O slogan ‘Prontos para o mundo’ utilizado pelo Red Bull Bragantino tem como objetivo, passar a visão da instituição como um todo. Reconhecidos mundialmente pelo prestígio prestado a garotos jovens, a empresa de energético tornou-se responsável por possibilitar o sonho de muitos jovens atletas. Um destes, que está no bolo de sonhadores, é Ramires Albertino, centroavante que concedeu uma entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo. O atleta de apenas 20 anos, contou um pouco sobre sua origem, inspirações, dificuldades e triunfos no mundo do futebol. Atualmente, o camisa 9 está nas categorias de base do clube de Bragança Paulista e tem contrato vigente até o fim deste ano.
Em exclusiva ao Portal ENM, Ramires explicou que sua trajetória começou ainda novo, na cidade de Olímpia (SP), localizada na Região Metropolitana de São José do Rio Preto. O atacante também afirmou que o amor pelo futebol herdou de seu pai, que em conjunto com sua família, sempre o apoiou:
– Meu pai foi uma das maiores inspirações para mim, né?! Ele não chegou a jogar profissionalmente, mas sempre jogou nos torneios regionais. Minha família toda gosta de futebol – meus tios, meus avós, todo mundo – afirma o camisa o nove.
O jovem promissor entende as responsabilidades que um atleta profissional deve ter. O jogador ressaltou que há muitos atletas que jogam por diversão, no entanto, quando passa a ser algo que traz o pão de cada dia, passa a haver pressão, cobrança e, sobretudo, muita oscilação. Ramires explica:
– Pelo fato de no interior estarmos muito longe da capital, as coisas acabam se dificultando. Mas meu pai e minha mãe nunca deixaram de me apoiar, e sempre disseram “se você que isso, então vai atrás disso”. Então, nunca foquei em outra coisa, a não ser o futebol. E, foi quando começou dar certo as coisas.
O gol, é a emoção máxima de um jogo, isso é fato. E quem não quer fazer um? A gente vê em peneiras, quanto mais próxima ao ataque, maior é a concorrência. Atacante, é uma espécie de vestibular de medicina, só entra quem de fato sabe o que está fazendo, e com o atacante do Toro Loko não foi diferente:
– Meu pai sempre falou “se você quiser ganhar dinheiro, então faz gol. Isso fez com que eu sempre jogasse ali na frente. O mais recuado de meia no máximo e/ou pelas beiradas. E quando cheguei ao Audax, foi quando me consolidei como um centroavante. Sempre do meio para frente, ratifica o goleador.
A Seleção Brasileira de futebol, sempre foi referência para os jovens futebolistas. Somos a única pátria com cinco títulos de Copa do Mundo, e os responsáveis por isso, muitas vezes foram os atacantes extremamente letais que temos e tivemos ao longo da história. Para Ramires, suas maiores inspirações no futebol são os atacantes campeões do mundo, Romário e Ronaldo Fenômeno:
– Os dois eram os maiores, os acompanho muito por vídeo. Mas um jogador atual, que não acho que jogo parecido, mas me espelho muito na raça é o Gabriel Jesus.
Um dos principais desafios da carreira é se adaptar a rotina de treinamentos, principalmente quando deixa uma equipe de base e se torna um profissional. O xará do atual volante titular do RB Bragantino, ressaltou suas dificuldades na carreira e contou, como foi se adaptar a rotina de treinamentos, quando ingressou numa equipe com divisões de base:
– Aqui em Olímpia, tinha uma escolinha do Daniel Garcia – que é um ex-professor que tive. Foi onde tudo começou. E ali fiquei dos seis anos até os 14 – e só aí, ingressei no América, que foi quando joguei o meu primeiro Campeonato Paulista sub-15. Após isso, eu ficava entre América e Rio Preto, sub 15 e sub 17 e na primeira Copa São Paulo que disputei quem levou foi o roupeiro. Passei na seletiva, tive a oportunidade de jogar e no ano posterior já fui para o Audax.
