O futebol encerra a semana de final de Copa do Mundo mais triste. Nesta sexta-feira (16), o ex-jogador e técnico Siniša Mihajlović morreu aos 53 anos de idade, em decorrência de uma leucemia diagnosticada em 2019. Nascido na Sérvia, Mihajlović é um personagem importante não apenas do país localizado nos Bálcãs, mas também na Itália, onde passou maior parte de sua carreira como atleta e como treinador.
Atleta vitorioso
Siniša Mihajlović nasceu em 20 de fevereiro de 1969, na cidade de Vukovar, na época pertencente à Iugoslávia, hoje localizada na Croácia. Começou sua trajetória no futebol nas categorias de base do Borovo, clube localizado na cidade homônima ao norte de Vukovar, onde se profissionalizou. Em 1988, foi contratado pelo Vojvodina e passou dois anos e meio até ser contratado pelo Estrela Vermelha. Foi onde apareceu para o mundo. Zagueiro de boa altura e qualidade técnica diferenciada, passou apenas um ano e meio, mas conquistou a maior glória do clube sérvio até hoje: a conquista da Uefa Champions League em 1991 ao superar o fortíssimo Olympique de Marseille nos pênaltis após empate sem gols no tempo normal. Semanas após a conquista, o início do sucesso na Itália.
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A carreira de Mihajlović na Itália começou na Roma, na metade de 1992. Foram dois anos no time capitolino, quatro na Sampdoria, seis na Lazio e dois na Internazionale, onde encerrou a carreira. No calcio, mostrou sua capacidade técnica ao também atuar como volante, lateral-esquerdo e meia-esquerda. Além disso, fez parte das categorias de base da seleção da Iugoslávia e disputou 63 jogos no time principal, com nove gols marcados. Após a dissolução e o fim da Iugoslávia, Mihajlović foi convocado para a seleção de Sérvia e Montenegro, já em sua reta final de carreira. Como atleta de clubes e da seleção, Siniša disputou 522 jogos, com 79 gols e 57 assistências. Conquistou uma Uefa Champions League com o Estrela Vermelha em 1991, uma Uefa Europa League e uma Supercopa da Uefa com a Lazio em 1999, três Campeonatos Iugoslavos (um com o Vojvodina em 1989 e dois com o Estrela Vermelha em 1991 e 1992), duas Serie A (Lazio em 2000 e Internazionale em 2006), quatro Coppa Italia (Lazio em 2000 e 2004, Internazionale em 2005 e 2006) e três Supercoppa (Lazio em 1999 e 2001, Internazionale em 2006), além de disputar a Copa do Mundo de 1998 e a Euro 2000 pela Iugoslávia e ser premiado como o melhor jogador iugoslavo em 1999.
Treinador querido
Como treinador, iniciou sua carreira logo após sua aposentadoria em julho de 2006 e ficou como auxiliar técnico de Roberto Mancini, atual técnico da Itália, durante sua passagem pela Internazionale. Em 2008, passou a trilhar o próprio caminho à frente do banco de reservas como comandante do Bologna, mas com uma passagem de cinco meses. Em seguida, comandou Catania, Fiorentina, Sampdoria, Milan e Torino, além da Seleção da Sérvia. Em janeiro de 2019 voltou ao Bologna e teve a época mais longeva. Foi justamente no time rossoblù que veio o primeiro diagnóstico de leucemia. Ficou afastado para tratar a doença e, após evolução positiva, voltou a comandar a equipe, mas a leucemia atacou novamente e durante boa parte de 2022, Mihajlović novamente ficou afastado das funções. Iniciou a atual temporada pelo Bologna, mas o início desanimador e sua situação clínica resultaram em sua demissão no último mês de setembro, considerada bastante difícil e dolorosa por parte dos dirigentes. Ao todo, foram 421 jogos como treinador, com 151 vitórias, 131 empates e 139 derrotas, com 599 gols marcados e 571 sofridos pelos seus clubes.
Aos 53 anos, Siniša Mihajlović deixa sua esposa, Arianna, cinco filhos – Viktorija, Virginia, Miroslav, Dušan e Nicholas – e Violante, sua primeira neta, nascida em 2021.