João Justino Amaral dos Santos, popularmente conhecido como Amaral, entrou no hall dos principais zagueiros da história centenária, a partir da década de 70, do Guarani.
O beque, em entrevista ao Correio Popular, bateu papo repleto de curiosidades e informações a respeito do Dérbi Campineiro, cujo capítulo de número 199 será escrito nesta quarta-feira, às 21h, no Estádio Moisés Lucarelli.
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O ex-jogador, residente em São Paulo há 40 anos, disputou mais de 350 jogos pelo Guarani entre 1971 e 1977, até ser negociado ao Corinthians – há imprecisão por conta da falta de fichas técnicas de amistosos.
Amaral, em 16 jogos contra a Ponte Preta, totalizou quatro vitórias, todas no Moisés Lucarelli, cinco empates e sete derrotas.
1) Amaral, você chegou ao Guarani jovem e disputou dérbis na década de 70. Qual foi o clássico mais memorável e em qual teve melhor atuação?
Realmente, eu cheguei no Guarani muito jovem e tive a oportunidade de disputar dérbis em mais ou menos três categorias aproximadamente. Era juvenil, extra-amador e, posteriormente, profissional. O mais importante não era o lado individual da situação, e sim o lado coletivo. Nós gostaríamos de jogar e de ganhar, principalmente o dérbi. Por que o dérbi? O dérbi dava a sensação de você ser, além do melhor da cidade, aquele algo a mais para que você fosse o melhor do interior. Aquilo, antigamente, era muito importante também ser o melhor da cidade, como do interior. Era muito bom você ser o primeiro do interior, porque havia clubes bons e clubes maravilhosos, onde tinha jogos importantes e onde quer que se fosse. Não é só em Campinas, mas nas cidades da região, como Sorocaba, Rio Preto, enfim. O dérbi é importante, importantíssimo, porque ali era o nosso reduto. Nós vivíamos ali. Eu morei ali. Eu nasci em Campinas. Eu sou de Campinas. Eu sou do bairro de São Bernardo, nascido lá. Então a maioria dos meus amigos é toda pontepretana. Eu diria, em termos de porcentagem, hoje, de um a dez, oito são pontepretanos. Hoje está um pouquinho mais, porque já se movimentou e já mudou muita coisa, mas na minha época, de cada dez amigos meu, oito eram pontepretanos. Era gostoso ganhar, porque você perdendo era muita gente querendo gozar com você. Se você ganhasse, eram poucos. A satisfação era muito maior.
Então dérbi sempre foi importante ganhar, jogar e entrar em campo. Era a semana que praticamente você dormia pouco, no bom sentido. Não é que você ia para noite. Você dormia pouco por causa daquela ansiedade, da programação e de tudo que você fazia durante a semana. Era tudo em concentração e girava em concentração para o jogo de final de semana, que era o jogo de domingo, quer seja no Moisés Lucarelli ou no Brinco de Ouro. Era uma coisa muito gostosa e sensacional. Por isso, eu não diria que eu tenho algo memorável, que esse ou aquele dérbi foi o melhor e foi o pior. Todos para mim foram memoráveis, porque quando a gente ganhava era muito bom e era sensacional. Para o ego do atleta, era maravilhoso. Para os torcedores, muito mais. Para direção do clubes, então, nem se fala. Agora, em uma derrota também, era terrível. A dor era muito grande. Inclusive, teve até jogos que a gente estava tão confiante porque até coisas de macumba nós fizemos para poder ganhar da Ponte e acabamos perdendo. Isso que doía ainda mais. Ué, mas e aí? Era muito interessante, era muito gozado e muito interessante acima de tudo. Acima de qualquer coisa e acima de qualquer situação, o mais importante é o respeito, porque se tinha muitos jogadores de qualidade, tanto do lado do Guarani, como do lado da Ponte Preta. Eram jogadores de primeira linha. São jogadores que você vê que saíram dos dois clubes, tanto do Guarani, como da Ponte, e foram para equipes grandes. Isso para nós era o lado primordial e fundamental. Por isso, o dérbi é gostoso. Não sei como estaria hoje, mas eu acredito que um pouco mais frio, porque na nossa época uma coisa quente. O calor era sentido já desde o início da semana. Era semana que a gente falava semana da saideira e semana do dérbi. Então todo mundo se cuidava do início, ou seja, da segunda-feira, até domingo após o jogo. Então era uma coisa maravilhosa e muito boa de se lembrar.
2) Agora mais experiente e do lado de fora, qual é o segredo para se vencer um dérbi?
