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VCT Americas: Favoritos, coadjuvantes e o que esperar da liga

LOUD Americas
Photo by Colin Young-Wolff/Riot Games

O fim do VCT LOCK//IN marca o começo da preparação das equipes para a temporada 2023. Com a LOUD terminando com o vice-campeonato, a equipe brasileira já se candidata como uma das favoritas para a liga das Américas. Além disso, outros times fizeram boas partidas e certamente farão frente em busca do título regional.

Com o início do VCT Americas próximo, previsto para o dia 1 de Abril, o Esporte News Mundo preparou uma lista do que esperar para a liga regional, as forças, quem pode incomodar e times que serão apenas figurantes.

Candidatos ao título

LOUD – Certamente é o maior candidato ao título da liga. Vice-campeão do LOCK//IN, a equipe brasileira enfrentou a Gen.G, Karmine Corp, NRG, DRX e a Fnatic. Todos os jogos, talvez fugindo do duelo da final, a LOUD teve enfrentou alguns problemas de leitura e sofreu para entender contestações dos rivais. Apesar das situações negativas, o atual campeão mundial soube dar a volta por cima com muito talento e, principalmente, com as jovens estrelas conseguindo destaque em várias situações.

Contra a Gen.G, a LOUD começou bem, mas viu uma grande reação da equipe sul-coreana e quase viu a situação complicar. No entanto, Aspas e Less conseguiram brilhar para levar a vitória na estreia. O encontro entre as torcidas diante da Karmine Corp até teve problemas, principalmente, com Scream e Nivera, mas a primeira experiência com a nova Split foi positiva e uma vitória mais tranquila.

O primeiro grande desafio veio diante de velhos conhecidos. Contra a NRG, a LOUD travou uma batalha intensa e que só foi resolvida no terceiro mapa após cinco prorrogações. Do brilho de Cauanzin e Tuyz, a equipe também teve que enfrentar a DRX e passar por mais uma situação complicada. Depois de abrir 2 a 0 com tranquilidade, a equipe sofreu o empate e teve que contar com a mágica Ascent para chegar na final.

Na final, a Fnatic pode contestar tudo o que a LOUD tentou e chegou a abrir 2 a 0, vencendo a Ascent e a Fracture com tranquilidade. Quando tudo parecia perdido, o roteiro do destino empurrou para vitórias na Split e Lotus e uma vantagem grande de 11 a 3. Precisando apenas de dois pontos, no entanto, tudo ruiu e a virada na prorrogação deu título aos europeus.

Apesar da derrota, o time novo se encontrou e deu provas de que pode peitar os principais elencos do mundo. Não há dúvidas quanto talento, claro, apenas coisas há melhorar ao longo do ano.

NRG – Um dos principais times em 2022, a OpTiC chegou ao fim, mas alguns dos jogadores seguiram unidos e estão no time estadunidense. Com Crashies, Victor e FNS, a equipe manteve uma das principais bases e adicionou dois bons jogadores para ficar ainda mais forte. No VCT LOCK//IN, a equipe venceu KOI e Giants, mas foi eliminada para a LOUD.

Contra a KOI, a NRG teve um primeiro tempo muito difícil, mas se aproveitou dos erros rivais e se recuperou para vencer na virada de lados. Na Icebox contou com a tradicional organização, tático e técnico em dia para bater de frente contra um time menos entrosado. Diante da Giants, erros individuais atrapalharam o time no primeiro mapa, mas os amassos nos dois mapas seguintes garantiram o reencontro com a LOUD.

Na “reedição” da decisão de 2022 do VCT Champions, as equipes fizeram uma das melhores séries da história. Sem sustos, a LOUD dominou completamente na Split em um mapa que nada funcionou para os norte-americanos, a Pearl terminou foi decidida apenas na prorrogação com show de Crashies e a Fracture precisou de cinco prorrogações para entregar a vitória aos brasileiros. Melhores, mas em um nível de atuação muito próximo com a NRG.

Podem incomodar

FURIA – Considerado o segundo melhor time brasileiro, a FURIA ganhou o reforço de MWzera. Destaques no cenário, o jogador é dono de uma das melhores contratações e chega para ser o ponto que faltava para a Pantera ganhar ainda mais destaque internacionalmente. No entanto, a passagem pelo VCT LOCK//IN foi mais curta que o esperado.

A estreia diante da T1 veio sem tão sustos em um time que não tem medo de ser agressivo e mudar o estilo de jogo. Com Mwzera e Dgzin, o time ganha em mira, encontra mais opções para forçar alternativas e testar composições diferentes. Mazin, QCK e Khalil também demonstraram força para decidirem ainda mais os jogos. Contra a Fnatic, o time brasileiro ficou próximo de roubar o mapa rival, mas pecou nos rounds finais – aliado da rápida leitura dos europeus na Ascent.

Leviatán – O jovem e promissor time sul-americano não decepcionou no início da nova temporada. A queda, no entanto, foi contra um time forte e que atropelou sem chances. É um conjunto que tem dado certo, entrosado e que teve a adição de Nzr, ex-FURIA, e que teve uma boa atuação no VCT LOCK//IN.

Diante da Zeta, uma Ascent dominante com o coletivo muito bem, enquanto a Pearl ficou muito mais equilibrado por mérito do time japonês. Contra a Vitality, o degrau subiu e os sul-americanos encontraram o primeiro oponente mais forte e que usou mais. No entanto, a dificuldade ficou apenas no primeiro mapa e a Pearl só deu a Leviatán. Por último, a NAVI foi a pedra no sapato e que complicou tudo. Mesmo um time disciplinado e organizado, alguns pontos ainda pecam, o que deve ser corrigido para evoluir ao longo da temporada.

