O Challenger Series da WSL chega à etapa decisiva da temporada 2024, nas ondas de Saquarema. Os surfistas da divisão de acesso brigam por vagas na elite do Championship Tour e os brasileiros contam com o apoio da torcida para cumprir o objetivo. A janela da etapa no Rio de Janeiro abre no dia 12 de outubro e pode ir até o dia 20. Assim como o ENM, Luana Silva, Ian Gouveia e Alejo Muniz participaram da coletiva de imprensa oficial do evento. O trio comentou sobre as expectativas para a competição e para o ano que vem.
A sétima colocada do ranking feminino revelou que considera Saquarema como “segunda casa”. Luana Silva participou dos Jogos Olímpicos Paris 2024 e representou o Brasil em Teahupo’o.
– Foi um ano muito corrido, agradeço a todas oportunidades. Começando no CT, caindo no corte de novo, mas tendo a oportunidade de competir nas Olimpíadas. Foi uma experiência incrível – comentou.
Luana se junta a Sophia Medina e Laura Raupp como as três brasileiras com chances de conquistar uma vaga à elite da próxima temporada.
– Não falta muito (para desenvolver o surfe da América do Sul). Laura, Sophia e Tainá estão surfando muito bem. O nível das meninas do Challenger Series é muito alto, então, é difícil se manter no top10, top5. Sou grata por ter mais uma oportunidade de me classificar (ao CT).
O Brasil domina o topo do ranking masculino e Luana vai competir no Rio de Janeiro para tentar garantir uma vaga na elite.
-Não quero colocar muitas expectativas, é claro que tenho boas chances esse ano. Foi incrível ver o Ian (Gouveia) e Alejo (Muniz) se classificando depois de anos de luta (contra lesão). Quero lutar até o fim igual a eles para, novamente, me classificar – comentou.
De olho na categoria masculina, Ian Gouveia foi o primeiro surfista a confirmar a classificação ao Championship Tour de 2025.
– É uma ótima sensação, ainda não parece real. Às vezes, ainda fico pensando se isso está realmente acontecendo, se estou de volta ao Tour. Foram seis longos anos e, finalmente, consegui utilizar a experiência para quebrar a barreira do Challenger Series – iniciou.
Ian já se prepara para a próxima temporada e está ansioso para voltar a competir na elite da WSL.
– Uma grande expectativa. A gente sempre compete almejando estar no CT. Tira um peso enorme das costas quando entra. Ganha mais visibilidade, mais oportunidade de patrocinador e estar no “big stage”. Saiu o calendário (da elite 2025), já dá uma disparada no coração vendo as etapas que teremos no circuito do ano que vem. É só alegria, muita satisfação – revelou.
Questionado pelo ENM sobre a dominância da Brazilian Storm no ranking do Challenger Series deste ano e sobre o Championship Tour da próxima temporada, Ian Gouveia fez uma análise completa.
– Será um ano muito interessante, vai gerar muita expectativa. Tem eu e Alejo de volta, algo que, acredito que as pessoas não esperavam. O Samuel (Pupo) está um nível acima do Challenger Series, principalmente em point-breaks de direitas. Cedo ou tarde, estará batalhando pelo top5 da elite. (Existe) uma grande quantidade de brasileiros aparecendo. Acredito que a experiência voltou a falar, isso foi determinante. Teve uma mudança no elenco do CS e, por isso, estamos vendo surfistas que já tiveram passagem pela elite dominando o ranking. Temos a etapa de Saquarema onde tudo pode acontecer, com cinco vagas ainda em disputa. Considero este CS como o mais maluco da história, pois três vencedores de etapa correm risco de ficar fora do top10 – analisou Ian.
Alejo Muniz é mais um brasileiro classificado e entra na água de Saquarema para cumprir tabela. Depois de duas cirurgias no joelho que o tiraram de ação por muito tempo, firmou uma parceria com Adriano de Souza, o Mineirinho, para treinar para este ano.
– Pouca gente sabe, mas comecei a trabalhar com o Mineiro e isso fez uma grande diferença para mim. Mudou meu jeito de competir e a forma como surfava. O Adriano me fez pensar diferente. Ele é uma grande parte da minha classificação. Durante esse período, tive altos e baixos, alguns anos estive próximo de me classificar, chegava aqui e não acontecia. As partes mais difíceis não foram as lesões, mas sim estar ali, muito perto de conquistar esse sonho de voltar ao CT, e não conseguir. Minha classificação e as lágrimas que eu tive (na etapa de Portugal) foram um desabafo de todas essas emoções guardadas durante esses anos – explicou.
Saquarema é a capital brasileira do surfe e vai receber três eventos da WSL ao todo em 2024. Este fato é motivo de muito orgulho para quem administra a cidade e para quem trabalha na empresa responsável pelos maiores campeonatos com prancha.
– Essa é a única cidade do mundo a receber os três principais eventos da WSL, inclusive, o maior evento do mundo que é o Vivo Rio Pro. Estamos muito felizes de fechar esse ano especial com tantos recordes desta maneira – revelou Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina.
O surfe colocou o nome de Saquarema em outro patamar. Diversas etapas da WSL aconteceram na cidade e mostramos que temos condições de receber qualquer evento esportivo do mundo. Em termos econômicos e de visibilidade, é maravilhoso, para a cidade, receber esses eventos – comentou Manoela Peres, Prefeita de Saquarema.
Na lista de campeões do evento, Gabriel Medina e Samuel Pupo subiram ao lugar mais alto do pódio em 2022 e 2023, respectivamente. A primeira chamada para o Saquarema Pro acontece neste sábado (12), às 7h.