi absolvido.

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Depois de quase uma hora para as provas serem apresentadas e a acusação ser lida e explicada detalhadamente, chegou o momento dos jogadores prestarem seus depoimentos.

Confira a ordem e os depoimentos dos atletas:

O primeiro jogador a prestar o depoimento foi o zagueiro Márcio, do Coritiba. O atleta alviverde rapidamente explicou o que aconteceu e afirmou que o único incidente que ele se envolveu foi com o Terans, que iniciou todo o atrito.

“Depois de um lance, eu fui brincar com ele. Dei um tapa nas costas dele e falei “Espertinho”. Ele pegou no meu pescoço. Aí, eu empurrei ele. Depois disso, eu não participei de nenhum outro atrito”.

O segundo jogador a prestar depoimento foi Terans, meia do Athletico. O atleta do Furacão explicou que na visão dele ele foi agredido por Marcio e depois Manga chegou socando ele. O uruguaio também afirmou que não agrediu ninguém.

“Eu estava abaixado e ele chegou pesado nas minhas costas. No momento, senti como uma agressão. A gente começou a se puxar, depois se entendemos. Após isso, chegou Alef com um soco nas minhas costas. Não cheguei em nenhum momento a conectar um soco, não fiz nenhuma agressão.”

“No momento, senti uma agressão (Marcio), e começamos a se puxar. Depois, tem a briga e recebi um soco pelas minhas costas. Tive uma reflexo, mas não agredi ninguém.”

O terceiro atleta a prestar depoimento foi Alef Manga. O atacante do Coritiba começou explicando onde estava no campo no início da confusão, depois enfatizou que não socou Terans e sim empurrou, e finalizou dizendo que depois apenas tentou sair da confusão.

“Quando começou, eu avisei o árbitro, que estava de costas, os dois estavam se pegando no pescoço do outro (Marcio Silva e David Terans).”

“No calor do momento, eu empurrei ele, em nenhum momento dei um soco. Aí, ele virou de frente, e começou a confusão. Depois, lembro que puxaram minha camisa. O Terans tentou me dar um soco, mas não me atingiu. Aí, eu tava de costas e me atingiram, ficando no chão. Ao levantar, fui derrubado novamente. Depois, estava tentando sair da confusão.”

“Quando eu cheguei em casa, a minha esposa estava muito preocupado comigo. Aí, eles pediram para eu gravar um vídeo. Eu acabei sendo atingido na hora da confusão. Depois, quando tentei sair da confusão.”

“Na verdade, na primeira confusão, quando fui atingindo por trás, eu acabei caindo. Não dá para falar se foi chute, soco.”

“Quando cheguei em casa, eu estava com um pouco de dor nas costas e dor no rosto”.

“Como eu estava muito longe, eu vi de longe. Eu achei estava acontecendo uma agressão mais grave. Eu avisei o árbitro e empurrei o Terans.”

O advogado do Athletico questionou Manga sobre uma entrevista do atacante na partida anterior do clássico, contra o Cianorte, onde ele brinca com a torcida do rival dizendo: “alguns me amam e outros me odeiam. O atacante respondeu: “Não quis provocar ninguém.”

“O Kaio me chama para dançar. Eu fui no embalado dele. Depois, tacaram um copo de cerveja na gente. Eu chutei o copo e joguei para o lado.”

“Eu quero pedir desculpa para todos, para as crianças. Isso nunca aconteceu na minha carreira. Depois que cheguei em casa, eu fiquei muito chateado. Eu sei da responsabilidade que eu carrego no clube. Isso não vai se repetir novamente.”

O quarto atleta a prestar depoimento foi o zagueiro Thiago Heleno, defensor do Athletico. O capitão do Furacão explicou na visão dele como toda a briga começou e culpou Alef Manga por todo o caos no clássico.

