O Atlético fez só o seu primeiro jogo no retorno do futebol após a parada por causa da pandemia, mas o pouco que se viu, já ficou claro a influência de Jorge Sampaoli na equipe.
O time teve variações de formação durante o jogo, uso constante dos pontas, não teve “medo” de voltar a jogada, mesmo que já esteja no ataque e também o famoso “amor pelo balón”, tão característico dos times de Sampaoli, que sempre tem bastante a posse de bola. Tudo isso ficou claro, mas apenas no primeiro tempo da partida.
PRIMEIRO TEMPO QUASE PERFEITO
O primeiro tempo do Atlético teve tudo que Sampaoli queria:
- O time variou a formação quando defendia (433) e quando atacava (3223) – com Fábio Santos na defesa e Guga de volante.
- Abusou dos pontos, sendo Savarino o melhor jogador e o mais acionado da primeira etapa – apesar de o gol ter saído do outro lado, com assistência de Marquinhos.
- Usou dos zagueiros (Réver e Junior Alonso) para criar as saídas de jogo, deixando os meias mais livres para flutuarem no meio ou pisar na área – como no caso do gol de Nathan.
- Trabalhou as jogadas com calma, rodando com paciência e esperando o momento certo para avançar. Além de perder aquele “medo” que os times do Brasil têm que é não voltar a bola quando já está no ataque, forçar a jogada e perder a posse.
A prova mais clara de que tudo deu certo foi justamente o gol do Atlético. A jogada começou no gol com o goleiro Rafael e teve exatos 20 passes trocados entre a defesa até o lançamento de Réver para Savarino na ponta esquerda. O venezuelano até podia ter forçado uma jogada ou feito o cruzamento, mas trabalhou mais ainda a bola, voltou para o meio, que tocou em Marquinhos na outra ponta e enfim o cruzamento certeiro para a infiltração de Nathan. Ao todo foram 24 passes antes da bola entrar na rede.
FALTOU RITMO
O segundo tempo do Atlético já foi completamente diferente. Lisca anulou as jogadas do Galo com Savarino colocando João Paulo. Depois disso, o Atlético pareceu perdido e cansado em campo. Não conseguiu mais criar.
Por ser o primeiro jogo pós-parada, é normal que o time sinta essa diferença. Na segunda etapa se viu um Atlético muito recluso, com muitos erros e uma movimentação errada. Sampaoli tentou consertar isso colocando Alan Franco na vaga de Marquinhos. Com isso, Nathan foi para a função de falso 9 e Marrony para a ponta-esquerda, mas não fez muita diferença, o Atlético cansou.
Ao final do jogo, Sampaoli disse: “O adversário jogou melhor, teve mais controle da bola. Não conseguimos continuar fazendo o que fizemos no primeiro tempo, em grande parte dele, e isso nos custou o empate, creio que merecido porque, no segundo tempo, não propusemos muita coisa. O adversário propôs, então, foi um empate merecido”. Ele ainda completou: “No primeiro tempo, a equipe teve certo grau de produtividade. No segundo tempo, não controlamos a partida. Perdemos figuras e, por aí, perdemos esse controle que nos deu a possibilidade de dominar o primeiro tempo”.
PRÓXIMOS JOGOS
O Atlético entra em campo na próxima quarta-feira (29) pela última rodada do Campeonato Mineiro, para enfrentar o Patrocinense, no Mineirão, às 21h30.
O Galo se classifica com uma vitória simples e tenta alcançar uma posição melhor. Ser líder já não é mais possível para o alvinegro, já que está a 4 pontos atrás do Tombense. Mas o clube pode ainda terminar em 2° lugar. O Galo precisa vencer o Patrocinense e torcer por tropeços de América e Caldense. O Galo ainda pode ficar fora da fase final, caso perca ou empate seu jogo e o rival Cruzeiro vença a Caldense, uma vez que com esse cenário, teria menos vitórias que o time azul celeste.
