O momento de Gabriel Medina na World Surf League (WSL) não é bom. O tri campeão mundial foi eliminado da etapa de Margaret River para o havaiano John John Florence. A grande questão é a forma como os juízes estão avaliando as baterias do brasileiro. Dessa vez, Medina dominou a disputa do início ao fim, mas sofreu uma virada muito questionável diante de seu grande rival.
+ Relembre como foi o início da etapa
No duelo de oitavas de final, Gabriel abriu o dia com uma nota 5.83, superando o 4.0 de Florence. Com onze minutos corridos, o brasileiro aplicou cinco batidas e uma rasgada na mesma onda, mas foi avaliado em apenas 7.83. A resposta do bi campeão mundial da WSL ocorreu com três manobras muito bem executadas e uma nota 7.
Sem muitas emoções até os minutos finais, Medina usou a prioridade na primeira onda da série e não conseguiu fazer muita coisa. A nota 5.0 não entrou no somatório e John John ganhou a chance de alcançar uma nota 6.67 para conseguir a virada. E foi aí que os juízes chutaram o balde.
Florence subiu na prancha a menos de um minuto para o fim da bateria. O atleta aplicou uma rasgada que ficou completamente enguiçada na água, sem muita potência, e finalizou com uma batida que não levantou sobrancelhas. John John vibrou para tentar induzir os juízes ao erro e foi exatamente isso o que aconteceu. Uma onda que deveria ter sido avaliada abaixo de 6.5 pontos foi pontuada em 6.9 e prejudicou, pela terceira etapa da WSL consecutiva, a trajetória de Medina.
Na competição de Bells Beach, o brasileiro foi assaltado, e realmente não há outra palavra a ser escrita, no duelo contra o americano Cole Houshmand. Gabriel Medina foi até o microfone da WSL e cobrou uma explicação sobre a péssima avaliação. Ignorando o maior surfista da geração, a liga seguiu a etapa como se nada tivesse acontecido.
Talvez esteja na hora de Medina tomar a decisão de se afastar da WSL até que ela se reorganize. Preocupada cada vez mais com o lucro e deixando o surfe na água de lado, os responsáveis pela organização do esporte profissional estão afastando também os próprios atletas, que não aguentam mais ser prejudicados pela antiga desculpa de que o surfe é interpretativo.
A criação do Finals não agradou absolutamente ninguém envolvido nas etapas. Esse é um dos tantos exemplos de problemas que a WSL cria para si mesma e que pode fazer com que os surfistas passem a procurar uma nova federação para competir. A ISA surge como potencial substituto e o mundo do surfe estará de olho no assunto já nos próximos meses.
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Com Olimpíadas chegando em julho que, no caso especial do surfe, irão ocorrer nas ondas do Tahiti, Gabriel poderia focar no treinamento no local para chegar forte nos Jogos. Lá, o quinteto de juízes não é o mesmo da WSL, então provavelmente terão mais resultados que condizem com a realidade das manobras apresentadas.