“Primeiro, teve relação da falta. Depois, teve o fato do Terans e do Marcio. Nisso, quando avisaram o árbitro, eu já avistei o Alef Manga correndo em direção da confusão. De longe, achamos que ele ia chegar para separar. Ele (Manga) chegou de uma forma bem agressiva, dando um tranco, agredindo. Foi aí que começou a nossa reação, depois deste movimento. Começamos a correr para chegar próximo. Eu faço até o movimento para tocá-lo, mas minha mão já havia passado. Depois disso, eu me afastei, não teve mais uma situação minha de agredir ou falar alguma coisa.”

“O que gerou toda a confusão foi a forma que Manga chegou, pelas costas de Terans.”

“Tinha muita gente falando. Como eu estava próximo do árbitro, eu vi ele dizendo que ia expulsar três jogadores de cada lado e ia voltar o jogo.”

“Na verdade, toda confusão teve. Aí, quando ficou mais tranquilo. Eu ouvi aquela situação que ele ia expulsar três de cada lado. Aí, eu fui perto do nosso banco.”

“Estou há oito anos vestindo a camisa deste clube. Sei que tem crianças que nos acompanham, somos exemplos. Até pelo posto que tenho hoje de capitão. Por isso, eu peço desculpa. Tenho certeza que não vai mais acontecer.”

O quinto atleta a prestar depoimento foi o outro zagueiro do Athletico, Pedro Henrique. O defensor também como seu companheiro de zaga culpou Alef Manga pelo ocorrido.

“Eu estava ao lado do Thiago Heleno. Aí, o Alef Manga correu. Quando ele tá chegando, eu e o Thiago corremos juntos. Nós vemos o Terans ser agredido por trás. A nossa intenção era separar. Com a intensidade que chegamos, a gente empurra, ele (Manga) acaba caindo pelo empurrão. Depois disso, eu não fiz mais nada.”

“Em nenhum momento eu acerto um soco no Alef Manga. Se fosse um contato de jogo o empurrão, seria uma falta normal. Quando você vai separar uma briga, foi exatamente isso que aconteceu. Eu e Fabrício Daniel perdemos a cabeça, realmente passou minha mão, mas não acerto ele. Não me orgulho isso.”

O sexto atleta a prestar depoimento é o volante Christian, do Athletico.

“Eu estava de costas. Eu cheguei trotando na confusão. Quando eu vi, começou os empurrões. Tentei esticar a perna no Alef Manga no chão, mas não acertei ele.”

O sétimo atleta a prestar depoimento é o lateral Victor Luis, do Coritiba.

“Vimos a confusão, que todos falaram, entre o Terans e o Marcio. Eu seguro o Terans por um tempo, tiro ele Na hora que eu vejo o Pedro chegando, vou para tirar ele. O intuito sempre foi separar. Se eu agredisse alguém pelas costas, eu seria cobrado pelo meu pai em casa.”

O último atleta do Furacão a prestar depoimento foi o lateral Pedrinho, do Athletico.

” Foi uma decisão precipitada (da agressão), eu nem pensei direito. Foi no momento da confusão.”

O nono e último jogador de ambos os times a prestar o depoimento foi o atacante Fabrício Daniel, do Coritiba. O camisa 13 confirmou que trocou mensagens com Pedro Henrique, do Athletico, pedindo desculpa.

“Eu nunca participei de discussões, brigas. Ninguém se orgulha disso. No primeiro momento, eu estou separando. A briga estava controlada. Até que o atleta Pedrinho dá um golpe em Manga. No calor do momento, corro atrás dele. Aí, eu paro. Após isso, eu estava na linha de fundo. Fui surpreendido pelo Pedro Henrique e espero a ação dele. Eu acredito que eu tive uma reação.”

“Pedi o número do Pedro Henrique e mandei uma mensagem me desculpando”

Depois do depoimento de todos os jogadores, chegou a vez do diretor e técnico do Coritiba falarem. O treinador Antônio Oliveira foi o primeiro.

“Todos aqui estão arrependidos desses atos. Eu, como tanto outros, tentei auxiliar o árbitro. Eu me dirigi ao árbitro, mas em nenhum momento usei palavras ofensivas. Sempre vou viver o jogo de uma forma responsável, sempre sabendo lidar quando tem um limite.”