Segredo não tem. Você sabe que, às vezes, nem sempre a equipe que está melhor preparada tecnicamente, psicologicamente ou até mesmo fisicamente sai como vencedora, porque no dérbi você se supera. Você dá tudo de si para quem está lá em cima se mantenha e quem está aqui embaixo suba. O dérbi é a redenção. Ou você cai de vez ou você sobe. Então, por isso, é muito importante você se cuidar, você estar em paz com você mesmo e você dar o melhor de si. Perder um dérbi jogando mal é uma coisa. Perder um dérbi jogando bem é outra coisa. Há muito mais aceitação, entendeu? Então tem que se fazer o melhor. No dérbi, você tem que jogar.
É parar com esse negócio de briga, discussão e essas coisas, mesmo quando está adverso no placar. É ter calma e ter tranquilidade, porque os jogos são 90 minutos e mais os acréscimos que o juiz dá. Antigamente, era 90 limpo. O acréscimo é a cabeça do árbitro que podia dar um: 30 segundos, um minuto ou nem isso. Dificilmente tinha. Aqueles árbitros, que é claro que tinham má intenção, até passava e dava dois ou três minutos. Hoje não. Hoje se passa cinco, seis ou até oito minutos. Então você tem tempo suficiente para empatar se estiver perdendo ou para manter o resultado, enfim. Eu acho que essa é a situação legal. Eu acho que é se iniciar com 11 e terminar com 11. Isso é fundamental. Não tem que haver expulsão. Expulsar é coisa de quem tem pouco recurso. Essa é a minha opinião em relação a isso.
3) Muito se fala que o dérbi é um campeonato à parte. Você concorda com essa afirmação?
Eu não diria que é um campeonato à parte, até porque você busca e entra em campo para se fazer o melhor. Quando você é pago para se fazer o melhor, isso você tem que fazer. É tentar fazer, pelo menos, da melhor maneira possível. Então o dérbi, na minha opinião, não é um campeonato à parte. Como eu falei anteriormente, é algo para você ter a redenção ou o fracasso, porque se você estiver bem e se você as coisas saírem bem, frutos colherão, senão as coisas irão piorar. Eu acredito que, hoje, deve-se jogar um pouco mais ofensivo. Não tem que ter medo de enfrentar a equipe da Ponte. Você tem que ter um respeito até um limite e até um certo ponto. Dali para frente você tem que impor aquilo que você pode e sabe. Então esse é meu conceito e essa é a minha maneira de pensar. Não deve se acovardar. Muito menos, mesmo jogando no campo do adversário, não deve se acomodar. Se tiver que ir para cima e se tiver precisando, principalmente, do resultado, tem que ir para cima, sim, independentemente se vai tomar o gol ou não. Isso é circunstância. Faz parte tomar o gol ou não. O importante é você estar bem entrosado ali entre as três alas, que é o setor defensivo, o setor de meio-campo e o setor ofensivo. Então estando bem aí o resto eu acredito que fica muito mais fácil. Agora, não pode se acovardar.
Tem que ir para cima, sim, principalmente agora que esse jogo pode se valer a classificação do Guarani e uma série de coisas. Então é mais do que nunca. Se a possibilidade está aí, por que não aproveitar da melhor maneira possível, principalmente no dérbi, em cima do adversário? É um adversário que tanto a gente gosta de ganhar, que é a Ponte Preta, entendeu? Então eu acho que, nesse sentido, tem que ir mesmo para cima. Ao invés de brigarmos entre nós, entre os bugrinos, tem que brigar, entre aspas, no bom sentido, com o adversário. É brigar para fazer gols. É brigar para ser melhor, para jogar melhor e não para brigar de bate-boca ou disso ou aquilo. Quando isso acontece, é que alguma coisa está errada. Tem que se corrigir o mais rápido, porque senão você está criando algo ruim para o plantel e para o clube.
4) Você fez parte do elenco que deu origem ao time campeão brasileiro em 1978. Na época, o Guarani enfrentou jejum de vitórias contra a Ponte Preta. Por que aquela equipe não conseguia vencer o clássico com maior frequência?
