A história do 4 de Julho na Copa do Brasil surpreendeu muita gente. Uma equipe da Série D, que passou por Confiança e Cuiabá e chegou a vencer o São Paulo no jogo de ida, para fazer história no pequeno município de Piripiri-PI e se tornar o terceiro time do estado a enfrentar o tricolor no Morumbi, o único nos últimos 40 anos.
Caso o 4 de Julho continuasse a fazer história, a diretoria já havia prometido aos jogadores um bicho milionário pela classificação contra o tricolor paulista, conforme revelou o meia Esquerdinha, em entrevista na Twitch e no Youtube.
“Era R$ 1 milhão pra dividir entre a gente, ia dar uns R$ 75 a R$ 80 mil pra cada um”, comentou o meia Esquerdinha, sobre a promessa da diretoria caso o 4 de Julho eliminasse o São Paulo. “Foi o mais falado, essa premiação pra gente. Vários jogadores ainda não têm casa, poderia comprar casa, mudar de vida. Essa premiação aí mexeu muito com a nossa cabeça e quando a gente ganhou o primeiro jogo, a gente começou a acreditar, que poderia mudar a nossa vida essa partida contra o São Paulo”.
O 4 de Julho não só venceu o primeiro jogo, mas abriu o placar com apenas 30 segundos do duelo da volta, no Morumbi, o que certamente deixou muitos jogadores dentro de campo pensando na possibilidade de realmente conseguir o feito histórico.
“Quando o Dudu chutou e foi gol, eu pensei: caraca, o que é que vai acontecer aqui hoje? A gente vai entrar pra história, não pode, 30 segundos, pô”, comentou Esquerdinha. “Era o que a gente queria, se a gente fizer o gol nos caras de início a gente vai acabar com eles. A gente vai acabar com o esquema tático, porque acaba, não tem jeito. Já vem a pressão psicológica, a gente que é jogador a gente sabe. Claro que tem a dimensão, time grande, tinha o jogo todo pela frente, mas tomar um gol com 30 segundos, qualquer clube sente, qualquer jogador sente. Então passou mil coisas: será que vai dar pra gente aqui hoje? Vamos entrar pra história. Vai entrar um dinheiro bom. E a história que a gente vai construir aqui dentro do Morumbi. A gente pensa tudo isso”.
E claro, se viesse a classificação, a premiação prometida pela diretoria do 4 de Julho viria junto e os jogadores fizeram seus planos para o dinheiro: “A gente pensava muitas coisas, porque mexe com qualquer jogador, o dinheiro mexe com qualquer jogador. Um falava que ia trocar de carro, outro da casa”.
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Não seria o primeiro bicho pago pela diretoria do 4 de Julho para o elenco, a Copa do Brasil é um alento financeiro para clubes com folhas salariais pequenas e permite que eles bonifiquem seus atletas de acordo com as fases.
“Você já faz história só de participar da Copa do Brasil. Já entra uma grana boa pro clube, que dá a tranquilidade de você ficar o ano inteiro pagando a folha, não vai atrasar. Passou da 1ª fase você já fica com os cofres cheios. Passou da 2ª então, meu amigo, você não tem nem o que pensar”, disse Esquerdinha. “Um jogo grande daquele do Cuiabá, premiação razoável que deram pra gente, uma grana boa pra cada um. Vindo essa 3ª fase contra o São Paulo, R$ 1 milhão, jogo grande, contra o São Paulo, com direito a jogo no Morumbi, porque eram dois jogos independente do placar, não tinha gol fora de casa. A gente viveu um sonho no 4 de Julho”.
A classificação não aconteceu para o 4 de Julho e o time acabou goleado por 9 a 1 no Morumbi, mas muitos jogadores mudaram sim de vida depois do confronto. O meia Esquerdinha, com contrato prorrogado exclusivamente para os dois jogos com o São Paulo, acertou com o América-RN, enquanto o atacante Dudu Beberibe deixou o time do Piauí, que joga a Série D, para defender o CSA, na Série B do Brasileirão.