Após Felipão deixar o Cruzeiro durante a semana, o auxiliar técnico fixo do clube, Célio Lúcio, assumiu interinamente o comando da Raposa. E, segundo o ele, mesmo que o time celeste não tenha mais ambições na Série B do Campeonato Brasileiro – os cruzeirenses não têm mais chances de acesso e nem correm risco de queda a terceira divisão nacional –, o último jogo da competição, contra o Paraná, é como “uma final de Copa do Mundo”.
— Representar o Cruzeiro, um clube com dez milhões de torcedores, com tantos títulos, com tantas glórias não deixa de ser uma grande oportunidade. E como eu já conheço o Cruzeiro desde os 13 anos, não vai ser diferente para mim. Estamos com alguns problemas, algumas situações, mas a gente tem que ir lá para fazer o melhor e conseguir um resultado positivo —, disse Célio Lúcio em entrevista ao canal oficial do Cruzeiro no Youtube.
O auxiliar técnico falou, ainda, sobre a missão de assumir o clube neste último duelo na Série B, pela segunda vez no ano – antes da chegada de Felipão, Célio Lúcio comandou a equipe celeste em uma partida nesta segunda divisão, contra o Juventude, na 15ª rodada –, mesmo em meio a situações adversas. Ele explicou, ainda, o porquê de “ir para o jogo”.
— Muitas vezes a gente quer transferir uma responsabilidade, ‘ah, está faltando isso e aquilo’. Não, a gente não tem que transferir isso, a gente tem que saber que está em um clube com uma história sensacional, vai continuar sendo grande, vai obter grandes resultados ainda pela frente. Então, esse é motivo para eu ir para o jogo. Desde que eu cheguei aqui e estou aqui, todos os dias que chego aqui, eu me sinto preparado para as cobranças do clube. Vamos lá para o Paraná, com todas as dificuldades, e vamos em busca de honrar a camisa do Cruzeiro e conseguir as vitórias, que é o que o torcedor quer. É um jogo atípico, é um jogo que não tem valor nenhum em termos de tabela, mas, no meu íntimo, para o íntimo de quem trabalha aqui, tem que ser de ir lá para buscar uma grande vitória. Essa é a minha perspectiva para amanhã, de fazer um grande jogo, uma boa apresentação e chance para aqueles que vão estar jogando também. É claro que as vezes em uma posição diferente, mas ser profissional, como todos foram profissionais aqui esse ano.
Célio Lúcio destacou, também, a participação dos jovens jogadores do clube. Para ele, foi uma ajuda mútua, tanto para os atletas em termos de transição para o profissional quanto para a Raposa que precisava de atletas que honrassem a camisa e completassem o elenco para uma das temporadas mais difíceis da história do clube.
— Eu falei uma vez que os jogadores mais novos poderiam ajudar o Cruzeiro, não seriam a solução, mas são bons jogadores, que precisariam de uma maturação para envergar a camisa do Cruzeiro. E já vi que alguns conseguiram jogar e começaram a evoluir com a questão do tempo. E tem alguns que ainda não têm a maturação para jogar no time titular do Cruzeiro. Então, isso requer paciência, requer momentos de transição que eles têm que ter uma base para conseguir chegar em um nível para absorver essa questão da grandeza do Cruzeiro, a pressão de jogar e isso vai vir com o tempo, com a paciência, com o trabalho de cada treinador que vem, não seriam os jogadores que resolveriam essa situação pela qual o clube está passando —, declarou.
Segundo o auxiliar técnico, conhecer os atletas da base pode ter sido útil e proveitoso para ambos os lados. E isso por uma questão de contato e identificação.
— Realmente, essa questão de eu ter vivido com eles na base e de ter subido com eles, ajudou muito. A gente pega o Jadsom, os outros atletas também, o Thiago, o Matheus Pereira, o próprio Paulo, Adriano, que estava com a gente na base e subiu um pouco antes. Então, por a gente ter esse conhecimento com eles lá embaixo e estar próximo com eles, orientando e vem os treinadores e também dá um apoio, a evolução foi muito boa pelo que a gente conhecia, pelos termos técnicos e psicológicos deles lá embaixo, porque é diferente jogar lá embaixo e no profissional na situação pela qual o time está passando e pela grandeza do Cruzeiro. Então, acho que foi de suma importância de podermos estar com eles e apoiar, e houve uma evolução e vão evoluir ainda. O Stênio tem 17 anos, o Paulo é de 2002, então são jogadores que requerem maturação para jogar com equilíbrio no profissional.
ANO DE APRENDIZADO?!
Célio Lúcio comentou, também, o fato de o Cruzeiro estar passando por dificuldades. De acordo com o auxiliar técnico, apesar da situação complicada, a temporada foi de muitos aprendizados.
— Um ano de muito aprendizado, um ano muito difícil. Estou no Cruzeiro desde os 13 anos e, para mim, foi o ano mais difícil. O desgaste foi muito grande. E tenho uma coisa a dizer: aprendemos mais nas dificuldades do que nas vitórias. Então, foi um ano de muito aprendizado, para mim. Convivi com alguns treinadores, cada um com uma metodologia de trabalho diferente, e isso traz uma experiência e uma bagagem muito grande de cada um para a carreira e vida da gente. Então, o aprendizado foi muito grande e eu tenho certeza que as oportunidades estão aparecendo.
Para além do aprendizado, Célio Lúcio comentou o seu futuro como possível treinador. Segundo ele, ainda não é o momento.
— É claro que eu sou um auxiliar fixo do clube, e friso isso, mas não tenho perspectiva ainda de ser um treinador, na hora certa, a gente vai declarar isso para o clube. Mas, primeiramente, ainda sou um auxiliar fixo do clube, ainda pretendo ser mais uns dois anos ainda, ou três, para a gente pegar uma experiência maior e, depois, galgar alguma situação em termos de ser treinador —, disse.
O Cruzeiro entra em campo, sob o comando interino de Célio Lúcio, nesta sexta-feira (29), às 21h30, contra o Paraná, na Vila Capanema, em duelo válido pela 38ª e última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
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