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‘Desastre à vista!’ Análise financeira aponta situação complicada no Corinthians

Agência Corinthians

Uma análise financeira do banco Itaú BBA indicou a situação econômica do Corinthians e destacou: “Nos dois últimos anos praticamente não teve aspectos positivos, sendo que em 6 dos 9 índices apresentou resultados abaixo da meta”.

A análise vem em um momento conturbado para o Corinthians. Alvo recorrente de processos trabalhistas e dívidas, o Timão fechou o ano de 2019 com o maior déficit da história do clube.

O estudo reuniu análise de todos clubes da série A, além do futebol brasileiro em geral, traçando um comparativo com o futebol europeu. Em 311 páginas, o Itaú apresentou, através dos balanços dos clubes, aspectos positivos e negativos nas medidas financeiras.

Confira o estudo:

Sobre 2019

O que deu certo

  • Aumento das Receitas Recorrentes;
  • Crescimento de Receitas com Publicidades;

O que não funcionou

  • Custos crescendo acima das Receitas;
  • Investimentos acima da capacidade financeira;
  • Dívidas cresceram substancialmente;
  • Deficit da Área Social;

O estudo destacou que o arrecadamento em 2019 aumentou, mas as despesas também, sendo o baixo número arrecadado em venda de atletas o maior causador. A publicidade do clube foi positiva.

Como assumiu o presidente Andrés Sanchez com a frase “gastamos um pouco mais do que devíamos”, o estudo traz um gráfico que mostra a evolução da dívida do Corinthians.

Segundo o Itaú, os gastos com salários e direitos de imagem cresceram R$ 108 milhões de reais – o maior motivo que o Corinthians vem sendo processado por ex-funcionários.

Apesar de ter ganho apenas o Campeonato Paulista em 2019, o gasto do clube com a montagem de elenco foi de R$ 91 milhões de reais, maior investimento desde 2014, como mostra o gráfico abaixo:

O estudo aponta que um dos maiores causadores do deficit do Corinthians é o clube social. Ano após ano, o “Déficit Social” vem aumentando.

O estudo termina a análise de 2019 reforçando a preocupação com a situação financeira do Corinthians: “processos de recuperação em casos assim costumam ser lentos e demandam forte ajuste.”

Cenário 2020

O levantamento acredita que o ano de 2020 do Corinthians será levemente melhor que o 2019, mesmo com a pandemia. A venda de atletas, como o Pedrinho, tendem ajudar o clube. O corte de gastos com funcionários, podem reduzir em 15% os custos do Corinthians o que permite essa ‘melhora’.

O Itaú aponta que o problema de dívidas e salários no ano pode ser frequente, visto que o dinheiro de cotas de televisão foram suspendidos enquanto as competições não estavam acontecendo.

A pesquisa faz a projeção do futuro do Corinthians com “desastre à vista”. O maior desafio do Corinthians está nos custos e despesas que o clube aumenta ano após ano, o que aumenta o rombo financeiro no clube

O valor de arrecadação em publicidade e cotas de TV é positivo mas não supre a necessidade, obrigando o clube a vender atletas. Segundo o Itaú, o Corinthians depende diretamente do dinheiro da venda de atletas para conseguir pagar as contas.

A análise financeira do Corinthians alerta: “No caso do Corinthians, o problema se agrava porque os custos não param de crescer, porque o Social drena o caixa do futebol, e porque o futebol é incapaz de obter eficiência nas contratações, vide o investimento de R$ 91 milhões sem sucesso esportivo relevante em 2019.”

Projetando o futuro, diz: “Por mais que reduza custos e consiga fazer venda de atletas, a situação ao final do ano será complicada, pois o ano iniciou com dívidas elevadas, e o esforço necessário para o reequilíbrio será brutal, e acabará se arrastando por alguns anos.”

Procurado pela reportagem do Portal ENM, o Diretor Financeiro do Corinthians não se manifestou até a publicação desta matéria.

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