Eu tive, sim, a oportunidade de participar do elenco que foi campeão em 1978. É claro que eu não joguei, porque acabado de ser vendido. Estava na Seleção Brasileira e tinha acabado de ser vendido para o Corinthians, mas era um elenco muito bom. Era um elenco onde era muito gostoso de se jogar, muito bem entrosado, muito bem orientado e com jogadores de qualidade. Tanto é que você vê que eu saí e fui bem substituído pelo Gomes. O Edson era um zagueiro que eu gostava de jogar e sempre gostei. Era um jogador de qualidade e um jogador muito regular. Então o Guarani tinha uma capacidade muito grande nas laterais, tanto com o falecido Mauro e como o Miranda. O Neneca eu não preciso nem falar, pois era uma segurança enorme. O negão era tranquilo. O próprio Zé Carlos era uma tranquilidade. Esteve participando de alguns jogos da Seleção Brasileira quando nós estivemos lá em Minas Gerais. A Seleção Brasileira era representada por Minas. Era representada pelo Atlético Mineiro e Cruzeiro. Os únicos três paulistas que foram para seleção, na época: o Waldir Peres, Luís Pereira e eu. Tinha Zé Carlo. Tinha Zenon em grande fase, grande nome, maravilhoso. Tinha Renatão, Pé Murcho, enfim, que era um jogador de qualidade e de uma habilidade de impressionar, além do próprio Capitão, Careca e Bozó. Enfim, era um plantel gostoso. Era grupo que jogava para cima. Não se importava. Vai perder? Vai, mas ia para cima para ganhar sem medo. É assim que tem que ser o futebol. Futebol é isso. Futebol, se você não arriscar, vai ficar na mesmice. Ganha de 1 a 0, 2 a 1 ou perde de 1 a 0 ou 2 a 1. Tem que arriscar! Fez dois? Vamos fazer três! Aí sim, aí pode manter resultado e essas coisas, mas manter ganhando de 1 a 0 ou 2 a 0, que é um resultado chato, também não.
Eu acho que tem que ir para cima mesmo. Tem que se fazer respeitar dentro e fora de campo. É isso que tem que ser o futebol. A modernidade, para mim, é isso. É o respeito que se tem por você, ou você jogando em casa ou você jogando fora. Se você não impõe, ninguém vai te respeitar, ou jogando no Brinco ou jogando no Moisés Lucarelli, onde quer que seja, ou jogando em São Paulo. Faça-se respeitar. Mostre, dentro de campo, que você tem um time bom e que pode chegar lá. Foi assim que o Guarani chegou em 78 por méritos. Depois, foi ganhando jogos, que foi dando cada vez mais confiança para o Campeonato Brasileiro, e deu no que deu. Então, para mim que participei daquele plantel lá, não foi surpresa nenhuma. Pelo contrário. É que se fizeram por merecer. Depois dali, cada um foi crescendo. Eu acho que, depois, foi entrando do lado individual. Quando não se podia contar com um atleta, contava-se com outro. Foi sobressaindo o lado individual de cada jogador, entendeu? Então, aí sim, é dessa maneira que eu gosto que é o Guarani. Não faz mal que volte a ser daqui um ano ou daqui dois anos, mas que imponha e que volte a jogar um futebol brilhante e um futebol gostoso de se ver. Mostre que tem condições e mostre que sempre foi o celeiro de grandes jogadores. É isso que eu gosto. Eu estou torcendo, é claro, para que tudo corra bem nesse dérbi para o lado bugrino.
5) Você disputou dérbis ao lado de vários craques pelo Guarani. Qual ex-companheiro mais te marcou em um jogo contra a Ponte Preta?
Com toda sinceridade, é difícil você dizer que esse ou aquele jogador se destacou mais ou menos do que o outro. Eram jogadores fantástico, jogadores de qualidade e jogadores de primeiríssima linha. Eram jogadores que, quando entravam em campo para jogar ou qualquer jogo oficial, todos já sabiam quem era, como era a escalação, como era a equipe do goleiro ao ponta esquerda e como era até o banco de reserva. Hoje, pouco se sabe, porque a qualidade técnica, pelo menos, é inferior. Com todo respeito que eu pelos atletas atuais, a qualidade técnica não é a mesma, porque você tinha jogadores de primeiríssima linha. Você Neneca, Mauro, Miranda na lateral, Edson e o próprio Gomes. Você tinha Zenon, Renato, Alfredo e Flamarion. São jogadores de primeiríssima, além do Mingo, Careca. É duro você falar desse ou daquele porque, às vezes, você pode esquecer e estar cometendo alguma injustiça de não lembrar de alguns outros jogadores. Tinha Alfredo e Alexandre Bueno. Eram jogadores de qualidade muito grande, jogadores de primeiríssima linha e jogadores que encantavam. Mesmo através das adversidades quando às vezes a gente não ganha o dérbi, jogava bem por causa da capacidade de cada um e da qualidade que tinha o grupo. Os atletas eram fantásticos. Guarani, e Ponte Preta sempre foram celeiros de grandes jogadores. Não dá para contar nos dedos das mãos e dos pés. São jogadores fantásticos que tiveram em Campinas. Campinas era o exemplo de jogadores maravilhosos dos dois times. Era exemplo. Trabalhava-se jogadores. Fazia-se jogadores com carinho. Atletas de verdade.
