Nesta segunda-feira (2), o Brasil celebrou mais uma conquista histórica no cenário paralímpico. O paranaense Vitor Tavares brilhou ao garantir a inédita medalha de bronze no badminton, na classe SH6 (baixa estatura), ao vencer Man Kai Chu, de Hong Kong, por 2 sets a 1, com parciais de 23/21, 16/21 e 21/12.
— Estou muito feliz de ser medalhista paralímpico, uma medalha inédita não só para a minha carreira, mas para o badminton brasileiro inteiro. Foi um alívio [vencer essa partida], sabia que não era uma partida fácil, mas muito decisiva no mental — declarou Tavares, emocionado após a vitória.
O caminho até o bronze não foi fácil. Depois de passar pela fase de grupos, Vitor mostrou sua força nas quartas de final, superando o norte-americano Miles Krajewski por 2 a 0 (21/15 e 21/15). Nas semifinais, Tavares foi derrotado pelo francês Charles Noakes por 2 a 0 (21/18 e 22/20), o que não abalou sua determinação. Com resiliência, ele se recuperou e conquistou seu lugar no pódio.
— Assim que começou o jogo na quadra principal, que era do francês, a torcida era ensurdecedora. Eu já falei: ‘Não, isso aqui não é para mim, isso aqui é para cada lado’. O honconguês deu uma abalada, a gente veio forte, sempre se mantendo e minimizando os erros para estar aqui com isso aqui na mão. Essa medalha é a realização de um sonho — afirmou o atleta.
Encontro com o badminton
Vitor Tavares, que possui hipocondroplasia congênita, uma forma de nanismo, conheceu o badminton em 2016, durante o ensino médio, ao ser convidado para a modalidade por um professor que dava aulas para crianças e atletas de alto rendimento. Desde então, sua trajetória no esporte só tem evoluído.
Antes da conquista do bronze em Paris, Vitor terminou em quarto lugar nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e conquistou duas medalhas no Mundial de Badminton de 2022, realizado também em Tóquio: uma de bronze no individual e outra de prata nas duplas.
— A torcida brasileira é diferenciada, tem gente que eu amo torcendo para mim e isso é incrível. Isso me motivou a ir mais longe. Dedico essa medalha a todos que me apoiaram, especialmente ao Diego Mota, o fisioterapeuta que não está mais conosco hoje. Toda a minha equipe multidisciplinar, o CPB, a confederação e a minha família, todos eles foram fundamentais para essa conquista — concluiu Tavares, em uma homenagem emocionante a seus apoiadores.
Com a inédita medalha de bronze, Vitor Tavares não apenas eleva o badminton brasileiro ao cenário mundial, mas também inspira uma nova geração de atletas paralímpicos. A conquista marca um capítulo importante na história do esporte nacional, mostrando que, com dedicação e apoio, sonhos podem se tornar realidade.
