Um dia para não esquecer: torcedora relembra o clima da Baixada no jogo de ida da final da Copa do Brasil

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Foto: Reprodução/Athletico
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Hoje, 11 de setembro de 2020, faz um ano que o Athletico venceu o Internacional por 1 a 0 no jogo de ida da final da Copa do Brasil. O Furacão jogou bem e Bruno Guimarães marcou o gol, deixando a torcida ainda mais ansiosa para a grande final no Beira-Rio.

É um dia que com certeza está na memória do torcedor atleticano. Para relembrar a data, conversei com Mainara Melo, torcedora fanática e sócia do clube desde 2014, que estava na Arena da Baixada naquela partida.

A CAMPANHA

Ao contrário de 2013, onde o Furacão perdeu a decisão para o Flamengo, a situação em 2019 parecia mais favorável. Com Tiago Nunes no comando, em 2018 a equipe tinha conquistado a Copa Sul-Americana – um título importantíssimo para o clube, o primeiro internacional. O Athletico ainda era bicampeão estadual com a equipe de aspirantes, e tinha ganhado a Levain Cup no Japão.

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Foto: Reprodução/Athletico

Mas a campanha não foi tão fácil, porque o time teve adversários difíceis. O primeiro foi o Fortaleza, que se segurou muito bem defensivamente e deu trabalho. O segundo foi o Flamengo, mais uma pedreira: o time carioca empatou em 1 a 1 com o Furacão na Arena da Baixada. No Maracanã, o mesmo placar e decisão nos pênaltis. A estrela de Santos brilhou e o Athletico foi para a semifinal.

E aí não faltou emoção: contra o Grêmio, o Athletico reverteu os 2 a 0 do jogo de ida e venceu na disputa de pênaltis, com Santos sendo decisivo mais uma vez. Aí, o Athletico já mostrava que tinha potencial para ser campeão.

O PRÉ-JOGO

Foto: Reprodução/Athletico

O dia 11 de setembro de 2019 começou cedo para o torcedor atleticano. Não era apenas uma final: era a decisão da Copa do Brasil, título ainda inédito para o clube, que tinha agora um elenco campeão e qualificado.

Após a “remontada” contra o Grêmio uma semana antes, Mainara Melo tinha as expectativas muito altas. Ela acompanha o time fielmente desde 2014, quando se tornou sócia. Em todos os jogos, o sentimento é sempre de ansiedade. Então, no dia da grande final, era difícil não pensar a todo momento no jogo: “todo jogo é assim, mas aquele dia era muito mais especial. Era uma final que a gente tinha grandes possibilidades de ganhar, então era um dia diferente”.

Mainara não trabalhou naquele dia. O jogo era às 21h30, mas ela chegou na Arena da Baixada no começo da tarde e já encontrou uma multidão de atleticanos confraternizando ao redor do estádio.

No horário que o ônibus do elenco chegou no estádio, a torcida nas ruas se preparou para o famoso “Caminho para o Caldeirão”, uma tradição da torcida de receber o time com sinalizadores, luzes, cantoria e muita festa. Mainara estava lá sozinha na multidão. Emocionada, ela define o momento como um dos mais eletrizantes e emocionantes da sua vida:

Você vê todo mundo cantando, todo mundo junto, todos os corações batendo ao mesmo tempo pelo Athletico. Não tinha uma pessoa que não estava cantando, dando o último grau da voz.

O JOGO

E enquanto o horário do jogo ia se aproximando, era muito difícil manter a calma, segundo Mainara.

– Desde que eu acordei, eu já estava ansiosa. Mas quando eu entrei na Arena e fui até o local onde eu ia ficar, de lá para cá meu coração disparou até o último momento do jogo.

A partida foi cheia de emoções. Apesar do gol não sair logo, os dois times jogavam bem. O Athletico pressionava mais, mas o Internacional aproveitava bem o contra-ataque.

Durante o jogo, Mainara apoiou e torceu o máximo que podia, mesmo estando nervosa. Cantou tanto que até saiu da Baixada sem voz. E foram horas tão intensas que a torcedora nem pensou em tirar fotos, de tão focada no jogo.

Passou a primeira etapa e o gol não vinha. Mas aos 12′ do segundo tempo, o Furacão deu o primeiro passo da decisão: Bruno Guimarães e Marco Ruben fizeram grande jogada: o argentino ajeitou para o volante, que bateu de primeira e abriu o placar. O estádio explodiu tanto que choveu cerveja e lanches nas arquibandas. Para Mainara, foi além da emoção.

– Na hora do gol do Bruno, parecia que não ia caber tanto sentimento dentro de mim. Eu fiquei tão feliz, que para mim aquilo nem estava acontecendo, parecia um sonho.

Foto: Reprodução/Athletico

E o jogo seguiu 1 a 0 para o Athletico. Era a primeira etapa de uma decisão de 180 minutos, mas o torcedor tinha muitos motivos para comemorar.

UM DIA PARA FICAR GUARDADO NA MEMÓRIA

Quando Mainara saiu do estádio após a vitória do Furacão, o sentimento era de emoção ao ver o time dando mais um passo rumo a um título importante: “eu nem sei nem explicar. Faltam palavras para explicar aquele jogo, é uma alegria enorme. Eu acho que esse é o atleticanismo que eles [a torcida] falam, que é você sentir de uma forma que seus batimentos do coração estão batendo pelo Athletico”.

Para a torcedora, a emoção da torcida foi ainda maior por ver o grande desempenho que o Furacão teve na campanha:

– Você vê o Athletico jogando muita bola, arrebentando o jogo. E são momentos que você acha que nem vai passar, levando em consideração outros momentos que o Athletico viveu, e você se depara vivendo aquilo. Vendo seu time entre os gigantes e jogando muito bem. É inexplicável.

Esta vitória por 1 a 0 foi só o primeiro passo de uma grande decisão que levaria o Furacão a um dos momentos mais gloriosos de sua história. E para a Mainara, um momento de muito orgulho.

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