100Thieves – Semifinalista da chave ômega, a 100Thieves vive um meio termo entre a expectativa e realidade. Um dos times mais bem cotados para evoluir, mas que também teve problemas para atuar. O quinteto tem jogadores muito talentosos, mas que não conseguiram mostrar todo o seu potencial.

Os muito altos e baixos dos estadunidenses vieram desde o confronto contra a EDG. Um time que é bom, tem grandes qualidades e que sempre tem jogos equilibrados. Venceu os chineses na Icebox, perdeu a Lotus e avançou com a Pearl. Diante da FUT Esports foi a vez de perder a Lotus e vencer em Icebox e Haven. Apenas contra a Fnatic que a derrota já esperada aconteceu. Cryocells é o principal destaque, mas Asuna e Stellar são coadjuvantes importantes para tudo funcionar.

EG – Vindo diretamente dos EUA, a equipe ainda busca a melhor forma. Foram apenas dois jogos no VCT LOCK//IN e que não disseram nada sobre o desempenho. Um time que oscila muito, precisa evoluir e que tenta variar em composições e estilo de jogo.

Começou lento nos dois mapas contra a Heretics, mas foi apenas o tempo de “esquentar os motores” e ganhar ritmo no jogo. Diante da Talon, caiu contra um time melhor, mas fez jogo duro com uma defesa sólida e ataque pouco produtivo. Jawgemo ainda é o nome que arrisca, mas sozinho vai bater e pouco conseguir em troca. Mudanças, entendimentos e mais organização pode ajudar a pelo menos ser um bom coadjuvante.

Incógnitas

Cloud9 – Cotadas como uma das principais equipes do NA, a Cloud9 foi de expectativa a decepção muito rápido. Depois da boa vitória contra a Paper Rex, o time foi atropelado pela DRX e promoveu mudanças significativas em seu elenco. Considerado um dos melhores jogadores de 2022, Yay foi o primeiro a sair e logo em seguida foi a vez do capitão Vanity. Com isso, o time teve que buscar respostas e fechou as contratações de Jakee e Runi.

De um começo de jogo mais equilibrado, a Cloud9 dominou completamente a Paper Rex. O time teve leituras mais lentas no início da Lotus, mas conseguiram se ajustar e responder as investidas de rivais. Sem Yay brilhar, o time teve que contar com Xeppaa chamar a responsabilidade, Vanity e Leaf tiveram boas atuações e o primeiro mapa veio sem sustos.

No principal desafio, uma queda frustrante contra a DRX. Depois de um primeiro mapa sem sustos, o time ruiu e viu ser atropelado pelos sul-coreanos. Na Haven, um 9 a 3 como CT muito tranquilo pelos asiáticos, que empataram a série logo em seguida. A Icebox foi apenas um atropelo e que ficou muito feio pela expectativa criada. Em suma, uma equipe que dependeu muito mais do individual do que do coletivo e que careceu de organização.

Sentinels – Muito se esperava e pouco se viu da equipe norte-americana. Com apenas dois mapas, a Sentinels deixou o Brasil com um grande ponto de interrogação. Desorganizada, sem entendimento de jogo e com muitas decisões questionáveis, o time das Américas deixou a desejar contra a Fnatic e foi eliminada na estreia do LOCK//IN.

Buscou Marved na free agency para a vaga de sexto player e que pode dar muitas alternativas em mapas e jogos. É um time novo, recém-montado e que não deu liga ainda. Pode crescer ao longo do VCT Americas, mas chega como grande incógnita.

MIBR – Com um time praticamente novo, o MadeInBrazil ainda não apresentou tudo o que se espera. Pré-temporada de altos e baixos e um VCT LOCK//IN decepcionante. Quem esperava uma atuação melhor e mais convincente se surpreendeu com o interessante time da Talon. Heat e Frz ainda conseguiram pouco destaque, mas o coletivo apresentou muita oscilação e falta de atenção para conseguir ter calma e fechar os rounds

Em seu mapa de escolha, a MIBR viu a Talon dominar o CT e jogar com tranquilidade do outro lado da Haven. Já no Fracture, o primeiro tempo equilibrado deu chances e impulso para o time brasileiro reagir, mas com dificuldades em entender a variação de ataque dos tailandeses o jogo ruiu e a dura derrota na estreia da competição faz com que o time chegue sob desconfiança no VCT Americas.

KRU – Com apenas uma partida no VCT LOCK//IN, a KRU chegou com muita expectativa, mas foi eliminada com um grande ponto de interrogação. Contra a NAVI, o time sul-americano escolheu a Ascent para abrir a série e fez um mapa muito ruim, desorganizado e que demorou para entender o desempenho europeu. A Lotus teve uma apresentação melhor, principalmente, de Xand, mas a defesa voltou a machucar demais a equipe do LATAM, que foi eliminada por 2 a 0.

Diante de um quinteto com os brasileiros Axeddy e Xand, a equipe do LATAM era vista como uma força para tentar fazer barulho, mas o que foi visto foi muita desorganização tática.

Além disso, os problemas internos reportados recentemente e a saída de Xand, aliada ao retorno de Keznit, fazem do time uma incógnita. A impressão é que a KRU não deu certo desde o início e vem tentando respostas para evitar problemas ainda maiores no início do VCT Americas.

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