A World Surf League (WSL) já apresentou o calendário para o Championship Tour de 2025. Ao todo, onze etapas compõem a corrida até o Finals a ser disputado nas ondas de Cloudbreak, Fiji. O atual campeão mundial masculino é John John Florence. O havaiano se igualou a Gabriel Medina com três títulos conquistados e deve vir com sangue nos olhos para ultrapassar o rival. Desde 2013, ele é o único surfista estrangeiro a alcançar o topo do ranking. De lá pra cá, o Brasil dominou e conquistou oito títulos da primeira divisão de surfe.
+ Confira a análise sobre os brasileiros
A nova temporada gera grandes expectativas acerca do que os gringos podem alcançar. Atletas dos Estados Unidos e Austrália pedem passagem e estão cada vez mais próximos de quebrar a barreira construída pela “Brazilian Storm”. O exemplo perfeito para essa ideia foi o WSL Finals de 2024. Griffin Colapinto, Jack Robinson e Ethan Ewing ocuparam três das primeiras cinco posições da tabela e mostraram que têm tudo para dar trabalho e brigar pela taça final no ano que vem. Além deles, Crosby Colapinto também brilhou. Eleito “novato do ano”, concluiu o campeonato mundial da WSL em 10º lugar e surpreendeu os fãs com belas performances. Evidentemente, o representante de San Clemente passa a focar suas energias na busca por uma vaga no top5.
Os primeiros surfistas citados acima já figuram entre os principais candidatos há algumas temporadas. Griffin esteve no top10 do ranking em todas as campanhas desde 2021. Após bater na trave em dois anos consecutivos, o californiano chegou ao Finals em 2023 e em 2024. Nos dois casos fez uma boa temporada regular, chegou a vestir a laycra amarela de líder do circuito da WSL, mas acabou sofrendo uma queda de desempenho. Na etapa decisiva em Trestles não conseguiu provar seu valor e foi eliminado sem avançar de fase.
Chegando aos australianos Jack e Ethan, os dois surfistas têm características distintas, mas que certamente se complementam dentro d’água. Robinson tem um estilo que se assemelha a de grandes brasileiros como Medina e Italo, no sentido de ser um competidor explosivo e que tem boas manobras aéreas. Ewing, por sua vez, é mais técnico e tem um dos surfes mais bonitos do circuito. Os dois chegam à corrida pelo título com boas credenciais, já que a decisão está marcada para uma onda tubular, estilo bem aproveitado por ambos.
O quadro de surfistas que não representam o Brasil é repleto de atletas que mostram qualidade sem conseguir mostrar resultados. Entre eles, vale destacar Jordy Smith, sul-africano que já foi vice-campeão do mundo e que nunca conseguiu repetir o desempenho de 2016. O veterano de 36 anos fez sucesso na temporada passada, mas, pecou em momentos importantes, e não participou do Finals. Imaikalani deVault é um havaiano que não conseguiu impactar a elite como era esperado. Ele terminou na 18ª colocação do ranking e foi apenas coadjuvante ao longo do ano. No entanto, pode aproveitar os conselhos do treinador brasileiro Pedro Robalinho para subir de nível no ano que vem. Ambos os atletas são observados com olhares atentos pelo que podem entregar dentro das baterias.
A lista de atletas gringos na WSL que podem frustrar os planos do Brasil ainda tem Ramzi Boukhiam, Kanoa Igarashi e Rio Waida. Em sua estreia como atleta da elite, o marroquino mesclou bons resultados e quedas precoces. Mesmo assim, Ramzi terminou na 12ª colocação do ranking e teve um desempenho acima do esperado. Kanoa Igarashi, desde que conquistou uma medalha olímpica de forma extremamente polêmica, sofre para chegar em fases agudas das etapas. Finalizando com o grande nome entre esses três, o indonésio Waida foi destaque em 2024 e alcançou o top10. Rio foi constante, no entanto, duas eliminações na repescagem tiraram sua chance de chegar ao Finals. Com isso, a expectativa é que ele melhore ainda mais no ano que vem.
A WSL está cheio de peças que aguardam o início da nova temporada do Championship Tour para construir suas histórias e montar o quebra-cabeça da tabela de pontos. Muitos brasileiros despontam como favoritos e os estrangeiros tentam fazer história e tirar o título do país que tem Saquarema como representante entre os picos escalados para receber uma etapa da elite.