Levando em consideração que o interior, muitas vezes, não tem a estrutura que um time da Região Metropolitana de São Paulo possui, Ramires foi questionado sobre a visibilidade que o Grêmio Osasco Audax proporcionou:
– No Audax tenho um cara que não tiro da minha vida por nada. Foi o cara que veio aqui em Olímpia me buscar, e chegando em Osasco, fiz um ‘peneirão’ com mais de 200 candidatos. Passou apenas eu e mais dois zagueiros e embora tivesse 17 anos, fui direto para o 20, para a disputa da Copinha. E, após estes acontecimentos, pegou aquele apelido de Richarlison, por conta da matéria que saiu na época, comparando nossas semelhanças.
Dado todo o processo precoce, de se mudar do interior paulista para a Capital, jogar Copa São Paulo e viver longe da família, é inevitável momentos de oscilação e incertezas. O atacante do Massa Bruta sublinhou que, sua virada de chave, foi somente aos 17, quando chegou ao Audax:
– Eu falei, ou é agora ou não vai mais, pois eu já estava próximo à maioridade, tinha os meninos que eram mais velhos de idade e de clube e ali eu vi, que era o momento de decolar “agora ou nunca”.
E seguiu:
– Fui fazendo o meu quieto, sempre pelas beiradas e as coisas foram acontecendo. E, o nosso grupo de 2019, estava muito fechado para a Copa São Paulo. Então, os próprios moleques foram cortando isso (a concorrência interna) para a disputa da competição.
A Copinha é o maior torneio de base da América Latina. Disputar o torneio é mais do que buscar apenas um título, é ir atrás do sonho e aproveitar a grande vitrine que o campeonato proporciona. Ramires reconhece os benefícios da disputa da Copinha e exalta o torneio:
– Há muita visibilidade, os clubes ficam focados e se eu tivesse que fazer 20 gols no estadual ou cinco na Copinha, com certeza, optaria por cinco gols na Copinha. Porque eu sei que poderia mudar a minha vida e sem dúvida é o torneio mais importante do Brasil é uma ‘Copa do Mundo’ da base.
O apoio da torcida é essencial para qualquer jogador. Disputar uma partida com estádio vazio não é a mesma coisa que as arquibancadas lotadas de público. Ramires só tem motivos para elogiar a presença dos torcedores:
– Já tinha jogado pelo Rio Preto, porém não tinha muita torcida. No Audax, quando subimos para o aquecimento, os portões ainda estavam fechados. No entanto, quando voltamos para jogar, estava pegando fogo, muito torcedor! A gente foi bem na Copa São Paulo, então não conhecemos o lado ruim da torcida.
E o jogador aproveitou a deixa para brincar:
– Vira um caldeirão (o estádio José Liberatti, casa do Audax), Fluminense que o diga! – brincou.
Sobre a chegada ao RB Bragantino, Ramires contou que o início das tratativas havia acontecido após a Copinha de 2019. Porém, ele acabou indo ao Fluminense:
– Cheguei para jogar a Série A2 profissional, pelo Red Bull Brasil e se tudo desse certo, como aconteceu, jogaria o Campeonato Brasileiro de aspirantes pelo sub-23.
Sabendo da oportunidade de ingressar o RB Bragantino, o jovem alegou que ficou feliz e que sabia que teria que teria oportunidades se fizesse o dever de casa:
– Cheguei machucado, logo após, peguei covid-19 e na A2, quase não joguei. Porém, estava motivado e queria mudar minha vida.
Para Ramires, o Red Bull Bragantino não faz um trabalho apenas esportivo com os atletas. Agrega também na formação cultural e educacional:
– Eles formam mesmo o atleta, é uma real formação de atleta.
O atacante do Bragantino afirmou que pretende viver do futebol, inclusive após a carreira, pelo fato de enxergar a necessidade de ajudar quem está longe da capital, pois conhece as dificuldades. Além disso, sublinhou que seu maior sonho é jogar pela seleção brasileira e finalizou sinalizando que pretende atuar nos bastidores do futebol um dia, agenciando jovens promissores.