Nesta quarta-feira (30), o goleiro Fábio completa 40 anos de vida, uma trajetória que se mistura, em partes, com a do próprio Cruzeiro, clube o qual defende, ininterruptamente, desde 2005. Na última década, inclusive, ao se falar no camisa 1, logo se menciona a Raposa e vice-versa. Não à toa, o arqueiro é o jogador que mais vezes vestiu a camisa celeste na história.
Ao todo, foram 897, quase 900 partidas disputadas com a tradicional camisa um, às vezes em amarelo – a tradicional, antes marcante pelo também ídolo Raul Plassman –, roxo ou qualquer outra paleta. Mas sempre ele em todos esses duelos.
Porém, antes de se consolidar no gol do Cruzeiro, Fábio esteve na Toca, quando ainda tinha seus 20 anos. Apesar das poucas oportunidades naquele ano 2000, o goleiro experimentou pela primeira vez como era vestir o “manto” estrelado e defender o gol azul e branco.
Mesmo que em um amistoso, o arqueiro fez a sua estreia contra o Universal, do Rio de Janeiro, tendo como palco o Mineirão, que tantas vezes teve Fábio em seu gramado, algumas delas, levantando troféus, comemorando vitórias ou lamentando resultados negativos. A tão sonhada partida foi realizada em 4 de março daquele ano – vinte anos atrás – e terminou em 2 a 1 para o Cruzeiro. Um resultado digno para a estreia de um arqueiro que se tornaria ídolo.
Porém, a torcida celeste ainda teria que esperar alguns anos para tê-lo de volta. Ainda em 2000, Fábio foi vendido ao Vasco, retornando à Raposa somente em 2005, quando chegou para ficar. Desde então, foram anos de dedicação e identificação com o clube. Não à toa, Fábio chegou a ser capitão do time e, atualmente, é um dos maiores jogadores do Cruzeiro de todos os tempos e ídolo do clube e da torcida.
Pelo time celeste, Fábio sofreu 919 gols e evitou inúmeros outros, alguns considerados “milagres”. Pode-se, inclusive, citar inúmeras vezes em que ele salvou o clube ou mesmo lhe deu a oportunidade de disputar um título, como ocorreu em 2018, quando defendeu três pênaltis cobrados pelo time do Santos, nas quartas de final da Copa do Brasil. O Cruzeiro seria o campeão daquela edição.
Além da Copa do Brasil de 2018, Fábio foi campeão da competição em 2017 e em 2000 com a camisa do Cruzeiro. Ganhou também sete vezes o Campeonato Mineiro (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019) e duas vezes o Campeonato Brasileiro (2013 e 2014).
RECONSTRUÇÃO…
No momento mais difícil do Cruzeiro em sua história, Fábio não deixou a Toca. Mesmo com a consequente crise financeira e a queda inédita do clube para a segunda divisão nacional, o goleiro aceitou o reajuste salarial para se manter em Belo Horizonte e ajudar o time mineiro em seu momento de reconstrução.
– Tive tantas oportunidades para sair e não seria agora, no pior momento do Cruzeiro, que eu iria sair. Sei bem que o ano de maior cobrança será esse de 2020 e lutarei até o fim com vocês – disse o goleiro em seu perfil oficial no Instagram alguns dias antes de acertar a sua permanência no clube.
MAIS UMA NA HISTÓRIA!
Há três partidas de alcançar mais uma marca histórica – os então 900 jogos –, Fábio diminuirá a distância de atingir esse feito nesta quarta-feira, mesmo dia em que comemora seu aniversário. No mesmo palco de sua estreia, o goleiro entrará em campo, às 19h15, para defender o Cruzeiro diante da Ponte Preta, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
Precisando da vitória, a Raposa poderá dar um presente para o torcedor e para o próprio goleiro, vencendo a Macaca para, então, fugir da zona de rebaixamento à Série C.
APOSENTADORIA?
Muito se fala no fatídico dia em que o goleiro irá pendurar as luvas, haja vista a perda inestimável que o Cruzeiro terá. Porém, Fábio evita se falar no assunto, sempre focado no agora. Mesmo fato que ocorre com a sua renovação contratual, já que seu vínculo com o clube termina no fim deste ano.
– É a coisa que eu menos me preocupo. A minha maior preocupação é fazer com que o Cruzeiro possa, em janeiro, estar no devido lugar dele, deixando o torcedor feliz, que com certeza serei o cara mais feliz, junto com os mais de nove milhões de torcedores. Tenho certeza que será uma alegria ímpar, que ficará marcado na minha vida. Não tive nenhuma oportunidade de conversar sobre isso, tanto que estou focado nesse retorno do Cruzeiro à Série A. A diretoria também deve estar mais preocupada com esse momento delicado. Porém, ninguém me procurou para nenhum tipo de conversa. Meu contrato é até dezembro, mas o meu pensamento vai até janeiro, que é quando termina essa competição, e depois estar tranquilo e em paz com o Cruzeiro estando aonde deveria estar. Aí sim meu dever estará cumprido –, disse Fábio em entrevista concedida à imprensa.
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