Futebol Internacional

Xavi defende Vinícius Júnior e pede medidas mais fortes contra racismo na Espanha

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David Ramos/Getty Images
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Não há outro assunto no futebol espanhol. A repercussão ainda mais ampla do novo racismo sofrido por Vinícius Júnior na derrota simples do Real Madrid diante do Valencia no último domingo (21) trouxe visibilidade maior em todo o mundo, com críticas mais fortes aos dirigentes do esporte no país diante da passividade de ações punitivas para os racistas. Nesta segunda-feira (22), o técnico do Barcelona, Xavi Hernández, concedeu entrevista coletiva e foi questionado sobre o assunto. De acordo com o treinador, condenar as atitudes e paralisar os jogos quando situações semelhantes ocorrerem é um início para coibir a violência discriminatória.

“No geral, infelizmente, sempre tem havido casos de racismo no futebol e é uma pena que isso ocorra em 2023. Tem que condenar qualquer ato de racismo. Aqui não tem escudos, são pessoas, e tem que condenar atos de racismo como o de Vinícius Júnior no Mestalla. Eu estou no meu ambiente de trabalho. Eu estou no banco de reservas e me chamam de ‘filho de tal coisa’. Não vejo nenhum trabalhador sofrer disso. Insulto? Não se joga. A nenhum professor se insulta. Se insulta um trabalhador, cai um ladrilho na cabeça. Tem que se impor. Não tenho que aguentar insultos no meu horário de trabalho. Sempre pensei assim, mas chegou o momento de dizer basta.”

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Xavi foi indagado qual medida deveria ser proposta aos clubes, mas afirmou que as atitudes devem ser pensadas em reunião com todos os clubes. Ao falar se a Espanha é um país racista, Xavi destacou que a afirmação é exagerada, mas defendeu Vinícius Júnior por dizer que, após ser alvo de racismo, é impossível não dizer tais coisas.

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“A mim não me cabe decidir, mas, sim, deveríamos nos reunir e ser duros com isso. É um tema educacional. Se eu vou ao teatro e não gosto, não insulto. E os árbitros etc. Tem que deixar a camisa de lado nesse ponto. Vinícius é pessoa e tem que defender qualquer pessoa por cima de qualquer camisa. Tem que defender não apenas Vinícius Júnior, mas o profissional de futebol. Tem que defender a profissão de jogador de futebol, de treinador, de jornalista. Sempre pensei assim, mas, agora que estou nessa situação, aproveito para dizer isso. Não creio que precise chegar ao ponto de dizer que a Espanha é racista nem LaLiga é racista. Mas tem ocorrido atos de racismo. E é difícil ser alvo e não responder a quem insulta. E isso é o que passa com Vinícius. Mas a Espanha não é racista, não diria tanto.”

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