Quando eu digo de verdade, eu digo atleta profissional de futebol e não um jogador qualquer. Eram jogadores de excelência, de qualidade e de futebol refinado, o que era gostoso de se ver. Mesmo quando você ganhava um dérbi, era sensacional. Quando você perdia, as pessoas tiravam sarro de você, brincava e gozava, mas não passava disso, porque sabia que lá embaixo no Guarani ou quando a gente ganhava lá em cima na Ponte Preta, tinha esse respeito. Ou seja, você ganhou de um grande time e de uma grande equipe. Então isso era fantástico de se ver e de se ouvir. Então havia o seu respeito, por isso o dérbi é sensacional. Você vê que o dérbi, tanto no Moisés Lucarelli como no Brinco de Ouro, era casa cheia. Era coisa bonita de se ver. Então é difícil você estar dizendo sobre esse ou aquele que mais me marcou. Foram jogadores marcantes e jogadores que passaram pelo Guarani, principalmente pelo Guarani, que eu posso falar, e deixaram saudade. São jogadores que, sem sombra de dúvida, tiveram a felicidade de ir para Seleção e outros não, mas com o mesmo futebol do que aqueles que estavam lá na Seleção. É que tinha que levar dois ou, às vezes, três, no máximo. Não podia levar cinco ou dez em cada posição. Se tivesse a oportunidade de levar cinco ou dez, pode ter certeza que os treinadores fariam, porque jogador não faltava. Tinha muitos jogadores bons, de qualidade e refinados. Então fica difícil de você dizer que esse me marcou mais ou aquele. Todos marcaram. Todos foram jogadores por excelência.
6) Você deixou o Guarani antes do título brasileiro de 78 a caminho do Corinthians, onde também se consagrou. Você acredita que a saída de Campinas naquela época ocorreu no momento certo ou houve certo arrependimento por não ter ficado e ser campeão?
Eu não me arrependo de ter saído, porque não tinha mais como me segurar. O nosso presidente, na época, Ricardo Chuffi, coitado, já havia recebido pressão de tudo quanto é lado. As pessoas hostilizando, não queriam que saísse e tudo mais, mas ele não tinha como me segurar. Os valores eram altos. Na oportunidade, além de deixar o Guarani muito bem financeiramente, não tinha como me segurar. Então foi algo que ele teve que fazer. Para graça de Deus e para sorte, mesmo eu saindo, o Guarani se manteve. A zaga continua tendo bom rendimento. O Guarani foi campeão brasileiro e, logo, foi passando a aquela situação de rebeldia dos torcedores em relação ao nosso ao presidente Chuffi. Então foi tudo muito rápido. Não tinha mais como segurar. Já vinha, quando eu ia pra Seleção Brasileira, dirigente, já tinha torcedores e já tinha pessoal da própria imprensa que dizia que tinha proposta e que se oferecia para o clube esse ou aquele para eu ser vendido. Eu tive proposta do próprio São Paulo, além do Corinthians.
Eu tive a proposta, antes de ser vendido para o Corinthians, tive a proposta do Palmeiras, quando estava lá o falecido Brandão, que queria ver eu fazendo dupla com o Luís Pereira. Enfim, não tinha como segurar. Então o Ricardo Chuffi foi sensacional e foi muito pé no chão. Ele foi feliz também, porque manteve o grupo e foi campeão brasileiro. Eu fiquei feliz. Tanto é que, no último jogo, quando o Guarani foi decidir, eu estava no vestiário dando um abraço em todos. A minha felicidade era tanta que eu me senti como se tivesse sido um campeão brasileiro também. O que é mais importante é que não tinha como segurar. Os valores eram alto. Eu, como zagueiro, fui vendido a preço de ouro e a preço de valor de um grande atacante do futebol brasileiro. Então como é que o Ricardo Chuffi poderia me segurar? Não tinha como, mas o importante é que o Guarani se manteve, se mantém até hoje e tem que voltar a ser o que era. Nada mais que isso. A gente torce para isso. A gente torce para o Guarani crescer outra vez e voltar em termos de tudo. É em termos de clube, em termos de quadros associativos e em termos de equipe para o futebol. É o Guarani voltar a ser grande. Tem tempo ainda, porque hoje pode ser o Guarani clube-empresa. O clube-empresa tem tudo para crescer. É só querer e ter boa vontade.
