Lutas

2021, o ano em que o mundo das lutas virou ‘show’

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Divulgação/Instagram Jake Paul
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O mundo das lutas em 2021 teve uma peculiaridade: talvez o grande destaque do ano não foi exatamente uma luta de peso nos ringues e cages ou um lutador de enorme destaque. Foi de fato uma espécie de conceito que começou a tomar conta dos esportes de combate: os ‘shows’ de veteranos e astros das redes sociais.

Dos irmãos Paul até a Anderson Silva e Vitor Belfort, o ano teve como marca a presença já definitiva de figuras que começam a querer a disrupção do modelo atual de compensação financeira nas lutas (especialmente no UFC) e um novo modo de promover e criar engajamento para os fãs, ainda que muitos ‘puristas’ não queiram dar o braço da torcer.

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Irmãos bons de luta (e de likes)

Astros das redes sociais, com milhões de seguidores, os irmãos Logan e Jake Paul não são estranhos a este mundo, tendo sido wrestlers quando estavam na escola. Mas foram no boxe que ambos encontraram um nicho que os tornaram personagens de peso no mundo das lutas.

Logan Paul fez uma luta de exibição em junho de 2021 contra Floyd Mayweather Jr, um duelo ao qual houve pouca ação no ringue, mas que mesmo assim aumentou o cacife do lutador, que agora começa a pensar em voos mais altos e até mesmo ligado a lutas contra lendas do MMA.

Já Jake Paul fez acontecer de todas as formas nas lutas. Primeiro, em março, nocauteou o ex-UFC Ben Askren no primeiro round. Depois, enfrentou por duas vezes outro lutador oriundo do Ultimate: Tyron Woodley. A primeira, em agosto, foi uma luta bastante disputada e que terminou com a vitória do astro das redes sociais na decisão dos juízes. A mais recente delas, em dezembro, foi nova vitória por nocaute. Todas as lutas o tornaram o assunto mais falado entre fãs de boxe e de MMA em 2021.

Até os veteranos

Mas o mundo da ‘lutas-show’, iniciado com o duelo de retorno de Mike Tyson contra Roy Jones Jr, se manteve firme e forte em 2021. Com dois brasileiros de história nas artes marciais mistas também se testando nas artes da nobre arte.

Depois de sair do UFC, Anderson Silva decidiu migrar para o boxe e venceu Julio Cesar Chavez Jr em julho, numa luta em que mesmo sem nocautear, mostrou toda a movimentação e plástica que o tornaram campeão e lenda dentro do octógono do Ultimate. Depois, encarou seu ex-colega de organização Tito Ortiz e não perdoou o americano ao vencer com um nocautaço.

No mesmo evento, Vitor Belfort também se provou nos ringues. Inicialmente, o ‘Fenômeno’ teria pela frente Oscar de la Hoya, mas como este deixou o card, Evander Holyfield chegou para ser seu substituto. Mesmo sendo para alguns a ‘zebra’ do confronto, o brasileiro também nocauteou o ex-campeão dos pesados do box e naquela noite.

Muita promoção no ar (e dinheiro também)

O cenário dos ‘shows’ (muitos destes eventos tem shows musicais) criados pelos irmãos Paul, pela plataforma Triller e outros promotores tem atraído muitos fãs e outros lutadores, em especial pela promessa de bolsas fartas financeiramente. Especialmente comparadas com as do MMA.

Jake Paul tem sido o ‘evangelista’ mais forte da exaltação ao modelo de bolsas de seus eventos, valores milionários comparados aos salários mais ‘modestos’ pagos pelo UFC. No que muitas vezes entrou em rota de colisão com Dana White, criticando por várias vezes a compensação financeira dada pelo Ultimate e fazendo várias propostas a lutadores para que migrassem para o boxe para fazer lutas lucrativas.

Gente como Conor McGregor, Nate Diaz e Jorge Masvidal foram especulados como possíveis rivais do youtuber. Anderson Silva também apareceu com uma possível negociação para lutar com o irmão de Jake, Logan. O que talvez possa acontecer lá por 2021.

Para valer ou brincadeira?

Por mais que as performances destes (e, em especial, as dos irmãos Paul) consigam atrair um grande número de fãs, muitos deles seus seguidores das redes sociais, ainda há os que duvidam se as habilidades destes no mundo das lutas os tornam ‘boxeadores de verdade’.

Ao menos para a imprensa e os que se ligam nas mídias sociais, ambos tem sim bastante valor e irão continuar dando o que falar assim como foi em 2021. Agora é só saber o que o ‘show’ das lutas irá trazer para o próximo ano.

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