“Sim, (eu disse as palavras que estão na súmula). Eu fiquei surpreso quando li a súmula e vi que estava expulso da partida.”

Depois do treinador alviverde, foi a vez do diretor de futebol do Coritiba, Lucas Drubscky, falar sobre o ocorrido.

“Não havia mais jogo acontecendo. Eu estava ali para acalmar, separar e retirar os atletas. Não teve nenhum movimento agressivo. Isso está muito claro nas imagens”

O último a ser ouvido foi o árbitro do clássico, José Mendonca Silva Jr. O juíz confirmou que a partida foi finalizada por falta de segurança.

“A partida foi finalizada por falta de segurança”

“A partida estava acontecendo normalmente. Naquele momento, eu estava me dirigindo ao treinador do Coritiba para dar um cartão amarelo. Aí, sou alertado pelo assistente sobre o tumulto. Eu me descoloco, e vejo que os demais atletas também correm na direção da confusão. Não tive sucesso em apartar e me afasto. Eu tiro cartão do bolso e começo a anotar os envolvidos”.

Confira a ordem dos votos

Thiago Heleno foi o primeiro a ter sua punição anunciada. O zagueiro recebeu os seguintes votos: cinco partidas, quatro partidas, seis partidas, sete partidas e duas partidas. No final, o capitão recebeu a punição de quatro partidas.

Pedro Henrique foi o segundo a ter sua punição anunciada. O defensor recebeu os seguintes votos: quatro partidas, quatro partidas, oito partidas, oito partidas e quatro partidas. No final, o zagueiro recebeu a punição de quatro partidas.

Christian foi o terceiro a ter sua punição anunciada. O volante recebeu os seguintes votos: quatro partidas, três partidas, seis partidas, seis partidas e seis partidas. No final, o atleta foi punido por quatro partidas.

Pedrinho foi o quarto a ter sua punição anunciada. O lateral recebeu os seguintes votos: cinco partidas, seis partidas, seis partidas, oito partidas e seis partidas. No final, o atleta recebeu seis partidas de punição.

Terans foi o quinto e último a ter sua punição anunciada pelo lado do Furacão. O meia recebeu os seguintes votos: quatro partidas, duas partidas, quatro partidas, duas partidas e duas partidas. No final, o jogador recebeu a punição de dois jogos.

Marcio foi o sexto jogador a ter sua punição anunciada e o primeiro pelo lado do Coritiba. O zagueiro recebeu os seguintes votos: duas partidas e duas partidas. No final, o TJD-PR decidiu apenas dar uma advertência para o zagueiro do Coxa.

Fabrício Daniel foi o sétimo jogador a ter sua punição anunciada. O atacante foi punido por seis jogos, por maioria dos votos.

Alef Manga foi o último a ter sua punição anunciada. O atacante alviverde foi punido por cinco jogos, por maioria dos votos.

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Relembre a briga

Terans e Marcio trocaram alguns empurrões e o goleiro do Coritiba Gabriel e Cuello, do Athletico, chegaram para acalmar a confusão, porém Alef Manga empurrou o uruguaio, que devolveu com outro empurrão no atacante e depois disso se tornou uma briga generalizada. Diversos jogadores dos dois clubes chegaram se empurrando, inclusive o atacante do Coritiba chegou a ficar cercado por alguns jogadores do Athletico. Todos os atletas reservas e até dirigentes entraram no gramado.

Quando a briga já estava se acalmando novamente, o lateral do Furacão, Pedrinho, acertou um chute em Alef Manga e a confusão retornou. O jogador correu, Fabricio Daniel e outros atletas do Coritiba foram atrás do lateral. O camisa 13 inclusive se envolveu em uma briga com o zagueiro Pedro Henrique, onde o atacante acerta um soco no defensor. Na sequência, até alguns torcedores do Athletico invadiram o campo e um deles acertou um chute no goleiro Marcão, reserva do Coritiba.

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