Para completar, quando eu fui para Corinthians, eu já vim confiante para São Paulo. Eu fui dizendo: se eu venci lá, eu posso vencer aqui. Graças a Deus, deu tudo certo. Não é só pelo Guarani, como na Seleção Brasileira também. Então fui bem sucedido nesse aspecto, graças a Deus. Por isso, eu posso dizer que eu sou um homem feliz e realizado. E mais por morar em uma cidade gostosa, por viver em uma cidade gostosa e nascer em Campinas. Hoje eu vivo em São Paulo, mas eu nasci nessa cidade maravilhosa, que eu respeito. Eu tenho um carinho muito grande por Campinas. Campinas, para mim, é minha vida e é a minha religião. A minha família permanece aí. Eu tenho um carinho muito grande.
7) Gostaria que falasse a respeito da importância do Guarani na carreira. Qual o tamanho da bagagem adquirida no clube, incluindo os dérbis, para vestir a camisa de Corinthians e Santos, além de experiência internacional?
O que eu quero dizer é que o Guarani sempre foi de suma importância para minha carreira em relação a tudo e a todos. Desde quando eu cheguei nas categorias de base, fui muito bem recebido, na época, pelo então diretor Pietro Parizzi, pelo Roberto Lazaretti, que era das categorias de base e pelo próprio Gode. Posteriormente, pelo Zé Duarte. Todos já falecido. Eu tive a oportunidade clara e nata com o nosso querido Armando Renganeschi, que confiou, que me deu todas as possibilidades, que me deu toda a confiança possível e me deu segurança acima de qualquer coisa. Eu me lembro bem que, quando eu fui estrear, ele disse para fazer aquilo que você sabe e aquilo que você é capaz. Nada mais, independentemente do que acontecesse comigo, de ir bem ou mal, o problema era dele. O meu era só jogar. Se eu estou te dando essa oportunidade, é porque eu achei você capacitado. Isso me deu uma segurança monstra e nata. Eu entrei em campo para eu estrear, se não me falhe a memória contra a Ferroviária, lá em Araraquara, que foi 1 a 1, entrei confiante e marquei um ataque maravilhoso, um dos melhores ataques do interior. Então, dali para frente, a tendência era só crescer. Você tendo a confiança do seu chefe e responsável que, na época, era o Leonel, como meu presidente, e o Renganeschi, como meu treinador.
O apoio do Zé Duarte e dessa comissão que eu falei, Roberto Lazaretti e Gode, que era das forças de base, o que eu queria mais? Eu era demonstrar tudo aquilo que sabia e aquilo que eu era capaz. Foi o que eu fiz. Para completar, nós fizemos uma excursão para Europa, que me deu uma de bagagem muito grande. Fomos para Ásia, lá para Arábia e aqueles lugares lá. Isso me deu uma bagagem muito grande. Dali foi só crescer. Dali veio a primeira oportunidade após essa excursão e após jogos bons pelo Campeonato Brasileiro, no qual nós fomos convidado e participações excelentes no Campeonato Paulista. Assim, veio a primeira oportunidade na Seleção Brasileira. Daí eu agarrei. Falei daqui eu não saio. Só saio por uma lesão ou por outra coisa qualquer, mas senão eu vou até o fim. Graças a Deus, fiquei na Seleção Brasileira durante quase sete anos, bem, em paz e aproveitei a oportunidade. Pode ter certeza que, depois, o interior foi cedendo muitos jogadores também para Seleção Brasileiro. O Guarani, na minha vida, foi fundamental em todos os aspectos. Se eu disser que foi nesse setor ou naquele, não. Foi em todos os sentidos, como homem e como atleta. Enfim, foi muito bom e sensacional. Hoje eu só tenho a agradecer por tudo o que eu passei nesse clube maravilhoso que está dentro do meu coração. Onde quer que esteja, ele sabe que vai estar e que vou estar sempre representando o Guarani. Sempre vai estar em meu coração. Então ele representa muito na minha carreira e na minha vida. Por isso, eu sou um dos torcedores do Bugre. Não tenha dúvida.
8) Qual seu palpite para o dérbi?
Para esse jogo de quarta-feira e para esse dérbi maravilhoso que está pintando aí, não tenha dúvida que eu vou torcer para o meu Guarani. Vou torcer para o Bugre. Avante, avante meu Bugre! Eu acredito que, pelo o que eu tenho visto e pela maneira como podemos colocar, 2 a 0 paro Guarani, mesmo na casa do adversário. Eu não tenho medo de arriscar não, viu?
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